Doom é um dos jogos mais importantes da história, sem dúvidas. O jogo de John Romero foi um grande influenciador nos anos 90 e diversos jogos vieram no seu encalço, seja naquela época, seja ainda nos dias de hoje. Fashion Police Squad é um desses jogos, mas é um daqueles que transformam essa influência em algo completamente diferente e ousado. E o resultado? É mais surpreendente do que imagina.

Em Fashion Police Squad você faz parte de uma espécie de esquadrão policial da moda, combatendo a falta de senso de estilo na cidade, ao invés de criminosos. Todos aqueles que pensarem em agredir a moda vão ser punidos pelo esquadrão. Para isso, você tem uma arma especial que traz estilo e cor a todos que estiverem se vestindo mal. O jogo funciona como um shooter em primeira pessoa com gráficos que lembram muito clássicos como o já citado Doom e Duke Nukem, adotando uma identidade retro noventista que por mais estranho que pareça conversa muito bem com a proposta.

As missões são simples e avançando pelas 13 do jogo você vai enfrentando inimigos cada vez mais desafiadores que querem lutar pelo seu direito de serem bregas, enfrentando tipos variados de inimigos e os derrotando com diferentes poderes da sua arma especial de moda. O humor é um elemento constante no jogo e suas sacadas, piadas e diálogos são bastante engraçados, já que em momento algum a história se leva a sério, abraçando bastante o absurdo que Fashion Police Squad é.

Outra coisa muito interessante aqui é o show de referências que o  game possui, não só em suas inspirações para construir o gameplay e a estrutura geral dele, mas também no comportamento de seus personagens. O Sargento Des, personagem principal do qual controlamos durante a campanha, em alguns momentos lembra muito Axel Foley, personagem clássico de ‘’Um Tira Da Pesada’’, interpretado pelo saudoso Eddie Murphy. É possível também ver referências a outras jogos e até a mangás, como Jojo`s Bizarre Adventure e suas famosas poses. Isso em momento algum tira a originalidade de Fashion Police Squad, que é um jogo que respira criatividade em todos os momentos. Seus cenários são vibrantes, variados e todos muito bem construídos, com construções malucas e bizarras a cada esquina.

A trilha sonora é verdadeiramente muito boa, eu me peguei  diversas vezes batendo o pé no chão no ritmo das músicas que tocavam durante as missões. É perceptível o quanto o  trabalho do estúdio Mopeful Games é bom e dá a impressão que mesmo em uma proposta de jogo tão inusitada eles estavam confiantes diante de suas ideias e isso com toda certeza contribuiu no processo de criação do jogo.

Fashion Police Squad não é um jogo longo e dependendo da sua habilidade pessoal em shooters, é possível terminar com 2 ou 3 horas de jogatina, já que as missões são curtas, porém frenéticas. Isso também não é um problema no geral, mas pode acabar frustrando alguns jogadores, já que como o jogo tem curta duração, a escala de dificuldade acontece rapidamente, fazendo com que quem estiver jogando pode se deparar com uma missão muito mais difícil que a anterior sem ao menos ter se preparado para algo com um nível de desafio tão alto. Isso pode causar alguma frustração, mas é bastante relativa, conduto, a desenvolvedora poderia ter se atentado melhor a esses detalhes.

Apesar de achar que um jogo curto, principalmente dentro de uma proposta como essa é sim um fator muito positivo, eu também tive a impressão de que o jogo poderia ser um pouco maior. Evidentemente, não precisavam aumentar demais, mas, uma hora de jogatina a mais poderia ter sido de grande benefício para ele, pois pelo menos na minha experiência com ele, não achei que seu fator replay fosse alto, ao menos caso tenha o hábito de buscar por platinas.

Fashion Police Squad é um jogo inusitado, mas muito bom. A primeiro momento, é até compreensível não o levar a sério, mas é justamente o seu tom descompromissado e debochado que faz dele um jogo interessante. As poucas horas que estive com ele foram ótimas e caso esteja procurando algum jogo leve, divertido e que possa te proporcionar boas risadas, deveria olhar com carinho para esse título, que entrega exatamente o que é proposto e apesar de uns pequenos deslizes, é uma experiência muito agradável.