Lançado originalmente para o Apple Arcade em 2022, Horizon Chase 2 é a sequência do aclamado Horizon Chase/Horizon Chase Turbo, jogo brasileiro que procura resgatar aquele tipo de corrida arcade que tornou jogos como Out Run, Virtua Racing e Top Gear grandes clássicos das décadas de 80 e 90.
Aqui no Neo Fusion, nós já cobrimos aquela versão original de HC2 para os dispositivos da Apple, mas claro que não poderíamos deixar de dar uma olhada no relançamento do game, que chega no dia 30 de maio de 2024 para os consoles da Sony e da Microsoft. Este review foca especificamente na versão de PlayStation 5.
Horizon Chase 2 traz três modos de jogo: Volta ao Mundo, Playground e Torneio. A Volta ao Mundo é basicamente a campanha do game. Nela, nós competimos em pistas espalhadas por seis países – EUA, Brasil, Marrocos, Itália, Tailândia e Japão – e é bem legal ver cidades famosas como São Paulo e São Francisco representadas ao lado de Olinda e Abruzos, por exemplo.
O objetivo principal das corridas é fazer com que o jogador pise fundo no acelerador e chegue em primeiro lugar o mais rápido possível, deixando os oponentes comendo poeira e fumaça de nitro. Mecanicamente, Horizon Chase 2 é bastante simples: escolha um carro, corra nas pistas, domine as curvas, aprenda a técnica de drift e utilize o nitro nos momentos mais oportunos (frear é praticamente desnecessário).
Ao longo de cada corrida, busque também pegar recargas de nitro e moedinhas azuis – usadas para desbloquear melhorias dos veículos e troféus especiais. Uma mudança em relação ao primeiro Horizon Chase, aliás, é que agora não mais precisamos nos preocupar com o combustível dos carros: o foco é realmente correr o mais rápido possível e o senso de velocidade é facilmente o melhor aspecto desta sequência.
Cada um dos seis países citados ali em cima é dividido em três regiões, sendo que cada uma delas traz de três a cinco pistas, com algumas guardadas para um modo de “time trial”, onde as moedinhas azuis são substituídas por reloginhos que cortam o tempo transcorrido a fim de dar um melhor desempenho à cada volta do jogador. Há também algumas pistas de volta única que são algumas das melhores do jogo todo.
Já no modo Torneio, o objetivo é competir em três níveis de dificuldade (Amador, Profissional e Mestre) desbloqueados com o progresso do modo Volta ao Mundo. Cada nível traz 4 competições com 4 corridas, totalizando 16 pistas por nível. Ao conquistar os níveis, liberamos cosméticos para os carros. Não é nada muito uau, mas é um modo legal para quem deseja desbloquear tudo do game.
E, finalmente, o modo Playground é onde as corridas online (com crossplay) e multiplayer (que pode ser local com até 4 jogadores) se desenrolam, trazendo desafios e competições específicas, indo desde correr sem utilizar o nitro a se aventurar em pistas com condições climáticas diversas, correr sem bater, etc. Avançar no Playground libera ainda mais cosméticos e carros para usarmos nos outros modos do jogo e por aí vai.
Meu problema com Horizon Chase 2, no entanto, começa aqui. Por mais visualmente belo – de verdade, há muita coisa de bom gosto, desde o design das pistas, o estilo de arte e até a forma como as condições do tempo mudam no decorrer de cada corrida – e bem intencionado que o game seja, eu nunca me senti verdadeiramente desafiado nele. Foram pouquíssimas as vezes que não obtive primeiro lugar em cada pista, inclusive nas últimas fases, que supostamente deveriam ser mais desafiadoras.
As pistas são sim baseadas em lugares interessantes e trazem uma releitura fantasiosa com bastante charme, mas isso não é o suficiente para me manter engajado o tempo todo. Horizon Chase 2, infelizmente, começa a me cansar rápido porque ele é super repetitivo em tudo que oferece. Não ajuda que também não gostei nadinha da trilha sonora (que, veja só, é repetitiva). Acho bizarro que ela seja composta por Barry Leitch (o cara por trás da trilha de Top Gear e do primeiro Horizon Chase) e soe tão sem inspiração para mim, quase sempre com o mesmo ritmo e as mesmas batidas.
Claro, eu não estou esperando uma complexidade e variedade nível Gran Turismo – este nem é o objetivo do game – mas mesmo como um jogo de corrida arcade, a novidade esfria rápido. Cada corrida acontece sempre do mesmo jeito: acelere o máximo que puder, faça as curvas (sempre muito parecidas umas com as outras) e tente pegar as moedas…
O que tudo isso diz para mim é que Horizon Chase 2 meio que não funciona como um jogo de console. Dá para perceber que suas origens ficaram muito fincadas nos dispositivos móveis e que o game seria melhor aproveitado em curtas sessões, num passatempo bem pick up and play. Num console de mesa, ele fica muito aquém do seu verdadeiro potencial e perde um tanto da alma que o primeiro jogo da franquia tinha.
O maior pecado de Horizon Chase 2 nos consoles – e especificamente no PlayStation 5, que foi onde joguei para esta análise – é que ele é bugado. MUITO bugado.
Horizon Chase 2 tem sim aspectos técnicos positivos, como rodar consistentemente a 60 fps, ter uma resolução alta, carregar rápido e tudo o mais… mas o jogo também acabou deixando muito a desejar no departamento de áudio. Foram inúmeras as vezes em que “estralos” esquisitos rolavam no som. Diversas as vezes em que o barulho do motor do carro ficava muito mais alto do que o resto dos efeitos sonoros e… diversas as vezes em que eu recomeçava alguma corrida e a música simplesmente desaparecia sem nenhum motivo aparente e recomeçava só quando a corrida acabasse ou o loop reiniciasse.
Eu também não gostei muito de como o DualSense foi implementado no game. O jogo basicamente opta por fazer o controle vibrar sem muita nuance. Ele fica sempre num estado de “não vibração” e num de “vibrando pra cara***” a ponto de eu fazer algo que praticamente nunca faço nos jogos: desligar a função.
Além disso, quando eu estava na metade da campanha, o jogo inexplicavelmente crashou cinco vezes seguidas comigo, a ponto de eu quase desinstalá-lo e instalá-lo de novo, mas o problema aparentemente se resolveu sozinho, me permitindo finalizar a campanha… isso até eu abrir o game novamente minutos antes de escrever esta análise para capturar algumas imagens e ele crashar novamente no menu. Bizarro. Espero que tudo isso seja corrigido com patches rapidamente.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm