Batman é sem dúvidas um dos maiores ícones da cultura pop mundial, e sempre esteve presente nos videogames. No entanto, fora Robin, os personagens que o ajudam nunca conseguiram atingir uma grande popularidade fora dos quadrinhos e desenhos animados. Assim, a decisão de fazer com que Gotham Knights fosse protagonizado por Asa Noturna, Capuz Vermelho, Batgirl e Robin foi um tanto surpreendente.
A escolha um tanto quanto única, porém, não é o suficiente para sustentar um jogo que parece ter dúvidas do que realmente quer ser. Confira nosso review:
Para justificar o fato que o jogo ambientado em Gotham não tem Batman como um personagem jogável, Gotham Knights mata Bruce Wayne em sua cutscene introdutória. O que se segue, então, é uma sequência de funeral com os quatro ajudantes tristes e contemplativos com a morte de seu mentor, e com o jogador escolhendo qual deles será controlado inicialmente.
Depois de um tutorial de cerca de uma hora que mostra o combate, a resolução de puzzles investigativos e um pouco do mundo aberto do jogo, o multiplayer é liberado e o verdadeiro jogo se inicia. Ele se baseia em um loop de gameplay em que o jogador deve ficar escolhendo entre ir para a base de operações dos heróis, reunir pistas, seguir casos principais e impedir pequenos crimes e histórias paralelas no mundo aberto da cidade de Gotham.
No papel, de certa forma, o game lembra bastante a série Arkham — só que a realidade é outra. Gotham, enorme e muitas vezes lembrando a cidade de Arkham Knight (mesmo o jogo não se passando na mesma realidade) não é tão interessante ou com eventos suficientes para os personagens tenham uma boa variedade do que podem fazer. A movimentação não é das melhores também, já que a falta da capa do Batman torna o planar inexistente em um primeiro momento, e, mesmo quando alguns upgrades são liberados mais para frente, ela ainda não parece tão intuitiva, tornando a situação um tanto maçante.
O combate é outro elemento que muito me decepcionou – embora cada personagem tenha suas vantagens, como Capuz Vermelho sendo mais focado em lutas a longa distância e o Robin sendo mais furtivo, existe um certo peso inexplicável no apertar dos botões e na ação aparecendo na tela. Isso faz com que toda fluidez e diversão possível acabe se tornando algo que resulta em uma situação estranha e desconfortável.
Além disso, o jogo não consegue se decidir entre ser um beat’em’up ou RPG, já que a procura por equipamentos melhores para aumentar o nível de habilidade dos personagens também é parte integrante do jogo – e sinceramente, isso é bem chato. No fim das contas, o sistema de combos, que até é interessante, ainda depende de números maiores para funcionar de forma satisfatória — algo que parece herdado do jogo dos Vingadores lançado em 2020.
Existe outra coisa que eu não posso deixar de citar, por mais que vá contra muito das minhas opiniões de videogame: o fato que o jogo, no PS5, está rodando a 30FPS (isso também acontece no Xbox Series X|S).
Sinceramente, tendo tido a oportunidade de jogar Gotham Knights e ver tudo que ele oferece, a decisão não me parece fazer sentido – mesmo que seja pelo gameplay multiplayer ou qualquer outra coisa do tipo. O jogo não tem visuais tão absurdos ou mesmo tantas coisas acontecendo que justifiquem a estranha decisão, que impacta demais a fluidez geral do jogo.
Reclamações como o estranho peso dos golpes, por exemplo, poderiam ser resolvidas com a maior taxa de quadros, assim como o gameplay na Batmoto, não citado anteriormente no review mas que se torna maçante e parece não ter intensidade. Os 60 FPS, talvez, não resolveriam totalmente essa questão, mas pelo menos deixariam ela menos evidente.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm