Finalmente chegando ao portátil Nintendo Switch, Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 é um remake dos primeiros jogos que traz consigo um legado de imensa nostalgia de uma geração que se empolgou e ficou impressionada com a qualidade que os primeiros jogos da série foram capazes de entregar naquela época, e que deixou extensivas marcas de muita diversão.

Todos nós sabemos que o Nintendo Switch não possui uma configuração de hardware tão potente quando comparado aos consoles concorrentes. Em decorrência disso, é inevitável não criar uma certa desconfiança com jogos portados para o console, e a Vicarious Vicious realizou um trabalho primoroso com o jogo no Nintendo Switch.

Ollies precisos

Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 está rodando muito bem no portátil da Nintendo, sem engasgos ou quedas de frames. O que mais me preocupava eram os comandos, visto que Tony Hawk é um jogo em que é necessário acertar combos precisos e rápidos, e fui surpreendida positivamente. O jogo não falha em entregar controles responsivos, mesmo que os Joy-Cons não sejam os melhores controles para jogar algo que requer precisão. Dito isso, é muito confortável jogar no modo portátil — e vou mais longe em dizer que é um jogo perfeito para isso!

Mesmo que você seja veterano na série, recomendo bastante fazer o tutorial do jogo que é apresentado assim que se inicia. Mesmo que já entenda as mecânicas, é bem crucial aprender passos básicos que serão extremamente importantes para conectar uma manobra a outra, permitindo ao jogador pontuar ainda mais. Esse é o segredo do jogo para garantir multiplicadores de pontos cada vez maiores.

Falando em manobras, há uma grande variedade que são realizadas no ar, em beiradas, manuals e ollie flips. Importante também ressaltar que, durante a execução dessas manobras, pode-se realizar o Revert, movimento que faz o jogador girar o skate em 180 graus para conectar manobras e evitar a quebra de combo durante os multiplicadores de pontuação — além também de ajudar muito no equilíbrio na hora de “pousar” com o skate em solo firme.

O jogo ainda manteve a barra de especial, preenchida a partir da execução de manobras. Uma vez carregada, o jogador pode pontuar ainda mais realizando as manobras especiais. Caso não se recorde de como executar alguma, basta acessar o menu perfil do skatista que aparecerá a combinação de botões para sua execucação.

Personalidades Memoráveis

Seguindo a mesma linha de antigamente, o jogo traz alguns skatistas famosos e famosas, com destaque para veteranos como Tony Hawk (obviamente), Bob Burnquist (skatista brasileiro), Geoff Rowley, Chad Muska, Elissa Steamer (foi a primeira mulher presente na série), Rodney Mullen (lendário criador das manobras Heelflip e Impossible), dentre outros mais que também estiveram presentes na série.

Temos também algumas estreias no remake: nossa querida brasileira Letícia Bufoni, Riley Hawk (filho de Tony Hawk), Leo Baker, Aori Nishimura, Lizzie Armanto, Shane O’Neill, Tyshawn Jones e Nyjah Huston.

O jogador também tem a liberdade de criar um personagem e customizá-lo de acordo com sua preferência. Há uma loja onde é possível comprar roupas, estilos para o shape do skate, trucks, rodas e lixa. Alguns desses itens só podem ser adquiridos após um certo nível de experiência do jogador — adquirida através de desafios e por conclusões de fases, também garantindo avatares bem maneiros.

Cada personagem tem seus status, divididos em Aéreo, Voo, Ollie, Velocidade, Giro, Switch, Velocidade de Flips e três tipos de equilíbrio (manual, flip, corrimão). Os status mudam de acordo com a troca de personagem, ou seja, cada skatista é bom em pontos específicos. Ao decorrer do modo história, é possível adicionar pontos nesses status e, caso opte por criar um personagem próprio, normalmente ele virá com uma distribuição de pontos de status mais balanceados.

Eu vou pra onde? Pra onde eu devo ir?

Seguindo o padrão dos primórdios lá nos dois primeiros jogos da franquia, Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 conta com as antigas fases que são liberadas à medida que os desafios são completados. Por exemplo, para liberar a próxima fase, é necessário completar até 8 objetivos das fases anteriores — que se mesclam entre pontuações altas, pontuações altas de combo, recolher um número certo de itens ou realizar manobras em pontos específicos de alguma fase.

O jogo conta também com um modo livre com acesso a todas as fases dos dois jogos para treino, também havendo um modo de criação de pista e de roupas e itens chamado de Create-a-Park e Create-a-Skate — que podem ser compartilhados online com os amigos, trazendo um modo social para o jogo de maneira bem interessante.

O modo online competitivo é bem divertido e bem estável, e não tive problemas com conexão ou partidas “com lag“. Claro que isso pode depender também da conexão de internet do jogador, visto que a internet em que eu estava conectada é relativamente boa. Neste modo, ganha quem realizar maior pontuação, mas há também um modo de quem “pinta” mais a pista, ou seja, o jogador que realizar uma pontuação muito alta em algum local da fase pintará aquele local da cor correpondente a ele.

Eu confisco

Lembrando aqui que um dos pontos altos do jogo é sua trilha sonora, que chega com músicas antigas da época dos clássicos e algumas novas. Afinal, quem nunca cantarolou Superman da banda Goldfinger?

E para a felicidade de nós, brasileiros, temos nosso saudoso Chorão e sua banda Charlie Brown Jr. com a música Confisco. Depois de uma petição dos fãs brasileiros a Activision ouviu e incluiu a música após negociar seu uso legal com o filho do cantor. Além da canção brazuca, novos destaques também inlcuem Baker Boy – In Control, Sublime – Same in the end, Screaming Females – Let me In (adorei essa inclusão) e tantas outras que deixarei aqui para você descobrir e se animar por conta própria.

Definitivamente Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 é um jogo necessário para sua coleção no Nintendo Switch. Dois jogos que embalaram uma geração não só com seu aspecto divertido como jogo, mas também com suas músicas que até hoje ecoam na mais nostálgica lembrança com jogos antigos. Jogando tanto no dock quanto no seu modo portátil, o jogo não perde qualidade ou jogabilidade. Eu pessoalmente joguei muito mais no modo portátil e não senti quaisquer dificuldades — pelo contrário, achei bastante confortável.