Em Fallout 4 existe uma quest na qual o jogador precisa visitar uma lanchonete administrada por um robô do tipo Mister Handy. Até aí, nada demais, já que isso parece apenas uma missão envolvendo escolhas de diálogo a fim de obter alguma informação. A questão, no entanto, é que além da lanchonete estar recheada de cadáveres sentados em cada mesa, o simpático robô pergunta ao nosso personagem como deveríamos ser servidos, isto é: picado, fatiado ou triturado? E aí a grande curiosidade – a pergunta na real é sobre como nós deveríamos ser servidos de prato principal.
Godlike Burger é um jogo que parece seguir exatamente a premissa dessa quest do game da Bethesda, mas com papéis invertidos: somos o encarregado de administrar uma hamburgueria interplanetária e cuidar não só da cozinha, mas do suprimento de carne para hambúrguer – matando os próprios clientes sorrateiramente para mantermos a geladeira cheia, é claro. O game tenta ser uma mistura de Overcooked e Hitman com uma pitada de humor negro e, infelizmente, tem um sistema de progressão que deixa muito a desejar e um loop de gameplay repetitivo e que se torna desinteressante com o tempo.
Godlike Burger traz uma história simples contada através de tirinhas. Você é um chef que resolve montar uma hamburgueria e passar de planeta em planeta para realizar seu sonho de ser dono de um grande e famoso restaurante ao mesmo tempo que esconde seu ingrediente secreto – ou alguma coisa do tipo… honestamente não passei muito tempo prestando atenção no que rola aqui e é claro que o grosso desse jogo está no gameplay.
Assim como em Overcooked, Godlike Burger começa com um tutorial que te dá o passo a passo de como administrar o lugar. Você recebe os clientes, aceita os pedidos, pega os ingredientes, monta os lanches e os entrega para serem degustados. Em seguida, aprende quais os melhores momentos para assassinar cada cliente, que é necessário lavar sua roupa ensanguentada para que ninguém desconfie de você e também como é importante consertar seus equipamentos (sim, eles quebram). O jogo também introduz um sistema de “procurado” à moda de Grand Theft Auto e outros sisteminhas envolvendo gorjeta, avaliação online do restaurante, invasões alienígenas e coisas do gênero.
O meu primeiro problema com Godlike Burger começa justamente no início: além dos pedidos serem infinitamente mais fáceis de se montar do que em Overcooked, o tutorial em si é horroroso. Esse tutorial não só é apresentado com uma interface de usuário feiosa como também despeja um monte de informação no jogador sem parar. Não há cadência ou ritmo para realmente aprender as mecânicas do jogo de forma agradável o que deixa todo o processo mais parecido com a leitura de um manual de instruções totalmente sem graça do que um ensinamento dinâmico das mecânicas que permeiam a jogatina.
Sendo completamente justo, nem tudo nesse loop de gameplay é ruim. Godlike Burger apresenta sim ideias válidas como todo o teor estratégico que vem com a decisão de qual cliente assassinar, qual método utilizar (armadilhas? simplesmente picotar com o cutelo?) e também o lance de ter que atender bem quando críticos vierem visitar o restaurante. Há três grandes objetivos no game, sendo eles ganhar dinheiro, aumentar prestígio e completar os desafios de cada planeta a fim de progredir para o planeta seguinte.
Os desafios propostos são aleatórios, variando desde assassinar um número específico de clientes, matar membros de uma determinada espécie, até desafios tediosos que pedem que o jogador acabe com os cobradores de dívidas, tenham determinado ranking de prestígios e outras coisas que basicamente pedem uma grande quantidade de grind.
Há também um elemento meio roguelike: podemos viajar para planetas diferentes conforme adquirimos sucesso e completamos desafios, mas, caso acabemos presos ou mortos, voltamos para o planeta inicial, mas com todos os upgrades já conquistados. É legal nas primeiras horas, mas fica repetitivo rápido. Talvez tudo isso ficasse mais divertido se o jogo tivesse multiplayer.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm