Análise: The Centennial Case: A Shijima Story - Neo Fusion
Análise
The Centennial Case: A Shijima Story
10 de junho de 2022
Código da versão de Switch do jogo cedida pela Square Enix.

A tradicional família Shijima sofre com uma grande maldição no último século. Após um misterioso evento em 1922, ela tem sido vítima de assassinatos realizados pela figura conhecida somente como Camélia Escarlate — que, desde 1972, tem matado pelo menos um membro da família a cada década.

Enquanto a família conseguiu manter essa maldição desconhecida do grande público, algo muda o rumo dessa história: a descoberta de um esqueleto enterrado em baixo de uma árvore de cerejeira em sua casa ancestral. Agora, os jogadores devem assumir o papel da escritora de mistérios Haruka Kagami para descobrir o que está acontecendo, em uma trama que passa pelas décadas e envolve paixões e o misterioso Fruto da Juventude.

Desenvolvido e distribuído pela Square Enix, The Centennial Case: A Shijima Story é um game de investigação que tem toda as características de uma série interativa. Contando sua história usando atores reais, o game desafia as capacidades de observação e dedução do jogador, fazendo com que ele tenha que decidir qual é o rumo certo que a história deve seguir.

Observe, pense e deduza

O formato de Shijima Story faz com que ele seja um game bastante diferente, até mesmo entre a categoria de “visual novels” em que se encaixa. Durante a fase chamada de “Incidente”, as interações com o game são mínimas: você simplesmente acompanha trechos da história, podendo pausar, acelerar ou retroceder cenas.

Também é possível destacar algumas pistas que surgem em diálogos, cujos detalhes podem ser conferidos na parte inferior da tela (assim como informações sobre os personagens em cena). A real interação só acontece mesmo na fase chamada de “Raciocínio”, onde o jogador deve arrastar as pistas obtidas para os locais certos de um quadro de investigação — ao fazer isso, são desbloqueadas hipóteses que vão ser usadas em fases posteriores.

The Centennial Case: A Shijima Story

É durante a fase de Raciocínio que o jogo apresenta as questões centrais de cada um de seus mistérios (são seis no total, cada um correspondendo a um capítulo) e desafia o jogador a entender o que realmente aconteceu. Essa fase exige mais observação e paciência do que desafio: todas as pistas trazem símbolos que mostram onde elas se encaixam, e não há como perder nenhuma delas — se você não as destacou na etapa anterior, elas ainda vão aparecer aqui.

Por fim, o game chega à fase de “Solução”, onde o jogador deve escolher entre as hipóteses que montou qual é a certa. Ao acertar todas elas, Shijima Story prossegue com suas cenas, revela o mistério da vez (geralmente relacionado a um assassinato) e passa para o próximo capítulo da história.

The Centennial Case: A Shijima Story

Não há como realmente errar ou ter uma tela de Game Over: se você escolhe uma opção errada, simplesmente precisa ter a paciência de voltar para a fase de Raciocínio e, em seguida, retomar a solução do ponto em que ela havia parado. Cada erro deduz pontos do quadro geral de desempenho do jogador, que não tem muito impacto sobre o jogo. Ele serve somente como uma forma de você ver o quão bem foi, mas mesmo quem errar tudo não será bloqueado de avançar na trama.

Uma boa história, dentro de uma estrutura pouco recompensadora

A estrutura de The Centennial Case: A Shijima Story se mantém a mesma em todas os seus capítulos (como uma ligeira variação mais focada na investigação no quinto capítulo), o que se prova um tanto cansativo após o final de suas aproximadamente 15 horas. Isso porque há uma quebra de ritmo bastante intensa na fase de Raciocínio, que traz um gameplay pouco atrativo — juntar pecinhas em um quadro somente para ver algumas pequenas animações não é um bom entretenimento.

Os momentos em que pistas e mistérios se unem é especialmente frustrante pelo fato de que, quando o jogo está contando sua história, ele faz isso de forma bastante interessante e competente. Os atores dirigidos por Koichiro Ito e pelo diretor de fotografia e de cenário Yusihuto Tachibana desempenham muito bem seus papéis, e o roteiro em geral sabe criar mistérios interessantes.

The Centennial Case: A Shijima Story

Apresentando atores que desempenham papéis diferentes dependendo do capítulo (o filho mais velho da família Shijima pode virar o dono do bar em um conto do passado, por exemplo), A Shijima Story é competente em manter a atenção do jogador e a fazê-lo prestar atenção em cada um de seus aspectos. Ele peca um pouco em alguns momentos mais “pastelão” e em apostar muito em pistas circunstanciais, mas o trabalho com os personagens humanos em geral é de boa qualidade.

Até por isso é estranho o quanto os elementos de gameplay não conversam com a história que o game está querendo contar. Ao mesmo tempo em que a interação limitada garante que as interpretações não vão ficar artificiais ou travadas, ela também garante uma experiência em que é divertido assistir, mas tedioso passar por toda a fase de Raciocínio (que pode durar até 40 minutos) somente para conseguir ver a conclusão de um arco.

Também não ajuda que o game está recheado de pequenos problemas técnicos notáveis: as legendas somem rapidamente, e em pelo menos um trecho elas surgiram para mim em alemão (quando haviam sido configuradas para ficar em inglês). Também testemunhei vezes em que não consegui sair de telas de menu e nas quais o game simplesmente travou jogando no modo portátil do Switch. Para finalizar, recomendo fugir da dublagem em inglês caso você queira manter a qualidade da interpretação dos atores originais.

Ouso dizer que The Centennial Case: A Shijima Story funcionaria muito bem como uma série limitada do que como um jogo. O que temos aqui é uma experiência interessante do ponto de vista narrativo, mas que não consegue entregar um gameplay que a acompanhe. O jogo sem dúvida se destaca no gênero das visual novelsI/i>, mas poderia se beneficiar muito de uma revisão ampla de seus sistemas em uma possível sequência.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm