Depois de 10 anos de espera pelos fãs, Dead Island finalmente ganhou sua continuação e Dead Island 2 chega nas plataformas em 21 de Abril de 2023. Passado 10 anos depois dos eventos de Dead Island e Dead Island: Riptide, o novo jogo nos leva a caótica cidade de Los Angeles totalmente dominada por zumbis.
Anunciado em 2014, Dead Island 2 passou por alguns problemas no seu desenvolvimento com múltiplas mudanças nos estúdios que iriam trabalhar nele. Yager Development tinha sido contratada para trabalhar no jogo em 2012, mas foi substituída em 2015 pela Sumo Digital. Esta também foi removida do projeto e o jogo foi assumido pela Dambuster Studios em 2019 e publicado pela Deep Silver.
O jogo começa com as pessoas tentando fugir e ir para quarentena após a cidade de Los Angeles ser afetada por uma epidemia que transforma as pessoas em zumbis. O avião em que todos estão acaba caindo e precisamos encontrar sobreviventes e lutar para escapar dos zumbis. Podemos escolher entre 6 personagens diferentes – Bruno, Dani, Amy, Jacob, Ryan e Carla. Cada um possui habilidades específicas e uma vez escolhido, precisamos jogar toda a história com ela (no meu caso, escolhi a Amy). Apesar de terem habilidades diferentes, é possível adotar praticamente qualquer tipo de estratégia e jogabilidade com eles.
Uma vez que temos o personagem escolhido, precisamos lutar contra os zumbis que se aproximaram do avião caído. Nessa luta, acabamos sendo mordidos mas, para a surpresa de muitos, somos imunes e não nos transformamos. Nosso objetivo agora é encontrar outras pessoas que sobreviveram ao surto e encontrar o governo e as autoridades para falar que voce é imune e conseguir escapar de LA.
Apesar dos dois primeiros jogos da saga não serem mundo aberto, percebi lendo as teorias na internet de que os fãs gostariam de ver essa diferença em Dead Island 2. Para, talvez, decepção destes, o jogo contém mapas lineares que são separados por telas de carregamento. Mesmo tendo uma variedade de lugares – Bel Air, Beverly Hills e Santa Monica por exemplo – para ir de um lugar a outro temos que viajar e esperar o loading. Mesmo assim, achei o tamanho dos mapas muito bem aproveitado. Os detalhes de cada ambiente, cada loja, carro ou casa é de muito capricho e valem a pena serem explorados.
Além disso, não temos eventos espontâneos que acontecem pelo jogo. Ele é composto de missões principais, secundárias e algumas tarefas (como investigar algum objeto perdido) e, portanto, o jogo é bem linear e pode deixar o jogador “preso” se comparado com a moda de jogos de mundo aberto que temos visto. A dinamicidade que podemos encontrar nos mapas é que, conforme novos tipos de zumbis são descobertos, eles começam a aparecer em outros lugares do jogo também, o que achei legal já que o jogo é um vai e vem danado (mas falaremos disso depois).
Acredito que o sucesso do jogo de 2011 se deve a combinação de cenários paradisíacos com o gore que o ataque aos zumbis proporciona e em Dead Island 2, isso se mantém. Podemos não estar numa ilha, mas como mencionei, o jogo está lindíssimo e as entranhas grotescas dos zumbis estão mais gore do que nunca. Nunca fui muito fã do gênero slasher, mas esse jogo me cativou e me diverti muito desmembrando e matando tudo que eu via na frente. Obviamente, o jogo continua em primeira pessoa e nossas principais armas são armas brancas que vamos encontrando e confesso que tive um pouco de dificuldade no começo. Não sei se é porque desacostumei com jogos em primeira pessoa, mas chegou até a me dar dor de cabeça pelo vai e vem da câmera e até meu namorado que estava me assistindo jogar sentiu a mesma coisa (joguei no PS5).
É muito difícil uma franquia que deu certo mudar drasticamente a fórmula. Não diria que o jogo é uma cópia do primeiro mas são extremamente similares. Por exemplo, no primeiro jogo não tinhamos ciclo de dia e noite. Aqui em Dead Island 2 esse ciclo é estático, algumas missões são de dia e outras de noite. Se você acaba uma missão e quer fazer alguma secundária ou explorar o mapa em busca de recursos, você vai explorar no período que aquela missão foi feita e não sei se considero isso uma limitação. Ao mesmo tempo que você pode usar as missões diurnas para explorar tranquilamente e aproveitar a dificuldade que os desenvolvedores colocaram para as missões noturnas (gente, sou míope… é muito difícil enxergar zumbis no escuro!), um ciclo de dia e noite poderia trazer uma fluidez melhor no jogo, como zumbis que só aparecem de dia, zumbis mais fortes de noite. Poderia até ter um modo de jogo onde isso acontecesse para tirar um pouco dessa coisa estática que o jogo tem e, pensando que é um jogo AAA, eu pelo menos esperava um pouco mais de dinamismo.
Mas não pensem que acho o jogo ruim. Mesmo sofrendo um pouco no começo, uma vez que acostumei com as lutas o jogo me prendeu e eu não conseguia largar.
Achei que o jogo trabalha bem com a variedade de armas e os lugares onde elas aparecem. Por exemplo, você não vai encontrar uma katana jogada no meio da rua, ela sempre vai estar em algum cofre ou alguma casa que tenha artefatos. Temos uma grande opção de armas brancas e uma opção mais limitada de armas de fogos que podemos customizar para deixar mais fortes e para causar algum tipo de dano específico.
Essa foi a dinâmica que mais gostei do jogo. É muito importante coletar dinheiro e recursos para que a gente consiga fabricar o mais variável conjunto de armas possíveis. Conforme o jogo vai avançando, alguns zumbis ficam imunes a tipos de danos específicos e, quando junta aquela horda gigantesca, temos que ter tudo em mãos para poder sobreviver.
Por falar nisso, eu não achei o jogo punitivo. Eu morri algumas (várias) vezes e quando voltamos alguns zumbis mantém a vida que deixamos. Ele vai se tornar mais punitivo quando temos zumbis especiais ou mesmo os chefes para enfrentar. No caso dos chefes, eles voltam com a vida cheia mas nós também conseguimos voltar com a munição que tínhamos mesmo, o que ajuda bastante jogadores mais casuais.
A grande maioria dos tipos especiais de zumbis são introduzidos como boss em algum ponto da história. São lutas bem desafiadoras onde o uso do ambiente é fundamental para o sucesso. Temos vários objetos que explodem, dão choque ou dano cáustico e eles ajudam muito o jogador durante momentos mais difíceis do jogo (se não te matarem numa explosão). Esses zumbis depois ficam “disponíveis” para encontrarmos pelo mapa. O cuidado com a variedade e o local deles é bem legal de ver também. Por exemplo, em lugares que temos academia os zumbis tendem a ser fortões e tankam bastante dano, lugares mais insalubres tem monstrengos nojentos que se desenvolveram na sujeira e assim por diante.
A história do jogo acaba sendo simples, Dead Island 2 não quer reinventar a roda e vai nos trazer busca por sobreviventes, desenvolvimento de personagem e envolvimento com autoridades da forma que jogos do gênero estão acostumados a entregar. Tiveram dois pontos que me incomodaram. O primeiro é que os diálogos são muito brega e parecem uma tentativa forçada de fazer o público jovem se identificar com os personagens. Eu não ligo para clichês, mas frases piegas como “que bom que esses marombas não treinaram perna, porque eles não conseguem correr de mim” me dava vontade de me enfiar no sofá por pura vergonha alheia.
Outro ponto é que a história é um vai e vem danado que pode ficar massante. O jogo tem entre 15 a 20 horas de duração e grande parte desse tempo é você andando de um lugar para o outro. Como os mapas são estáticos, a única mudança que temos é tipos novos de zumbis que podem aparecer e o nível deles que cresce junto com o do personagem. Se você já explorou bem uma área, a vontade de explorar novamente é muito pequena, mesmo que seja necessário para coletar recursos. Por isso, quando eu tinha mais história para fazer do que matança eu ficava um pouco de saco cheio de ficar indo e vindo o tempo todo.
Dead Island 2 é um jogo divertido e bonito. Os cenários estão lindos e caprichados, com bastante detalhe e os mapas possuem um espaço bem aproveitado. A história cumpre seu propósito e consegue te prender para descobrir o que vai acontecer. O ponto alto é a variedade de zumbis e de armas que podemos encontrar e customizar. Ele lança no dia 21 de Abril de 2023 e estará disponível para Playstation, XBOX e PC como exclusivo da Epic Games.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm