Análise: Dragon Ball: Sparking! ZERO - Neo Fusion
Análise
Dragon Ball: Sparking! ZERO
28 de outubro de 2024
Jogamos Dragon Ball: Sparking! ZERO no PC com um código fornecido pela Bandai Namco

Desenvolvido pela Spike Chunsoft e publicado pela Bandai Namco, Dragon Ball: Sparking! ZERO é uma espécie de retorno a um passado da série que, se era divertido, não é exatamente tão glorioso quanto a memória afetiva pode indicar. O título é uma espécie de “sucessor espiritual” da série Budokai Tenkaichi, que fez grande sucesso na época em que o PlayStation 2 dominava o mercado.

Ela tinha duas características principais que são preservadas com grande competência no novo game: as batalhas que acontecem com uma visão sobre os ombros do personagem controlado, e o imenso elenco de personagens. Tudo bem que a grande maioria deles é formada por Goku e suas inúmeras variações — o importante é representar a série inteira e atender aos desejos dos fãs mais dedicados.

No entanto, se esses elementos bem preservados fazem de Dragon Ball: Sparking! ZERO um jogo competente em trazer de volta o que funcionava no passado, eles também colaboram para alguns de seus problemas — dependendo do ponto de vista de quem está olhando. O principal deles se refere ao equilíbrio entre o imenso elenco, que simplesmente não existe.

Dragon Ball: Sparking! ZERO deve ser encarado como um game casual

Apesar de poder ser tecnicamente considerado como um jogo de luta, Dragon Ball: Sparking! ZERO logo no início deixa claro que não tem qualquer propensão competitiva. Os personagens são criados de forma a refletir seus níveis de poder nas diferentes fases dos mangás e dos animes — então aqueles que vieram de Dragon Ball têm imensas desvantagens em relação aos apresentados na fase Super, por exemplo.

Se para alguns isso pode representar a “morte” do jogo como algo aproveitável, para os fãs da franquia isso é um verdadeiro deleite. Além de escolher seu personagem favorito, você pode fortalecê-lo aumentando seu nível de proficiência, bem como editar seu visual e equipá-lo com uma série de melhorias disponíveis na loja interna do game.

Dragon Ball: Sparking! ZERO

E esse elemento traz um dos principais acertos de Dragon Ball: Sparking! ZERO. Em um mundo povoado por microtransações e passes de batalha, o game traz diversos personagens, itens e visuais alternativos que são destravados acumulando as moedas que conquistamos completando missões ou simplesmente participando de confrontos aleatórios.

Por falar em modos de jogo, considero o mais divertido deles o dedicado à história, que permite seguir de forma individual a evolução de vários personagens. O mais legal é que, dependendo do que você fizer em batalha, a trama pode se desviar muito do mangá e do anime — logo na primeira batalha contra Raditz, por exemplo, consegui evitar a morte de Goku ao vencer o vilão rapidamente.

Dragon Ball: Sparking! ZERO

Isso cria um novo ciclo narrativo onde ele não conhece o Sr. Kaioh e vira um super sayiajin ao enfrentar Vegeta — que sobrevive e faz o mesmo, sendo o responsável por matar Freeza, que não aparece na narrativa. Enquanto falta substância a essas “versões” alternativas, vê-las sendo desenvovlidas é algo bastante divertido.

Ao mesmo tempo, nesse sentido Dragon Ball: Sparking! ZERO poderia ser um pouco mais “moderno” e dar indicações aos jogadores sobre quais condições eles precisam cumprir para seguir cada caminho. Na versão atual do jogo, ele simplesmente indica que um confronto pode ter várias consequências diferentes, mas não explica como ativá-las.

De fãs para fãs

Com um elenco imenso de personagens selecionáveis, músicas clássicas e muitos cenários conhecidos, Dragon Ball: Sparking! ZERO também mostra seu “DNA antigo” ao não se preocupar muito em explicar seus conceitos básicos. Até existe um tutorial, mas você provavelmente vai apanhar um pouco até entender como funcionam conceitos importantes e qual deve ser sua prioridade nas batalhas.

Dragon Ball: Sparking! ZERO

No entanto, onde a sensibilidade antiquada mais fica evidente é na vasta seleção de personagens. O jogo adota a filosofia de priorizar quantidade em vez de qualidade, o que significa que a grande maioria do elenco é idêntica entre si, variando somente em algumas questões de status — e há figuras aparentemente fracas, mas com habilidades bastante quebradas, como Yajirobe.

Esse elemento deixa claro que o game é o famoso produto “de fã para fã”. Em outras palavras, o quanto você vai gostar dele depende muito mais de seu gosto por Dragon Ball e seus produtos derivados do que das qualidades intrínsecas da experiência. Pessoalmente, considerado que o título é uma boa experiência casual, ideal para os momentos que “não quero pensar muito”, mas a falta de profundidade me impede de considerá-lo algo essencial.

Em resumo, Dragon Ball: Sparking! ZERO é um jogo típico da era do PlayStation 2: ele entrega horas de diversão descompromissada, mas que não quer ser mais do que um conjunto de batalhas, explosões e momentos impactantes. E, muitas vezes, isso é tudo de que você precisa após um dia estressante de trabalho.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm