Desenvolvido pela Brass Token, The Chant é um jogo que mistura suspense e terror, trazendo muitas inspirações advindas de franquias como Silent Hill e Resident Evil. Tais influências podem ser vistas tanto em seu modo de contar uma história como também de conduzi-la, trazendo diversos puzzles que necessitam de muita exploração para conseguir encontrar uma saída.
Logo de inicio somos apresentados a uma ilha chamada Glória, e durante um ritual é possível notar que algo deu muito errado. Uma pequena introdução de poucos minutos logo termina e corta para os dias atuais em que o jogador já se encontra no controle da personagem que irá encabeçar a narrativa central do jogo, Jess Briars.
A premissa da história resumidamente é que Jess é convidada para um retiro espiritual, baseada na Ciência Prismática, e logo de cara podemos notar que a protagonista é atormentada por algum tipo de culpa que carrega, e portanto resolve aceitar o convite de sua amiga Kim.
O retiro espiritual é justamente na ilha onde ocorreu os acontecimentos bem lá no comecinho de The Chant, porém 50 anos no passado como o jogo deixa claro, algo que deixa o jogador bastante curioso com o que irá acontecer e qual a relação de tudo isso com Jess.
Diante de todo esse cenário o título tenta de maneira exaustiva desenvolver uma boa narrativa para o jogador, porém falha com os diálogos vazios e muito mal construídos, além das expressões faciais exageradas que tornam tudo pior.
O roteiro tem um segmento nada atrativo, e não consegue construir nenhum personagem de maneira consistente, fazendo com que o jogador não sinta empatia ou proximidade com nenhum personagem apresentado.
The Chant logo de cara apresenta uma mecânica de escolha de respostas, parecido com os jogos de narrativa, porém me surpreendi em ver que aqui são apenas momentos esporádicos, afinal esperava mais de momentos assim que de certa forma elevariam a tensão de algumas situações durante a jogatina.
A personagem possui uma árvore de habilidades, portanto o ganho de experiência se baseia em suas escolhas, mas também derrotando inimigos. É um pouco confuso de entender no começo e a impressão que fica é que não faria tanta diferença caso os desenvolvedores optassem por nem colocar no jogo.
Há coleta de recursos também, os mais importante são: gengibre que restaura a barra de HP representada pelo “corpo”, cogumelo que restaura a mana representada pelo espírito e por último a lavanda que restaura o status da “mente”, esse último sendo o mais importante, a se a mente for drenada por inteiro, pois se a personagem entra em um estado de pânico e fica muito vulnerável. Essas representações até trazem algo interessante e diferente para o jogo, porém só isso não é o suficiente.
Os recursos também servem para o craft de armas. Nada mais que sálvia e granadas de sal ou óleo, que como sabemos culturalmente serve para afastar maus espíritos, portanto no jogo Jess utiliza de fumaça de sálvia para derrotar seus inimigos.
O combate é desengonçado, sendo assim a precisão passa longe, sendo cansativo e fazendo o jogador optar muito mais por desviar e ir embora, quando possível. Entretanto a esquiva funciona bem e os empurrões são bem eficazes, especialmente quando o jogador não fica preso em algum cantinho.
The Chant a primeira vista é um jogo interessante, por trazer diversas referências de outros títulos de survival horror, porém escorregas nos estereótipos de sempre, como por exemplo o líder do retiro Tyler, com todas as características de “O Messias” e guru, incluído aí a sua aparência, remetendo até a alguns líderes de cultos conhecidos.
Os coletáveis do jogo poderiam trazer um pouco mais de mistério e construção de narrativa em cima dos personagens, porém infelizmente diversas cartas são textos soltos sem qualquer relevância.
O sistema de viagem rápida é outro ponto negativo e muito confuso. Existem locais no jogo que estão tomados por uma neblina de cores diferentes, e a maneira de escolher o local de destino é basicamente o jogador lembrar qual cor de neblina corresponde a tal local, extremamente confuso e desnecessário.
The Chant poderia ter sido um bom jogo de terror, com uma premissa de mecânicas e história diferenciadas pela criatividade utilizada, como o não uso de armas de fogo dentre tudo isso. Infelizmente ficou preso na neblina de referências e não soube construir seu próprio mundo com uma boa história.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm