Análise: R-Type Final 2 - Neo Fusion
Análise
R-Type Final 2
30 de junho de 2021
Cópia digital da versão PC cedida pela NIS America.

Jogos que usam a dificuldade como uma de suas principais características tendem a ser polêmicos. Enquanto alguns argumentam que isso faz parte do loop de gameplay e quem não se adapta a isso só deve lamentar, outros diferenciam dificuldades entre “justas” — portanto, compreensíveis — e “injustas”. R-Type Final 2 poderia ser colocado facilmente na segunda categoria, mas isso não é um demérito.

Desenvolvido pela Granzella, esse é o primeiro capítulo da série a chegar ao Ocidente em mais de 10 anos e traz uma jogabilidade que faz justiça a seu legado. Temos aqui um título com visuais modernos, mas com o espírito digno dos arcades clássicos: em outras palavras, um jogo de tiro com progressão lateral que vai fazer você amaldiçoar seus ancestrais a cada vez que morrer por uma pequena desatenção ou erro de cálculo.

O que torna R-Type Final 2 particularmente difícil é o fato de que ele não dá muita brecha para erros. Tomou um tiro? Morreu. Calculou mal o movimento no cenário e tocou no que não devia? Morreu. O jogo até dá uma “colher de chá” ao distribuir checkpoints de maneira bem espaçada em cada uma de suas fases, mas toda vez que você volta a eles terá que abrir mão de qualquer upgrade que tenha coletado.

R-Type Final 2

Em outras palavras, esse é um game que premia o bom desempenho, mas pune severamente quem não ainda não se acostumou com seus controles ou aprendeu os cenários. Ao mesmo tempo em que isso pode fazer com que muita gente desista de jogar, esse estilo de jogo também traz uma grande satisfação quando as coisas dão certo.

E, em R-Type Final 2, elas normalmente tendem a seguir esse caminho mais positivo depois de um grande número de falhas. Pode não parecer inicialmente, mas esse é um jogo repleto de sutilezas e padrões que você pode — e deve — aprender que só são revelados conforme você progride e, inevitavelmente, falha ficando preso em um ponto do cenário após morrer para o mesmo inimigo várias e várias vezes.

Aparência simples, gameplay complexo

O game possui vários aspectos que ajudam a trazer bastante complexidade a seu gameplay. Cada nave escolhida possui suas próprias características, bem como upgrades que se adaptam a cada uma delas — tudo é extremamente customizável, garantindo que você sempre vai encontrar ao menos um modelo que goste de jogar.

R-Type Final 2

Depois de escolher sua nave, é preciso se acostumar com os dois tipos de tiro (automático ou manual) e aprender a usar o sistema que acelera ou diminui a velocidade de movimentação. Tudo isso é relativamente simples até que o system force entra em jogo: essa esfera é o upgrade central de sua nave e pode ser acoplada tanto em sua parte frontal quanto traseira — ou ser deixada navegando solta pelo ambiente.

Além de interagir com sua nave e os upgrades associados a ela, o Force é usado para recarregar a arma especial de sua espaçonave. Para isso, ele precisa ser diretamente exposto aos tiros dos inimigos, criando uma relação de risco e recompensa bastante interessante. Como sua nave é extremamente frágil, qualquer disparo pode significar sua morte — em compensação, cada ataque da arma especial é extremamente poderoso, compensando os riscos envolvidos em encher seu medidor.

Enquanto você não está gerenciando sua nave e decidindo qual upgrade pegar ou não, será preciso lidar com os desafios de R-Type Final 2. Cada uma das sete fases (sem contar com os DLCs) apresenta novos adversários e situações difíceis de prever — ao menos na primeira vez em que você passa por elas. Como um bom jogo arcade, o título confia mais na memória do que nos reflexos rápidos do jogador para garantir que ele vai progredir.

Desafio elevado, mas superável

Minha recomendação é que, se o game se apresentar muito desafiador logo de cara, você diminua o nível de dificuldade. Mesmo na intensidade mais baixa, o título continua sendo complicado de lidar — mas ao menos a quantidade menor de disparos na tela vai ajudar você a entender o que está acontecendo e a aprender as características únicas de gameplay.

R-Type Final 2

E são justamente os elementos da tela os principais desafios de R-Type Final 2 e que depõem um pouco contra ele. É muito comum que a tela fique cheia de explosões, tiros e outros efeitos visuais que confundem um pouco o olhar e contribuem para algumas confusões: um elemento que parece seguro pode tirar sua vida, enquanto outro seguro nem sempre deixa claro que você pode interagir com ele sem problemas.

Apesar da dificuldade do jogo ser um elemento central (note o quanto já escrevi sobre ela até o momento), não consigo dizer que ele é frustrante. Sim, há momentos em que quis desistir de tudo e jogar o controle na parede, mas eles são temporários: com um pouco de atenção e insistência, é possível entender o que está sendo exigido e passar do desafio que deixou você travado durante um tempo — a satisfação gerada por isso dura o suficiente para ainda lembrarmos dela quando uma nova barreira surge pela frente.

Desafiador, complexo e recheado de conteúdos, R-Type Final 2 é um jogo perfeito para quem sente saudades dos “jogos de navinha” que dominavam os arcades há algumas décadas. Frustrante no início, a experiência aos poucos revela aquilo que o jogador precisa fazer para avançar, trazendo uma boa mistura entre desafios e recompensas. Recomendado tanto para fãs de longa data quanto para quem nunca ouviu falar sobre a série, mas está em busca de um desafio capaz de testar suas habilidades como jogador.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm