Análise: Pac-Man World Re-Pac - Neo Fusion
Análise
Pac-Man World Re-Pac
8 de setembro de 2022
Cópia digital da versão de PS5 cedida pela Bandai Namco Brasil.

Quando Pac-Man World: 20th Anniversary foi originalmente lançado para o primeiro console PlayStation, o simpático protagonista já acumulava — como o próprio título sugere — quase 20 anos de fama desde seu primeiro jogo exclusivo a fliperamas. Mesmo com uma bagagem cultural relevante, a primeira entrada 3D do Come-Come não se destacou como um dos grandes sucessos de crítica e vendas naquele momento — especialmente por sua falta de ambição quase na virada do milênio.

Porém, para pessoas como eu, o produto de 1999 possui grande valor sentimental: perdi as contas de quantas vezes o joguei na companhia do meu irmão mais novo durante nossa infância. Sendo assim, é natural que eu estivesse ligeiramente empolgado para conferir o que havia sido feito em Pac-Man World: Re-Pac — e já adianto que fiquei muito satisfeito com o tratamento recebido na nova versão.

Simples, porém divertido

A premissa de Pac-Man World é simples: ao chegar em casa para sua suposta festa surpresa de 20 anos, o protagonista se choca com o desaparecimento de sua família, partindo logo em seguida para resgatá-los na Ilha Fantasma, onde toda a aventura se passa. Praticamente todos os elementos do clássico de 1980 estão adaptados para o jogo de plataforma do PS1, mas o objetivo vai muito além de comer todas as “bolinhas” na tela e acumular pontos.

As fases estão dispostas em seis áreas temáticas — piratas, ruínas, espaço sideral, tenda circense, fábrica e mansão —, havendo também um desafio de chefe ao final em cada uma. Em cada estágio, há seções com fantasmas que devem ser derrotados, frutas que precisam ser encontradas para desbloquear trechos e ativar mecanismos e letras que podem ser coletadas para dar acesso a uma fase bônus.

Porém, os desafios e a estrutura das fases são simples até demais: correr em determinada direção, bater no chão ou realizar um arremesso de “bolinhas” são as únicas opções para lidar com as ameaças da fase enquanto nadar e pular acabam sendo ações para travessia e fuga. Agilidade e precisão acabam tendo um papel mais fundamental caso você almeje atingir 100% dos objetivos em todas as fases — incluindo os modos Maze e Classic —, mas nada que um pouco de treino não resolva.

Mais bonito e agradável do que nunca

Chegamos, enfim, ao remake de 2022. Logo de cara, é possível notar as mudanças visuais: os cenários estão mais detalhados e os personagens mais carismáticos graças às novas animações. Não é possível notar imperfeições de contorno, graças aos novos modelos e às técnicas de anti-aliasing aplicadas na versão de PlayStation 5. As cores são suficientemente vibrantes nessa nova versão — especialmente quando o HDR está ativado em televisores mais modernos.

Os controles foram adaptados para parecerem mais instintivos e precisos. É possível correr em múltiplas direções, nadar com mais facilidade usando apenas um botão para emergir e também destruir os cenários quando controlamos o Pac-Man gigante após coletar uma “super bolinha”. A fluidez e o tempo de carregamento são notavelmente bons e contribuem bastante para a qualidade da experiência.

Algumas fases tiveram seções modificadas para tornar os desafios um pouco mais acessíveis, mas nenhuma delas foge muito do que eu estava familiarizado na infância. As batalhas contra chefes, por outro lado, têm mudanças mais significativas com elementos visuais e de combate exclusivos à nova versão.

Por último, fiquei bastante surpreso com o preço do jogo no Brasil: R$150 nos consoles e R$130 na Steam. Em uma era na qual remakes como esse abusam da nostalgia para lucrar sem medo de possíveis consequências, a Bandai Namco mandou bem tanto no preço lá fora quanto na localização deste para a realidade brasileira.

É muito fácil recomendar Pac-Man World: Re-Pac para alguém experiente no jogo original de 1999. Há uma familiaridade satisfatória em tudo que a nova versão propõe, mas também um equilíbrio para modernizar o que havia de necessário. Para quem nunca o jogou, porém, fico receoso quanto à sua qualidade de conteúdo frente a outros gigantes do gênero de plataforma. Portanto, mantenha suas expectativas cientes de que este é jogo deveras simples, que a diversão provavelmente será garantida.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm