Análise: Saints Row - Neo Fusion
Análise
Saints Row
22 de agosto de 2022
Cópia digital da versão de Xbox cedida pela Deep Silver.

A franquia Saints Row retorna nesta terça-feira, dia 23, totalmente renovada e deixando para trás grande parte da narrativa de seus antecessores. Porém, ainda continua apostando no tom de humor exagerado com uma história que embora beira o absurdo, acaba se encaixando muito bem para o mundo criado dentro do jogo.

Para que possamos contextualizar, Saints Row se passa em uma cidade chamada Santo Ileso, inspirada em dois estados dos Estados Unidos da América: Texas e Nevada. Com climas e cenários bem diversos, o mapa em si não é extenso se traçarmos um comparativo com jogos deste gênero de mundo aberto; sendo assim, o deslocamento para missões ou pontos de interesse é bem tranquilo e não demanda longas caminhadas para alcançá-los. O jogo ainda conta com viagem rápida (não são muitas) e, para liberá-las, é necessário visitar e fotografar pontos turísticos específicos.

Os distritos da cidade são dominados por três facções que brigam entre si, sendo eles: Los Panteros, um grupo especialista em contrabando e em manter-se bombado também, o chefe desta facção é conhecido como Sérgio Beefcake; Os Idols, um grupo que utiliza de toda tecnologia, leds e estilo punk pra lutar contra o sistema capitalista (porém, com muitas ressalvas, eles não possuem um chefe único da facção, apenas respondem por líderes mascarados conhecidos por O Coletivo, que lembra muito a estética de personagens de Rage 2); e os Marshalls, que nada mais são que um grupo militar privado que se apropria da temática cowboy e usa armamento altamente tecnológico.

Sua jornada inicia em um treinamento com os Marshalls, em um teste de emprego para adentrar na facção, neste momento o tutorial do jogo se inicia, o básico é mostrado, e juntamente com isso a narrativa começa a ser apresentada, de maneira bem divertida.

Como já dito anteriormente, a história não carrega nada de seus antecessores, algo que pode ser muito convidativo para quem nunca jogou nada desta série, afinal o foco mesmo é recomeçar e contar como foi criado a facção dos Saints.

Personalizações são o ponto alto

Logo de cara (como em praticamente todos os jogos), é possível montar todo o seu personagem, desde corpo, roupas e acessórios, como também é possível personalizar o seu modo de gameplay e a maneira que achar mais desafiante ou não, acessando o menu há opções que podem ser alteradas como: durabilidade de inimigos, dificuldade em combates com veículos, grau de notoriedade, escassez de munição e assistência de mira, ou seja, a dificuldade pode ser totalmente personalizada.

Carros também podem ser personalizados, tanto em sua estética com pinturas e acessórios, como também é possível torná-los ainda mais potentes, uma vantagem bem útil nos tensos momentos de fuga, a variedade de carros é boa, contendo até mesmo food truck, afinal quase tudo é possível em Saints Row!

Além de tudo isso, é comum encontrar muitas lojas no jogo para adquirir roupas e fantasias para seu personagem, pinturas e acessórios para carros, decorações para sua base, tudo pode ser comprado com o dinheiro ganho dentro do jogo, cujo é bem fácil de se ganhar.

Tiro, porrada e bomba

Há uma variedade considerável de armas disponíveis, fuzis, pistolas, submetralhadoras, escopetas, e armas brancas como facas, bastões e até mesmo picareta, na sua maioria são liberadas para compra ao decorrer da progressão do modo história, algumas são desbloqueadas em missões secundárias específicas. Cada arma pode ter seus atributos melhorados, através da compra de upgrades, que só são disponibilizados a cada ganho de nível do personagem.

O jogador pode carregar com seu personagem uma arma de cada tipo, sendo assim a escolha de armas pelo menu rápido funciona perfeitamente, mesmo durante batalhas mais intensas, não há quebra de experiência.

Em certos momentos é possível realizar as execuções, normalmente acontece quando o inimigo brilha em um tom roxo, é um golpe bem útil para quando os inimigos estão muito perto ou quando aparecem de surpresa pelas costas, também pode-se chutar, para afastar o inimigo e logo em seguida executar, ou atirar.

Atirar é muito satisfatório, o recuo da arma é bem baixo, mesmo armas de pouco nível,  joguei com assistência de mira desligada e mesmo assim o jogo se mostrou bem preciso nos tiros, o que pode causar descontentamento para quem busca maiores desafios. Infelizmente o maior ponto negativo nesse quesito de tiroteio, foi a falta de troca de câmera no ombro ao mirar, por ser um jogo de tiro em terceira pessoa, esse detalhe poderia ajudar e muito em diversas situações de batalha, porém a esperança fica em uma futura atualização a desenvolvedora adicione esse detalhe.

Os combates são super dinâmicos e requer rapidez de resposta, como tiros, esquiva e combinando com habilidades que são adquiridas de acordo também com o nível do personagem, essas funcionam como um “especial”, assim como acontece em outros jogos, há um cooldown para utilizar novamente. Algumas habilidades são até divertidas de se combinar durante os tiroteios, porque traz variedade de combate, para que não se torne uma mesmice todo e qualquer combate, porém confesso que depois de um tempo, mal lembrava de as utilizar, apenas resolvia tudo atirando ou explodindo algo com o lança foguete.

O jogo se preocupa em apresentar as mecânicas no tempo certo, para que não fique novidades demais e o jogador tenha tempo de absorver as informações sem atropelos, portanto o timing em que tudo isso é mostrado e ensinado é bom.

Cadê meu celular?

Seguindo os padrões da atualidade, o celular do personagem é onde tudo acontece, é possível acessar as habilidades, vantagens, rádio, fotografia, mapa e o mais importante, gerenciar missões, tanto principais quanto secundárias.

Como todo jogo de mapa aberto, é de se esperar que haverá diversos pontos de interesse no mapa, e dentre eles muitas e muitas missões secundárias, e em Saints Row não é diferente, há missões de caçada onde é preciso capturar ou matar procurados, missões denominadas como “bicos”, que pode ser desde ajuda como piloto de fuga, como também avaliar mal um estabelecimento que resultará em represálias (sim isso envolve tiroteio e muita briga).

O ganho de dinheiro envolve não só cumprir as missões secundárias, mas também adquirir estabelecimentos para aumentar sua renda continuamente, em tais estabelecimentos é preciso cumprir certos requerimentos para que possa aumentar ainda mais o seu rendimento por hora, alguns são até divertidos de  se cumprir, porém com o tempo tornam-se repetitivos.

Pode-se também através do celular solicitar reforços para algum de seus companheiros de facção, dentre eles Eli, um carismático personagem que cuida das finanças dos Saints, mas que também está pronto para sair atirando com sua espingarda, Nina que cuida da garagem dos Saints e que também está prontíssima para qualquer briga e por último temos Ken, um DJ que um soco de direita tão bom quanto seu charme pra andar sem camisa.

Mesma fórmula, com muito humor

A repetição talvez seja o ponto mais discutido quando se trata de um jogo de mundo aberto, e Saints Row acaba sofrendo desse mal, apesar da variedade de missões secundárias a repetição das mesmas, pode tornar o jogo bem enjoativo com o passar do gameplay, talvez o respiro para que o jogo não caia na mesmice seja o cooperativo on line, que permite jogar com seus amigos através de convite, até a data desta análise não foi possível realizar testes para avaliar como estão os servidores ou até mesmo se este modo terá suporte para matching make (o que seria muito interessante e enriqueceria a experiência do jogo).

Para os jogadores que gostam de mundo aberto, com diversas atividades e uma história fácil de se acompanhar, Saints Row é uma pedida certeira para horas de diversão e muitos exageros debochados que a série sempre nos apresentou, com uma história nova e reformulada.

O jogo foi testado no Xbox Series S, que apresentou uma performance boa, somente em alguns poucos momentos os gráficos ficaram serrilhados, mas nada que atrapalhasse a experiência, não houve quedas de frame, nem mesmo durante batalhas intensas com diversas ações na tela.

Apesar de todo humor debochado e exageros, Saints Row (2022) entrega uma história que desperta a curiosidade de seu desfecho, mesmo que tudo ali pareça extremamente previsível com aquela fórmula "mais do mesmo".

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm