Análise: Fight'N Rage - Neo Fusion
Análise
Fight'N Rage
28 de fevereiro de 2023

A estática de um monitor CRT assume formas bem interessantes, mas a principal característica dela é a tentativa, em 2023, de causar nostalgia. Muitos entusiastas de videogames, hoje em dia, são filhos do fliperama, contando histórias variadas que remetem a um tempo em que a socialização física a partir dos jogos era muito mais possível.

Eu, pessoalmente, sou completamente apaixonado por jogos antigos, então sempre que um novo título com esse apelo é lançado corro para tentar jogá-lo. Assim foi com Fight’N Rage, que tem em seu começo uma animação que remete aos fliperamas clássicos e a estática dos monitores CRT – mas contando com muito mais coisa em um pacote sensacional.

Luta de rua é bom, e em Fight’N Rage é ainda melhor.

Fight'n'Rage

Antes de abordar mais do jogo, eu quero só fazer um comentário sobre a origem do título: sul-americana, mais especificamente do Uruguai, o que dá ao game um tom muito mais especial para mim: estamos falando de um desenvolvedor (sim, o jogo é feito por uma única pessoa) que potencialmente tiveram a mesma vivência que eu ou você, leitor, nos anos 1990 e começo dos 2000 – máquinas de fliperamas espalhados em bares em que nossos pais iam beber e, com uma porção de batata frita, mãos engorduradas e cadeiras de plástico, traçavam nosso dia a dia nostálgico e hoje em dia não tão presente.

A estática de CRT mais os vários momentos que lembram o processo de jogar num gabinete de arcade é bem interessante, na verdade – e me fez, antes de começar o jogo de fato, pensar que tratava-se de algo que só apelaria para uma nostalgia cultural mesmo. Estava muito enganado.

Embora sim, os gráficos remetam a esse período tão específico, o que realmente presenciamos em Fight’N Rage é uma mistura genial de Final Fight e Streets of Rage mas que vai muito além, com um complexo sistema de batalha cheio de combos que, sinceramente, aproxima-se dos melhores do gênero atualmente, como o próprio Streets of Rage 4 e TMNT: Sheeder Revenge.

Os três personagens disponíveis contam com movimentações e golpes suficientemente diferentes que funcionam perfeitamente para adicionar variedade, e que contam com diversos ataques direcionais que permitem combos variados e divertidos, além de uma fluidez absurda e que sinceramente me fez preferir ele aos outros jogos atuais do gênero.

O que me deixou mais curioso, porém, é algo quanto ao tutorial do jogo: ele só é liberado com dinheiro obtido jogando o modo arcade, fazendo com que antes o jogador já tenha uma experiência mínima com o gameplay para então descobrir os seus detalhes.

É uma fórmula bem interessante, confesso. Com o tutorial me mostrando o que eu sabia por ter pego o jogo sem nenhuma instrução ao mesmo tempo que foi me explicando detalhes que podiam aumentar ainda mais os combos e fazer com que andar nas fases se torne um passeio marcial imenso e empolgante.

Os inimigos, ainda por cima, tem grande variedade e parecem ter sido feitos a mão para testar diferentes combos – no caso, a abordagem que funciona com um muitas vezes não funcionará com outros, necessitando que o jogador comece a pensar em outras formas até “solucionar o quebra-cabeça”. 

Tudo isso transforma Fight’N Rage em uma das experiências de videogames mais divertidas que tive em 2023 até agora. Recomendo tanto para fãs do gênero quanto para os nostálgicos, mas acima de tudo também novos jogadores que querem entender a magia desse tipo de jogo – ele trabalha de forma extremamente genial tudo que é importante e que transforma o título em um dos principais expositores modernos dessa lembrança dos anos 1990. 

Fight'N Rage é um dos jogos mais interessantes de beat'em'up lançados recentementes. Se tiver oportunidade, jogue-o

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm