Análise: Sonic X Shadow Generations - Neo Fusion
Análise
Sonic X Shadow Generations
14 de novembro de 2024
Código do jogo, na versão de Nintendo Switch, fornecido pela publisher

Não é incomum que vejamos relançamentos de jogos: Antigamente, era a maneira de adicionar correções aos jogos, mas com o advento da internet e correções sendo possíveis à distância em massa, os relançamentos estão mais ligados a transformar jogos mais antigos em HD e mantê-los disponíveis por mais tempo e para mais pessoas, dando nova vida a um projeto mais antigo, garantindo que novas pessoas possam ter a experiência sem precisar ir atrás de consoles antigos ou explorar sites escusos, e ocasionalmente dando alguns bônus a veteranos. Isso aconteceu com Super Mario 3D World + Bowser’s Fury, Donkey Kong Country Tropical Freeze e até Resident Evil HD Remaster, e apesar de existirem opiniões divergentes de se vale a pena ou não investir na nova versão, é difícil argumentar contra a maioria das novas versões serem a edição definitiva daquele jogo.

Seguindo nessa mesma linha, tivemos recentes relançamentos de Sonic, com a coletânea cheia de dúvidas que eventualmente foi melhorando com Sonic Origins, ou o divisivo Sonic Colors Ultimate, e a nova versão da vez é para re-comemorar o aniversário do ouriço azul, com a ajuda de seu rival-amigo-meio-adolescente, na forma de Sonic X Shadow Generations.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando o protagonista Sonic, o ouriço azul, e o anti herói Shadow, o ouriço preto.
Gotta go fast.

Usando um nome meio engraçado – não coloque a primeira parte no google – Sonic X Shadow Generations é um relançamento de Sonic Generations, o jogo de 2011 que originalmente estava celebrando os 20 anos de Sonic The Hedgehog, uma das franquias chave da SEGA que tem uma gama enorme de fãs e uma história de grandes altos e baixos. Dessa vez, estamos celebrando 33 anos de Sonic, trazendo a campanha original de Sonic Generations e adicionando uma campanha separada, Shadow Generations, estrelando o titular Shadow.

Pessoalmente, conheci a franquia com Sonic 3 & Knuckles, que continua até hoje como um dos meus jogos favoritos de todos os tempos, e sempre estive acompanhando a saga de longe, eventualmente experimentando alguns dos jogos mais famosos e infames, e gostando ou até aprendendo a gostar de alguns deles, para o desprazer de algumas partes da internet. Acho que é importante comentar aqui que Sonic Generations é um dos meus jogos favoritos da saga, e peço perdão pelo já iminente viés que essa análise provavelmente vai ter, mas sinto que se você tiver lido alguma coisa que escrevi até aqui, provavelmente vai entender os pontos que vou descrever. Vamos começar pela primeira parte do pacote.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Sonic atravessando a fase Green Hill Zone em um dos loops famosos da saga
Ah, Green Hill Zone – o prop favorito da Sonic Team.

SONIC GENERATIONS – O PONTO ALTO DA “ERA MODERNA”

Sonic Generations começa levando você diretamente à primeira fase – a clássica Green Hill Zone, com um Sonic bem mais baixinho e parrudo, como nos dias de sua origem. Um pouco depois disso, vemos a galeria de amigos e coadjuvantes do ouriço azul preparando uma surpresa: É uma festa surpresa de aniversário para Sonic, comemorando seus 33 anos. Após ser presenteado com um chili dog (cachorro-quente com chili picante) embalado em um laço festivo, Sonic se prepara para curtir sua festa de aniversário, mas a festa é interrompida por portais roxos e um monstro de olhos flamejantes (mais tarde nomeada de Time Eater – o Comedor do Tempo) que abduz todos os amigos de Sonic e nocauteia o nosso protagonista. Acordando depois em um suspeito ambiente branco e vazio, Sonic se depara com locais familiares de anos passados, como a mencionada Green Hill Zone de Sonic 1 ou Chemical Plant Zone de Sonic 2 – e mais estranhamente, se vê de cara com outro Sonic. O que está acontecendo?

Essencialmente, Sonic Generations é uma literal aventura pelo tempo – após libertar Tails da prisão do espaço vazio, Sonic encontra sua versão passada (a que jogamos no começo do jogo) e até mesmo o Tails do passado, e juntos concluem que estão em uma anomalia temporal onde o passado e o presente se encontram, incluindo várias das memórias de jogos passados do ouriço azul. Para restaurar as coisas ao normal, precisam das sete Esmeraldas do Caos, resgatar todos os seus amigos presos e derrotar a criatura que está causando a anomalia temporal, restaurando a ordem no universo. É uma história bem simples, talvez um pouco simples demais para um jogo comemorativo do aniversário do personagem, mas algo que, pessoalmente, não particularmente me incomoda – prefiro algo simples do que a tentativa de usar viagem no tempo em uma história complexa e cheia de detalhes. Em Sonic X Shadow Generations, a história continua a mesma do jogo original, mas algumas falas e animações foram adicionadas para reconhecer melhor a continuidade da saga.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Tails e Sonic conversando em frente a antiga Green Hill Zone no hubworld do jogo
Alguns dos diálogos foram modificados pra referenciar algumas coisas do passado da saga

Para a jogabilidade, você pode explorar o Vazio procurando por novas fases e eventuais colecionáveis e desafios – algo que vou entrar em detalhes mais tarde – mas talvez “explorar” seja uma palavra muito generosa: O Vazio é basicamente uma linha reta com algumas plataformas, e apesar de curtir um mundo mais explorável e aberto, a linearidade do Vazio não me incomoda, sabendo que o ponto principal do jogo está em cada uma das portas que leva às fases. Para seguir em frente e libertar seus amigos, você precisa terminar cada uma das fases em dois atos – o primeiro ato é com o Sonic clássico, e o segundo com Sonic moderno. O primeiro ato é todo em 2D, seguindo a mesma estrutura de níveis de plataforma expansivos e com bastante espaço para correr e explorar, no estilo de Sonic 1, 2 e 3, com algumas seções de plataforma mais estrita que pedem que você desacelere um pouco. O segundo ato já é uma interpretação 3D de cada fase, baseada em corredores que levam a vários lugares para explorar e rotas diferentes em cada fase, com uma velocidade bem maior, o ataque teleguiado depois de um pulo e acesso ao “boost” (velocidade alta instantânea com o apertar de um botão) que fez sucesso em Sonic Colors e Unleashed (e continua lá até em jogos mais recentes).

De qualquer forma, apesar das diferenças de estrutura, o seu objetivo é sempre chegar ao final das fases cheias de rotas diferentes e desafios para chegar em rotas mais altas ou mais baixas, e bastante plataforma baseada em reflexos e velocidade – e esse design compacto e variado das fases é um dos melhores aspectos do jogo, que faz com que cada nova visita a uma fase potencialmente leve a novas descobertas, deixando cada fase um deleite de explorar e revisitar (ao menos quase todas – estou olhando pra você, Planet Wisp). Além de chegar ao final para liberar a próxima fase, você também pode explorar as fases para encontrar os cinco anéis vermelhos que liberam bônus como arte conceitual e música (que pode ser trocada antes de iniciar cada fase!) e tentar conseguir menor tempo em cada fase para chegar a um Rank S (e competir por melhores tempos online com outros jogadores no placar de líderes mundiais), e em Sonic X Shadow Generations foram adicionados três Chao espalhados por cada fase, dando ainda mais motivos para voltar às fases – se você for do tipo que gosta de explorar.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Sonic fugindo do caminhão da empresa GUN de Sonic Adventure 2
Ok, o caminhão é um pouquinho mais insistente do que no Adventure 2

As fases de Sonic Generations são todas baseadas em outros jogos da história de Sonic – as três primeiras são da era clássica de Mega Drive, as próximas três são a era 3D do Dreamcast e Gamecube, e as últimas 3 são a era “boost” do PS3/Wii/360. Entre cada uma dessas eras, você tem uma batalha contra um chefe, que só podem ser acessadas após cumprir alguns desafios que são liberados no Vazio ao redor de cada fase – versões menores de cada uma dessas fases com um objetivo bônus diferente, como apostar corrida contra um dos amigos de Sonic, terminar a fase com a ajuda de um dos escudos elementais de Sonic 3 & Knuckles e até terminar a fase com apenas um anel para sobreviver. São 5 mini desafios por fase que variam em qualidade (alguns divertidos, outros bem enfadonhos e frustrantes, mas no geral são pequenas distrações), mas você só precisa terminar um deles em cada fase para conseguir uma chave para liberar o chefe, ou seja: Dos 45 desafios disponíveis, você só precisa completar 9 para seguir em frente, e você que escolhe qual deles quer tentar, garantindo que a jornada não seja frustrante. Além disso, para conseguir todas as Esmeraldas, você também tem três batalhas contra rivais, que garantem que o fluxo do jogo seja bem variado.

Alguns desses desafios até liberam novas coisas: Os desafios que mencionei os escudos elementais, por exemplo, liberam esses escudos para serem usados durante as fases, equipáveis com o menu de Habilidades de Sonic Generatios. À esquerda das fases, existe a loja de Omochao, e nessa loja você pode usar pontos que acumula em cada fase e desafio para comprar habilidades equipáveis que alteram um pouco sua jogabilidade – um pouco mais de velocidade, escudos ou poderes para você usar algumas vezes por fase, e até mesmo o drop dash de Sonic Mania. Você só pode equipar algumas por vez, mas pode ter vários conjuntos de habilidades para trocar quando você quiser. É uma ideia interessante para adicionar um pouco mais de variedade ao jogo – que já é bem variado – e nunca vou dizer não aos escudos elementais. A loja também vende vidas (adquiridas ao conseguir 100 anéis) mas as vidas podem ser desabilitadas na versão Sonic X Shadow Generations para você esquecer esse elemento de design meio ultrapassado.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Sonic subindo rapidamente em um pilar que está se deteriorando
Ter alguns itens equipados pra acionar quando você quiser é uma mão na roda em situações como essa

Sonic Generations é um jogo cheio de motivos para você rejogar e voltar às fases anteriores, mas você deve ter percebido que falei que o jogo só tinha 9 fases. É algo comum de um jogo 2D tradicional da saga, mas é bem válido dizer que, assim como aqueles jogos, Sonic Generations acaba relativamente rápido – Terminei minha jogatina com cerca de 4 ou 5 horas, e tenho que dizer que, apesar de curtir bastante o jogo, é notável que ele é totalmente derivado dos jogos anteriores, o que deixa ele bem pouco original, e os controles (especialmente das partes 2D) não são bem à altura dos jogos de Mega Drive ou até de Dreamcast, sendo um pouco mais “estéreis” em sua física – pulos mais baixos, maior demora para conseguir velocidade naturalmente e omissão de física natural usando os “tubos” e loops – em favor da ideia do anteriormente mencionado “boost“.

Se você é que nem eu que joga os jogos antigos da saga regularmente, você vai brigar um pouco com os controles para se acostumar, mas no fim das contas, creio que Sonic Generations continua sendo um jogo cheio do que eu gosto e procuro em jogos de Sonic – plataforma com um balanço de alta velocidade e exploração por fases expansivas que são divertidas de jogar uma vez e ainda mais divertidas de rejogar e aperfeiçoar, e acho que é o melhor jogo da saga boost – que definitivamente vale a pena ser jogado. E se isso ainda não te convencer, por sorte, temos a segunda parte do pacote: Shadow Generations!

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Soni. correndo na rua de Speed Highway, do jogo Sonic Adventure
Não se preocupe, Speed Highway, eu ainda volto pra te visitar. Umas 10 vezes.

SHADOW GENERATIONS – NOVAS FRONTEIRAS AINDA FAMILIARES

A parte mais nova e mais esperada do pacote, Shadow Generations nos dá a oportunidade de voltar a jogar com o anti-herói edgy em uma campanha própria sua, que inicia com o ouriço explorando as ruínas da Colônia Espacial Ark, em paralelo à festa de aniversário de Sonic, e ao mesmo tempo que o Time Eater estava atrapalhando aquela festa, Shadow se vê de frente com seus próprios problemas: O olho de Black Doom, o alienígena antagonista de Shadow The Hedgehog (o jogo de 2005), retorna para ameaçar Shadow, e após segui-lo por o que parece ser uma mudança de dimensões similar à alteração do espaço-tempo da campanha de Sonic, Shadow acaba despertando em si poderes estranhos que o fazem desmaiar, e acordar no Vazio – logo depois do ataque do Time Eater.

Visto na mesma situação de encontrar locais familiares espalhados pelo Vazio, Shadow vaga pelos corredores sem cor e dá de cara com alguns personagens presentes em suas aventuras, incluindo faces importantes para ele, como Dr. Gerald e Maria Robotnik – o mais próximo que Shadow teve de uma família, e cujo desastre centrado nesses personagens o levou a ser uma espécie de vilão em Sonic Adventure 2. Vendo na anomalia temporal uma chance de salvar seus entes queridos, Shadow se prontifica a eliminar a ameaça de Black Doom para tentar revê-los, mas para progredir, Shadow precisa conseguir habilidades novas que acabam ligando sua essência de volta a Black Doom – O que vai acontecer? O que Black Doom planeja com isso afinal de contas? Não vou dar spoilers aqui por motivos óbvios, mas sinto que trazer Ian Flynn, o diretor da história de Sonic Frontiers e de algumas das HQs, foi uma escolha muito boa.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Shadow dialogando com Gerald e Maria Robotnik
Talvez, Shadow. Talvez.

Toda a campanha de Shadow acontece em paralelo à campanha de Sonic, onde Shadow precisa explorar o Vazio e encontrar locais de seu passado para explorar em dois atos – a estrutura é bem similar, mas os atos são divididos em 3D no primeiro ato e 2D no segundo ato, e Shadow tem algumas habilidades a mais do que Sonic. Em termos de controles, eles são extremamente similares, mas Shadow possui uma latência um pouco maior entre ataques teleguiados a inimigos, e em compensação pode se teletransportar a esses inimigos, ignorando muros e barreiras em seu caminho. Além disso, Shadow pode inerentemente usar Chaos Control, sua habilidade nata de Sonic Adventure 2 que deixa que ele pare o tempo ao seu redor por alguns segundos, carregada por pegar anéis, atacar inimigos e algumas cápsulas especiais, e Chaos Control abre uma nova gama de possibilidades à exploração de cada fase: Você pode usar a habilidade para usar uma série de mísseis como plataformas, parar a trajetória de certos inimigos no momento certo para usá-los como uma “ponte” para alcançar novas rotas nas fases e até mesmo usar alguns atalhos representados por trilhas verdes espalhados por algumas fases, e isso dá ainda mais valor a experimentação e fator replay para cada fase – que são excelentes, tanto quanto as de Sonic Generations, por sinal.

Chaos Control não é a única habilidade que você tem de novidade: Ao explorar o Vazio entre algumas fases e chefes, Shadow ganha acesso a habilidades totalmente novas vindas de Black Doom, que criam seus próprios desafios dentro das fases: Coisas como lanças de Caos (um projétil, basicamente) que pede que você lance-os durante uma fase para ativar certas alavancas ou desabilitar alguns inimigos, a habilidade de surfar em áreas alagadas e até uma forma Super (o equivalente a Super Sonic) que permite que Shadow sobrevoe uma área. Essas habilidades novas trazem mais possibilidades para cada fase, trazendo potencialmente ainda mais maneiras de atravessar as fases que continuam densamente populadas por caminhos diferentes e maneiras diversas de chegar ao fim, trazendo a mesma satisfação e velocidade que as fases da campanha de Sonic tinham.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Shadow em trilhos a bordo da Colônia Espacial Ark enquanto desvia de lasers
Certos obstáculos podem ser desativados com o uso de Chaos Control

Diferente de Sonic, Shadow pode explorar o Vazio de sua campanha totalmente em 3D, funcionando como uma das “Open Zones” de Sonic Frontiers, onde você explora cada parte ao redor das fases com várias plataformas, trilhos e molas que levam a locais mais altos e diferentes, escondendo caminhos para a próxima fase, os desafios antes de chefes (assim como na campanha de Sonic) e alguns colecionáveis. Você vai precisar explorar bem mais do que Sonic, e apesar de me frustrar algumas vezes para alcançar algumas coisas, digo que o tamanho do Vazio não é grande demais para ser um problema, e caso você se perca, existe um mapa no canto superior da tela que é acessível pelo menu de pausa, que sempre mostra a todo momento o seu próximo objetivo. Você vai precisar das novas habilidades de Shadow, que são lentamente desbloqueadas, para explorar todo o resto do Vazio e chegar em cada fase, cada chefe e cada seção de desafios.

Os colecionáveis funcionam de uma maneira um pouco diferente: Espalhados por cada fase, estão três moedas, uma relacionada a arte conceitual, uma a pôsteres/material promocional, e uma a música. Essas moedas servem para desbloquear baús contendo o que cada moeda representa, espalhados por vários cantos – geralmente depois de algum desafio de plataforma – no Vazio. Além deles, você também pode encontrar pedaços de uma máquina que Orbot e Cubot – dois robôs assistentes de Eggman – estão construindo e eventualmente alguns pedaços do diário de bordo de Gerald Robotnik espalhados pelo Vazio – Isso significa que você pode explorar bastante entre fases se você gostar desses extras, e isso transforma o Vazio quase que em uma fase de Banjo-Kazooie, e como fã desses tipos de jogos, estive bem entretido.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Shadow correndo pelo Espaço Vazio entre as fases para conseguir alguns bônus e colecionáveis
A todo momento, você sabe para onde ir, e pode explorar cada vez mais ao seu bel prazer.

Esses colecionáveis estando todos fora das fases acabam diminuindo um pouco o incentivo para rejogar cada uma das fases, o que é uma pena já que essas fases são excelentes, e sinto que Sonic Generations tinha bem mais motivos para pegar os caminhos alternativos, mas já que as fases simplesmente são divertidas, sinto que elas por si mesmas já são motivo suficiente para rejogar. Em geral, Shadow Generations tem menos fases do que Sonic – apenas 6 no lugar de 9, o que ainda está condizendo com as origens da saga, mas é notável que são menos fases – mas retém o mesmo número de chefes, e as batalhas, assim como em Sonic Generations, são em geral muito boas. O que me incomoda é que, assim como naquele jogo, você precisa fazer alguns desafios para acessar os chefes, e aqui os desafios são todos obrigatórios. Você tem menos desafios no geral (de 2 a 4 por fase) mas precisa fazer todos eles para progredir para os chefes, o que não me apetece muito já que sinto que tira um pouco o foco do jogo e me cheira mais a uma tentativa de prolongar o tempo do jogo, já que Shadow Generations leva em torno de 5 a 6 horas para chegar ao fim.

Entendo o motivo disso acontecer, mas preferiria um jogo de 4 horas que fosse direto ao ponto e focasse nos bons aspectos e liberdade de quem joga, como no caso da campanha de Sonic. Em outras críticas, sinto que algumas habilidades não são exatamente bem explicadas em certos casos e não gosto de como algumas pedem que você se mexa para os lados para atacar, pois sinto que isso cria uma mistura um tanto restritiva de como eles querem que você jogue os chefes do jogo – se não estiver no local certo da tela, não vai progredir na batalha. Em termos audiovisuais, a música é excelente para as duas campanhas, mas os visuais são bem borrados em muitas partes da campanha, especialmente em Shadow Generations, e a performance pode deixar a desejar já que ela é cravada a 30 FPS, mas não notei quedas quase nunca na campanha, então pelo menos posso dizer que é estável – e dentro do padrão esperado para a versão de Switch.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Shadow atravessando lagos em uma de suas habilidades, Doom Surf
Não fui muito fã do modo de ataque dessa habilidade, Doom Surf

SONIC X SHADOW GENERATIONS – O PACOTE VALE A PENA?

No fim das contas, Sonic X Shadow Generations traz Sonic Generations tão bom quanto sempre foi (mais uma vez, o melhor da era boost) com alguns adicionais extras que incentivam ainda mais a rejogabilidade, e Shadow Generations traz a fusão desse aspecto de celebração do Generations e une a uma parte mais moderna e condensada do sistema de Open Zones de Sonic Frontiers, culminando em uma das melhores campanhas curtas da franquia em recente memória – e creio que, por ser bastante curta, a decisão de uni-la ao Generations original foi uma ótima pedida. São campanhas relativamente curtas por si só, mas as campanhas dos jogos 2D eram tão curtas quanto, e nem por isso deixavam de ser muito divertidas e de terem bastante motivo para serem rejogadas de novo e de novo, e juntas as campanhas dão a mesma duração que Sonic Adventure 2.

Meu ponto é: Sonic não precisa ter 40h de duração para que seja divertido de jogar, e vários outros jogos da franquia estão aí para provar isso. Sonic X Shadow Generations tem os seus problemas em ambos os jogos, mas são duas campanhas tão bem polidas, bem trabalhadas e constantemente divertidas que não tenho como não recomendar – seja você fã ou alguém com novo interesse em explorar a franquia do ouriço azul.

Tela de captura do jogo Sonic X Shadow Generations, mostrando Shafow enfrentando o chefe Biolizard, de Sonic Adventure 2
Essa luta foi bem melhor do que a original – e vale a pena experimentar se você conhece a original!
Sonic X Shadow Generations é uma lembrança do melhor da era "moderna" de Sonic misturado a uma boa dose do que Sonic Frontiers fez certo, trazendo fases de perfeito tamanho com os toques certos de exploração, novas habilidades, velocidade e bastante fator replay. Com bastante material opcional que manterá os fãs de longa data entretidos, Shadow Generations traz uma campanha enxuta e divertida acompanhada de um espetáculo audiovisual cheio de atitude, que vem junto ao Sonic Generations original que continua tão bom quanto sempre esteve, pronto para uma nova geração experimentar um gosto do melhor que a franquia tem a oferecer.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm