Análise: The Nioh Collection - Neo Fusion
Análise
The Nioh Collection
26 de fevereiro de 2021
Cópia digital da versão de PS5 do jogo cedida pela PlayStation Brasil.

Desde sua aparição em 2017, a franquia Nioh vem sendo trabalhada como um jogo dos moldes dos Soulsborne da vida que apareceram aos montes na década passada — títulos que copiam elementos dos jogos da FromSoftware, sem necessariamente trazer a mesma competência. Jogando pela primeira vez o capítulo inicial, original de 2017, na The Nioh Collection, entendo esse pensamento.

No entanto, o que mais fica é um sentimento diferente — por mais que existam caminhos, dificuldades e afins bem parecidos com Souls —, talvez pelo foco do game na história ou mesmo pelas maiores opções de jogabilidade. Porém, essa discussão é constante, e não acho que realmente consiga chegar a um resultado agora, principalmente quando a segunda edição de Nioh é tão diferente do original, ao mesmo tempo em que mantém muitas semelhanças.

Convido você, leitor, a entender comigo o que constitui as remasterizações desses jogos, o que elas trazem de novo, e alguns leves comentários sobre os jogos em si.

O samurai remasterizado em 60 fps

Nioh sempre teve a opção de funcionar de duas formas no PS4 e no PS4 Pro: a movie e a performance. A primeira, como o nome diz, jogava a 30 fps em uma resolução maior, enquanto a segunda diminuía a resolução para aumentar a taxa de quadros. No PS5, agora temos a opção de todos os modos rodar em 4K nativo e, para quem tem televisões compatíveis (o que não é meu caso), 120 fps.

Em 2019 eu joguei um pouco do primeiro capítulo no meu PS4 velho de guerra, me atendo somente à primeira fase na torre de Londres. Embora o jogo rodasse de forma estável, era óbvio que o console estava se esforçando bastante para entregar aquela experiência — muito evidenciado pelo barulho de seu ventilador interno. Rejogar dois anos depois essa mesma primeira fase em um hardware melhor em um primeiro momento não trouxe grandes diferenças. O jogo roda bem, às vezes apresentando algumas travadas ao carregar a fase, mas só. Pelo menos em termos de jogabilidade, realmente não consegui ver nada de muito novo.

Visualmente, o primeiro Nioh também não parece estar absurdamente mais bonito. Nota-se uma maior quantidade de efeitos, sem dúvidas algumas – fumaça, reflexões e fases onde a chuva cai estão obviamente melhores colocadas e bonitas, porém não é algo que transforme a experiência em algo novo.

O jogo teria mais chance de se destacar mais no uso do controle DualSense e de suas vibrações HD muito únicas. Infelizmente, esse é mais um quesito onde o jogo não se aproveita das capacidades do hardware do PS5, embora a vibração dos encontros da espada com a carne do inimigo sejam bem satisfatórias e os gatilhos adaptativos do console funcionem muito bem ao atirar flechas ou balas de canhão, mas nada representa um uso absolutamente bem desenvolvido.

O que faz essa primeira metade da coleção ser boa é o jogo em si. Nioh é um dos mais excelentes jogos de ação de 2017, contando com variedades enormes de golpes, habilidades, fases, chefes e armas. Lembrando muito a dificuldade de Dark Souls, ao mesmo tempo que mostra o DNA do Team Ninja com a franquia Ninja Gaiden a partir das opções de combos (e de um chefe secreto, diga-se de passagem), a história de William traz ao PS5 uma grande opção para quem busca um título de ação longo e divertido. Mesmo que não aproveite muito o que o console pode oferecer, só de estar rodando tão bem já é um bom motivo para conferi-lo.

Agora, a outra metade…

A dualidade no segundo capítulo

Começarei essa sessão admitindo que dos dois jogos, a segunda versão foi a que menos passei tempo aproveitando. Logo de cara, Nioh 2 apresenta uma gama tão grande de opções de customização para o jogador, partindo desde o personagem mesmo — sai Willian, entra um avatar customizado —  até qual elemento usar na arma que melhor irá se adaptar ao seu estilo de jogo. São tantas opções que é fácil ficar confuso e não saber para onde ir.

A sequência traz um ritmo de ação mais rápido, com mais opções e bem mais recente que seu antecessor, e, para muitos, todas essas mudanças fazem dela uma experiência inferior quando comparada ao estilo mais direto do primeiro. Não entrarei nessa discussão neste texto, mas deixo claro que as impressões são de bem menos tempo do que com a primeira versão, muito por essa sensação de que há muita coisa para fazer logo de cara.

Enquanto os upgrades já pareciam poucos substanciais no primeiro jogo, no segundo eles parecem bobos, coisas puramente estéticas. O jogo, veja bem, já roda muito bem no PS4 e já era um dos jogos de ação japoneses mais tecnicamente impressionantes no console. Deixamos a análise da Digital Foundry sobre a versão do ano passado para colaborar com esse pensamento.

Porém, no PS5, em sua versão remasterizada, nada muito novo parece ter aparecido. O modo de 120 fps, para quem tem uma TV compatível, existe. Mas de resto, embora os visuais estejam levemente mais bonitos, não parecem tornar a experiência tão “remasterizada” quanto o primeiro. Tudo que foi aplicado em Nioh foi aplicado em Nioh 2, mas com os jogos sendo em épocas diferentes da compreensão do hardware de seus consoles originais, no segundo jogo o resultado é menos impactante.

Nioh, em uma tradução bem rudimentar do japonês, significa Dois Reis. Ter ambos os jogos no console em uma só coleção talvez seja, realmente, algo de dois reis, se me permitem o trocadilho. São opções nativas de jogos de PS5 de ação, aumentando sua biblioteca e apresentando para uma nova onda de entusiastas o mundo da franquia.

Talvez nesse começo de geração, as expectativas de muitos — minhas inclusas — sejam de termos jogos mais impressionantes graficamente, especialmente em se tratando de upgrades da geração passada — mas a realidade é que nem sempre isso será a norma. Deixando as expectativas de lado e mostrando o que The Nioh Collection realmente faz, temos uma peça fantástica e bastante recomendada em mãos.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm