A série Call Of Duty foi um acontecimento na minha vida. Nunca fui muito entusiasta de shooters em primeira pessoa, mas a franquia da Activision mudou muito a minha perspectiva sobre e foi além: eu aprendi a gostar de jogar online graças a sua sub série Modern Warfare, lá no PlayStation 3. Contudo, além do multiplayer popular, Modern Warfare carregava boas campanhas single player com ótimas narrativas e momentos memoráveis, parte integral do pacote. Terminada a trilogia e após o segundo da sub série Black Ops, a Actvision teve dificuldades de emplacar um CoD que agradasse todo tipo de jogador, até o recente reboot do mesmo Modern Warfare, de 2019.
Utilizando os mesmos personagens da primeira trilogia, mas em uma espécie de universo paralelo com outra narrativa, o jogo conseguiu agradar os fãs mais antigos e recuperar seu prestígio. Mas será que sua sequência consegue o mesmo feito?
Modern Warfare II começo algum tempo depois do original, colocando em foco o personagem Ghost em uma missão no Oriente Médio a caça de um terrorista procurado pelas organizações internacionais de combate ao terrorismo. Logo após uma sequência explosiva, o personagem se junta ao conhecido Tenente Soap Mactavish e seu esquadrão em busca do mesmo indivíduo que teria se aliado a um cartel. Na Europa, temos o saudoso Coronel Price e seu companheiro Gaz investigando as ligações entre essas duas facções e os motivos para se juntarem. No jogo assumimos o controle de diversos personagens, mas controlamos principalmente Soap e Gaz durante a narrativa.
A trama é uma genuína história de guerra diretamente vinda de Hollywood, com pitadas de espionagem e diplomacia internacional. Call Of Duty nunca escondeu suas raízes cinematográficas e aqui não é nada diferente: trata-se de um shooter praticamente guiado, com uma estrutura que às vezes lembra mesmo um filme. Embora a história seja realmente boa e os clássicos personagens ajudam como ponto central junto ao seu carisma, o jogo derrapa algumas vezes no quesito ‘’propaganda de guerra’’ estadunidense, por mais que exista um enorme e visível esforço para que não seja uma história pró militarismo. As vezes é dificil evitar, porém em relação ao passado, é algo muito melhor executado e acredito que estão no caminho pra conseguir equilibrar.
O novo jogo consegue entregar missões incrivelmente divertidas e visualmente maravilhosas. Alguns momentos da campanha vão ser dificeis de se esquecer, pois são realmente muito bem executadas. Tecnicamente falando, por mais que não impressione, a evolução é notável, tanto visualmente quando na parte sonora. Jogar Modern Warfare II de fones de ouvido é uma experiência e tanto no PS5 somado ao aúdio 3D do console, além das opções táteis que o controle Dualsense oferece, é realmente impressionante e acredito que seja a experiência mais completa em termos de imersão. Isso tudo somado aos 4K e 60 FPS constantes, mantendo na maior parte do tempo beleza visual e fluidez de gameplay.
Isso tudo faz da campanha algo prazeroso e muito consistente em diversos quesitos e dificilmente vai desagradar quem gostou do anterior. O nível se mantém e em alguns momentos até supera. Certamente teremos uma sequência, que com a alternância de estúdios que a Activision coloca para trabalhar na série, só deve ocorrer entre 2024 e 2025.
Uma das grandes críticas que a série carregou, pelo menos nos últimos 10 anos, é de que todo jogo é praticamente igual. Ao longo desse período, várias propostas pra serie foram testadas, incluindo temáticas futuristas e até a total remoção do modo single player em alguns casos. Se tematicamente muda e tecnicamente evolui, estruturalmente continua a mesma coisa, desde 2007 com o primeiro da primeira trilogia de Modern Warfare. Não que a escolha de uma narrativa guiada seja o problema, mas sim a forma que ela é feita. Diversos jogos tem sim trechos guiados, mas existem formas de passar a sensação ao jogador de que você está no controle, algo que Call Of Duty não se preocupa.
As ‘’arenas’’ de combate aos inimigos parecem de fato um filme, com NPCs literalmente parados em um canto esperando seu comando pra cumprir seu papel. Você não tem liberdade de agir furtivamente ou entrar atirando em todo mundo, as vezes a sua única opção é ser furtivo. Outras sua prerrogativa é literalmente usar uma única arma. É estranho a forma como fazem, pois se você não derrotar o inimigo do jeitinho que o desenvolvedor pensou, você falha na missão. E as vezes nem uma variação boba de trocar de arma é permitido. Isso me tirou várias vezes do jogo, por mais que no geral eu tenha gostado.
Embora sim, a gente saiba que a galinha dos ovos de ouro do estúdio é seu multiplayer, ainda mais com a integração (forçada) com seu free to play, Warzone, o que sustenta o jogo durante seu ano no mercado. Existem diversos exemplos de jogos com um forte multiplayer, mas com uma estrutura de campanha melhor executada, como a série Halo ou Destiny, da Bungie.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm