Análise: El Hijo: A Wild West Tale - Neo Fusion
Análise
El Hijo:
A Wild West Tale
20 de janeiro de 2021
El Hijo foi fornecido pela publicadora HandyGames para a realização desta análise.

Desenvolvido pela Honig Studios em parceiria com a Quantumfrog, El Hijo é um jogo de furtividade que leva bastante a sério o gênero a que pertence. Enquanto experiências que vão de Metal Gear Solid a Mark of the Ninja sempre oferecem alguma forma de agir de maneira letal, aqui não há essa opção: sombras, obstáculos e planejamento vão ser suas melhores armas para chegar ao final de cada fase.

Adotando uma estrutura linear baseada em níveis, El Hijo conta a história de uma criança de 6 anos que vê sua casa ser incendiada por bandidos. Sua mãe, responsável por cuidar de você, o deixa sob o olhar vigilante de padres enquanto tenta por conta própria descobrir onde os vilões estão escondidos para acabar com ele. Pouco paciente, você decide fugir do lugar que deveria protegê-lo para ir atrás de sua mãe — e dos bandidos — por conta própria.

Narrativa e gameplay que combinam

O fato de estarmos controlando uma criança de 6 anos serve muito bem aos propósitos narrativos e ao gameplay do jogo. Embora conte com algumas ferramentas (como estilingues e brinquedos de corda que fazem som alto), o jovem fisicamente não apresenta ameaça nem para um velho padre. Isso ajuda a convencer sobre a proposta do game e a adotar o quanto antes a filosofia de que não ser visto é a melhor solução possível.

El Hijo

O que torna El Hijo particularmente interessante é que, de certa formula, ele consegue repetir com puzzles uma velha tática da Nintendo. A fórmula dos desafios é quase sempre a mesma: primeiro encaramos uma versão simples dele, que se torna mais complexa conforme a fase progride. Quando a ideia parece que chega à sua exaustão, ela sai de cena para dar ideia à outra — com chances de voltar no futuro de forma mais complexa.

Essa decisão de gameplay garante o interesse contínuo do jogador, que sempre encontra uma nova maneira ou contexto para aplicar o que aprendeu e as ferramentas que desbloqueou. Também ajuda o fato de que El Hijo traz uma experiência generosa em seus checkpoints, normalmente localizados logo no início ou no final de um desafio. Com loadings rápidos, falhar não se torna um processo penoso, o que estimula a pensar “fora da caixa”, especialmente quando os recursos especiais (que surgem em quantidade escassa) estão esgotados.

Desafios suaves

No entanto, essa generosidade também traz como consequência o fato de El Hijo se tornar um jogo praticamente sem desafios. Como a punição por falhar é mínima e os desafios apresentados não são especialmente pesados, quem procura por algo mais desafiante pode se sentir desestimulado a prosseguir muito.

El Hijo

O que acaba trazendo uma dose adicional de desafio são os objetivos secundários de cada fase, que envolvem interagir com outras crianças. Espalhadas por pontos-chave do cenário, elas quase sempre estão localizadas em áreas bem vigiadas ou com poucos lugares próximos onde é possível se esconder com segurança.

Assim, para conseguir interagir com todas elas, muitas vezes você precisa pensar um pouco “fora da caixa” ou usar com inteligência os itens de seu inventário. Em minha experiência, há fases em que parece que os itens existem justamente para esses momentos, visto que no resto do cenário eles se mostram dispensáveis — o que faz sentido, até para o game não criar pontos impossíveis de progredir caso você não tenha gerenciado bem seu inventário.

Uma experiência de furtividade interessante

El Hijo é um jogo que me pegou de surpresa e chamou a atenção positivamente. Embora os desafios presentes não sejam especialmente intensos, o fluxo de gameplay criado pelos desenvolvedores funciona surpreendentemente bem. Com fases que duram 10 minutos em média, o jogo traz uma experiência leve em que as conquistas surgem em ritmo constante e incentivam a jogar só “um pouquinho mais”.

El Hijo

Com visuais cativantes e uma história básica, mas funcional, sua experiência com El Hijo tem tudo para surpreender quem gosta de um bom game furtivo. Caso você tenha a chance, não perca a oportunidade de conferi-la.

Leia também

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm