Alguns jogos já tentaram usar live-action com atores reais para contar suas histórias, mas nem todos souberam usar esse elemento a seu favor. Felizmente, há exceções. Uma delas é Not For Broadcast, que esbanja criatividade e uma narrativa fundamentada em um conceito político — com uma dose generosa de humor britânico.
Desenvolvida pela NotGames, Not For Broadcast coloca o jogador na pele de Alex Winston, um funcionário de um canal de TV local responsável por dirigir as câmeras do jornal da grade, o The National Nighly News (NNN), no final dos anos 80. O “Jornal Hoje” fictício traz as principais notícias do dia, além de entrevistas especiais com personalidades da mídia e atrações ao vivo. O que se descobre ao longo das edições dos programas é que tudo não passa de um circo televisionado.
Ao entrar na sala de transmissão, Alex possui alguns comandos ao seu dispor. É possível mudar entre quatro telas, censurar palavrões (ou discursos rebeldes rejeitados pelo seu chefe), observar as alternativas entre a tela de gravação e a tela de exibição para o público e controlar a frequência do sinal, geralmente muito instável. Tem dias que é preciso fazer tudo ao mesmo tempo e lidar ainda com algum obstáculos exterior — o calor excessivo, o ataque de corvos na torre, a falha de alguns botões. Mas tudo fica nas mãos de Alex e ele deve fazer o que lhe foi orientado.
Existem dois âncoras do jornal que são os rostos mais conhecidos para o jogador: Jeremy Donaldson e Megan Wolfe. Conforme a trama avança, mudanças são feitas no telejornal, assim como os temas abordados. Isso porque o jogo se adapta às escolhas narrativas feitas na campanha. Uma representante do Advance, partido de extremista com atitudes tiranas, é eleita pelo povo. Quanto mais ações do governo entram em vigor, mais pessoas se revoltam. Surge então a Disrupt, um movimento reacionário que se opõe aos efeitos causados pela Advance.
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O papel do jogador como Alex Winston é decidir qual caminho tomar. Tocar uma fita dos chamados rebeldes em rede nacional? Ou continuar a transmissão da sociedade perfeita pautada pela Advance? Entre uma ação e outra, Alex é desafiado também pela própria família, fora das câmeras.
Essa sequência é mostrada quase como uma agenda. Os dias são contabilizados num calendário imaginário desde o início do personagem na empresa. Logo, alguns cenários começam a surgir: o irmão de sua esposa, Sam, pode tornar um empecilho por acreditar estar ficando pobre; suas contas não fecham mais no fim do mês; uma crise no relacionamento afeta sua relação em casa, dentre outros mais.
Em certos diálogos, é possível escolher entre duas respostas, mas essa rotina de Alex é limitada a uma jogabilidade repetitiva, que não traz uma recompensa significativa para o jogador. Os melhores momentos do jogo estão justamente na exploração do ridículo em tela enquanto uma batalha política é travada ao fundo. Ao mesmo tempo que Not For Broadcast é muito criativo, o título peca pela redundância e repetição de elementos nas quase 9 horas de campanha.
Entre um jornal e outro, surge alguma joia divertida. Os momentos mais divertidos são as performances ao vivo, especialmente as musicais. Filmar um “circo pegando fogo” não poderia ser mais esdrúxulo possível. E em todas as esquetes está o carregado humor britânico, mais escrachado, mais camp (como em Alan Wake).
Se o “simulador de Boninho do BBB” soa engraçado como ideia, em Not For Broadcast ele se torna uma jornada do pesadelo com pitadas de comédia. Se por no lugar de Alex é cruel não só pelo contexto que ele vive, mas pelo simples fato de que ele está ali por um mandado superior — o do chefe dele e o do jogador que o controla.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm