Para quem viveu o tempo em que os jogos de luta estavam no auge (basicamente a década de 1990), a união entre a SNK e a Capcom em um único título foi a realização de um sonho. Após vermos Ryu e Ken lutando contra os X-Men e outros personagens da Marvel, em 1999 vimos pela primeira vez eles enfrentando nomes como Kyo Kusanagi e Iori Yagami.
Se a data parece estranha — afinal, o primeiro Capcom vs. SNK saiu somente no ano 2000 —, é porque a origem desse confronto aconteceu no Neo Geo Pocket Color, plataforma pouco disponível no Ocidente. Agora, graças ao Switch, finalmente podemos voltar ao passado e aproveitar esse primeiro crossover com a versão definitiva de SNK VS. Capcom: The Match of the Millennium.
Tal qual The Last Blade: Beyond the Destiny, a versão que chega ao console da Nintendo é bastante fiel ao material original — com as devidas adaptações gráficas e opções de filtro visuais —, mas tem a vantagem de ser um derivado de jogos criados para plataformas mais “parrudas”. Com isso, o jogo parece ter sido pensado desde o momento para o falecido portátil da SNK, usando ao máximo seu potencial (hoje em dia bastante limitado) para entregar uma experiência bastante divertida.
SNK VS. Capcom: The Match of the Millennium traz uma experiência na qual você pode jogar com um único personagem ou como um time de dois lutadores — podendo ou não alternar entre eles durante a luta (você escolhe). Metade do elenco é formada por nomes conhecidos da Capcom e a outra da SNK, sendo a fonte principal as séries The King of Fighters e Street Fighter — mas deixando espaço para nomes como Haohmaru (Samurai Shodown) e Morrigan (Darkstalkers) aparecerem.
Cada lutador preserva as características e golpes dos games a que pertencem originalmente, com algumas adaptações para o Neo Geo Pocket. Como o portátil só possuía dois botões, chutes e socos não possuem distinções entre impacto fraco, forte ou médio, o que resulta em batalhas com um leque estratégico um pouco mais limitado no que diz respeito ao uso de combos.
Em compensação, golpes especiais ganham um pouco mais de importância, e saber executá-los é bastante importante para causar um bom dano. Mecanicamente o jogo é bastante equilibrado, trazendo algumas opções na execução dos golpes conhecidos como “Super”, que podem tanto seguir a tradicional linha de “poder especial devastador” até permitir a execução de um combo personalizado pelo próprio jogador.
Aprender os comandos básicos é algo fácil e bastante natural se você já tem experiência em games como Street Fighter ou The King of Fighters, e o modo Arcade — no qual você vai passar a maior parte de seu tempo jogando sozinho — propicia uma curva suave de aprendizado. Isso é, até você chegar na dupla de “chefões” formada por M. Bison (ou Vega) e Geese Howard, que pode ser bastante “apelona” — e que, mesmo assim, não se compara ao desafio do Evil Ryu que vem logo em seguida.
O ponto em que SNK VS. Capcom: The Match of the Millenium peca um pouco é em seu multiplayer. Por mais que seja uma grande vantagem poder jogar partidas locais em um único aparelho (incluindo suporte ao modo “cada um com sua metade de Joy-Com”), o título não traz qualquer suporte ao online.
Enquanto isso ainda é melhor do que trazer uma opção do tipo mal-feita, faz falta poder jogar com outra pessoa remotamente — ainda mais em tempos de pandemia. Assim, quando você se cansa do modo arcade, o que sobra são opções como Survival, Time Attack e os Mini-Games — que até são legais e ajudam a destravar personagens mais rapidamente, mas não são tão competitivos quanto jogar com uma “pessoa de verdade”.
SNK VS. Capcom: The Match of the Millenium me surpreendeu muito positivamente. Enquanto esperava dele um jogo com “cara do passado”, me deparei com uma experiência com uma cara bastante moderna e que é capaz de fazer frente a muito jogo de luta mais recente — por mais limitado que seu design seja como consequência da plataforma em que o game saiu originalmente.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm