Análise: Pokémon Sword & Shield: The Isle of Armor - Neo Fusion
Análise
Pokémon Sword & Shield: The Isle of Armor
14 de julho de 2020
Cópia digital do passe de expansão (Pokémon Shield) gentilmente cedida pela Nintendo.

A franquia Pokémon já experimentou diversas formas de distribuir conteúdo adicional em sua linha principal de jogos. Da primeira à quarta geração, terceiras versões mais completas e atualizadas ditaram o ritmo de uma época. Já a quinta e a sétima gerações, por sua vez, apostaram em sequências numeradas com uma nova trama, aproveitando personagens e conceitos temáticos já conhecidos. Por último, temos uma sexta geração que se limitou aos originais Pokémon X e Pokémon Y.

Anunciados no início de 2020, os passes de expansão para Pokémon Sword e Pokémon Shield representam uma mudança muito bem-vinda tanto do ponto de vista mercadológico quanto para o jogo propriamente dito. O primeiro DLC chegou ao Switch há poucas semanas, mas tem recebido muitos elogios por parte do público casual e competitivo.

Um bom lugar à beira-mar galariana

Eu tenho certeza que meu trocadilho com o título da poesia de Dorival Caymmi vai soar muito mais infeliz do que gostaria, mas verdade seja dita: The Isle of Armor é agradável e relaxante como acordes e versos de bossa nova. O trem das onze desta vez parte de outra estação que não Wedgehurst local onde somos apresentados ao caricato Avery (ou Klara no caso da versão Sword) —, com nossa travessia conduzida pelo já conhecido Corviknight.

Ainda ambientada na região de Galar, a nova ilha e seus arredores além-mar combinam ambientação tropical à temática das artes marciais. Enquanto alguns buscam refúgio de regiões mais distantes para aproveitar todo o conforto litorâneo presente por aqui, outros parecem suficientemente dedicados e preparados para encarar os desafios do Master Dojo.

O edifício de treinamento, comandado pelos habilidosos Mustard e Honey, abriga candidatos de diversas idades e regiões com uma única finalidade: oferecer tutoria a um número limitado de alunos que desejam se tornar ainda mais fortes como treinadores. Somos desafiados a cumprir diferentes objetivos ilha afora. Infelizmente, as poucas missões são excessivamente fáceis para jogadores e jogadoras que já finalizaram a aventura e o pós-jogo em Sword e Shield.

Liberdade tem seu preço

Durante a campanha principal (jogo base), gastei algumas dezenas de horas caçando e evoluindo criaturas na Wild Area — que funciona como um hub entre duas importantes cidades de Galar. Os ambientes, porém, pareciam ligeiramente desconexos da estrutura linear e simplista presente na maioria dos cenários do jogo. A Ilha da Armadura apresenta uma extensão desse conceito, permitindo que os quatro cantos da ilha sejam minuciosamente explorados com movimento livre da câmera.

Os ambientes da ilha tem transições sutis entre um tipo de vegetação e outro, extinguindo as recorrentes telas de carregamento entre uma rota e uma caverna, por exemplo. A missão de caça aos Digletts só se torna uma atividade divertida e prazerosa por conta do formato “inteiriço” da ilha — que só irá interromper sua jornada caso você mesmo queira.

Se por um lado é uma adição bem-vinda ao engessado padrão da franquia, as decisões executadas em The Isle of Armor ainda representam um passo muito curto quando observamos o escopo e as motivações presentes na ilha. Nem sempre maior significa melhor (vide jogos de mundo aberto extremamente vazios do ponto de vista artístico), mas certamente esse DLC se beneficiaria de um destino um pouco mais vasto e denso em conteúdo.

Nova Pokédex, velhos companheiros

Uma boa notícia para os “complecionistas” (e fãs mais puristas da franquia) é uma nova Pokédex que traz de volta criaturas já conhecidas e que se aproxima cada vez mais do (ambicioso) desejo da National Dex em alta definição. Além disso, visitantes de Alola são constantemente encontrados nas imediações e podem oferecer formas raras de Pokémon obtidos em títulos mais recentes.

Do ponto de vista competitivo, mudanças inclusivas no metagame beneficiam certos tipos de equipes, habilidades e itens que antes se encontravam em desvantagem. Bulbasaur, Squirtle e outros monstrinhos da primeira geração voltam com formas Gigantamax para suas evoluções finais, podendo andar ao lado do treinador após progredirmos na missão principal.

O diferencial em The Isle of Armor é certamente a Max Soup, prato que transforma alguns dos nossos companheiros favoritos em Gigantamax. Com esse recurso, não precisamos mais nos preocupar em participar de Max Raid Battles para a chance de obter aquele Pokémon desejado com apenas uma tentativa de captura. Além do mais, você pode oferecer o ensopado àqueles Pokémon que carrega com afeto desde os velhos tempos de GBA.

The Isle of Armor é um bom conteúdo adicional que poderia oferecer ainda mais missões e localidades exploráveis na ilha. É animador imaginá-lo como um bom ensaio do que poderemos ver futuramente na franquia. Só o que nos resta é aguardar pelos mistérios de The Crown Tundra, segunda expansão ainda em desenvolvimento.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm