Diferente de tudo o que já presenciamos na série de jogos Sonic, o novo Sonic Frontiers chega carregado de nostalgia e referências do passado, porém reformulado com novas mecânicas de gameplay e o tão conhecido ranking de experiência.

Logo no começo do jogo somos apresentados de maneira saudosista aos personagens e a narrativa de sempre: “reunir as esmeraldas do caos”e assim combater o mau que assola aquele bioma. Diante disso, Sonic também precisa ajudar seus amigos que ficaram presos no Cyber Mundo. É aqui que o jogador terá momentos de muita nostalgia com Tails, Amy Rose e até mesmo Knuckles.

Sonic Frontiers e seu mapa aberto

O jogo se passa em um arquipélago chamado Ilhas Starfall, divida em 5 mapas ou biomas, sendo que cada conta com uma extensa área para se explorar e descobrir desafios escondidos ou puzzles que em sua grande parte não são difíceis de se resolver, o que de certa forma é algo positivo, afinal o jogo preza por um pace rápido, tanto na exploração como na resolução de enigmas.

Esse é o primeiro jogo da série que segue a linha de “jogos mapa aberto”, porém a problemática de deslocamento de um ponto a outro que jogos desse gênero carregam é facilmente sanada, uma vez que o Sonic possui uma agilidade imensa de movimentos, não só de corrida mas também de impulso no ar.

Não é só de corrida que vive o Sonic

É válido lembrar que nesse jogo o ouriço azul possui muita habilidade durante os confrontos, alguns golpes são desbloqueáveis, assim como uma árvore de habilidades. Com o ganho de experiência, o jogador desbloqueia aos poucos golpes novos. Além dessa forma de upgrade, é possível aumentar o nível também da capacidade de anéis que o Sonic pode coletar, velocidade, defesa e ataque.

E é durante o upgrade de velocidade e capacidade de anéis que está uma dos meus maiores descontentamentos, para realizar uma melhoria é necessário conversar com um dos ancestrais Kocos, e o jogo faz esse upgrade um a um. Por exemplo, se o jogador conseguir realizar upgrade de 10 níveis de velocidade, o terá de fazer um de cada vez, e não simplesmente selecionar a quantidade que gostaria. É tedioso e gasta-se muito tempo nisso.

Em contrapartida, há portais espalhados pela ilha que são as missões de Time Trials e as missões no Cyberespaço, que além de possuir o tempo limite, também conta com alguns desafios, e quanto mais forem concluídos nessas fases, mais chaves são ganhas. Chaves essas essenciais para abrir os cofres que guardam as esmeraldas: em cada ilha é necessário coletar todas as esmeraldas e no final de cada bioma é travada uma batalha com o Titã daquele local.

Essas batalhas são excelentes e bem divertidas, tudo isso porque é nesse momento que o Sonic transforma-se em o Super Sonic, o tão famoso Sonic amarelo. É também onde a trilha sonora brilha e deixa o momento ainda mais intenso.

Pesca e Paciência

Não poderia terminar essa análise sem antes comentar do mini game de pesca dentro do jogo. É possível visitar Big the Cat e utilizar fichas de pesca, que são coletadas durante a exploração de mapa. A pesca não oferece desafio algum, é bem fácil de acertar o comando, que basicamente é apertar um botão no tempo certo, porém ao pescar e adquirir as fichas do Big The Cat, é possível trocá-las por recursos do jogo e assim acelerar upgrades para o Sonic.

Inclusive é durante a pesca que o jogador tem a oportunidade de liberar a viagem rápida entre os portais do mapa, ou entre os NPCs Kocos Ancestrais (aqueles que realizam o upgrade de suas habilidades), porém é a sorte de “pescar”o pergaminho que contém esse benefício. De qualquer forma para mim foi bem tranquilo e consegui em menos de 6 tentativas em todos os biomas.

Precisão é preciso

Como trata-se de um jogo que requer velocidade, a precisão é imprescindível para realização dos movimentos, assim como uma boa movimentação de câmera também. O jogo por vezes se mostrou pouco preciso em alguns momentos bem pontuais, como por exemplo quando o Sonic precisa correr por alguma parede ou escalar pulando de uma parede para outra, diversas vezes em situações como essa era comum cair, errar e direcionar para plataforma errada.

Também em algumas plataformas de mapa aberto há uma sensação de paredes invisíveis, o que dificultava a saída do Sonic daquela plataforma, e então me via obrigada a completar tal percurso, por vezes acidentalmente entrava nessas plataformas e só conseguia sair completando, algo que de fato era bem cansativo.

O viés do mundo aberto também é o fato de que em algum momento aquelas atividades e desafios levarão o jogador a ficar cansado, e em Sonic Frontiers não é diferente, alguns puzzles e obstáculos começam a se repetir, alterando uma coisa ou outra, mas seguindo sempre o mesmo escopo. Porém o jogo continua divertindo. Talvez para os jogadores mais críticos a esse tipo de gameplay pode ser um fator determinante entre gostar do jogo ou não.

Uma adição que ficaria interessante ao jogo é incluir ranking mundial ou dos amigos em comum da plataforma jogada, com os tempos de cada um nos desafios de time trials, talvez deixaria o jogo ainda mais interessante, motivando assim os jogadores a buscar tempos melhores.

No geral Sonic Frontiers entrega aquilo que ele se propõe, com alguns defeitos pontuais aqui relatados, mas são passiveis de correções futuras por atualizações.