Análise: VISCO Collection - Neo Fusion
Análise
VISCO Collection
27 de novembro de 2023
Jogamos a VISCO Collection no PlayStation 5 com um código digital fornecido pela QUByte

Embora tecnicamente ainda continue no ramo dos softwares, a VISCO há muito tempo deixou de ser uma parte relevante do mundo dos games, passando a se focar em outras áreas. No entanto, a brasileira QUByte Interactive decidiu que o legado da desenvolvedora não mereceria ser esquecido e trouxe na VISCO Collection uma parte relevante de seus trabalhos.

O pacote oferece acesso a sete títulos de gêneros variados, que foram lançados originalmente para plataformas como o Neo Geo e o Arcade. Se a variedade de gêneros é garantida, a de qualidade também está presente: entre algumas pérolas bastante divertidas, a coletânea também traz jogos que explicam o fato de a desenvolvedora não ter tido tanto sucesso quanto suas contemporâneas.

Entre meus favoritos estão Neo DriftOut, um jogo de rally com visão superior no qual é preciso lutar contra o tempo para vencer checkpoints e chegar à linha de chegada. Conforme avançamos, indicadores mostram as curvas que estão chegando, e é preciso saber lidar com elas para não bater ou ficar preso em um canto do cenário.

VISCO Collection

Divulgação/QUByte Interactive

Com fases curtas e controles responsivos, o jogo funciona muito bem e tem aquela sensação arcade de “só mais uma partida”, mesmo quando você falha. Tive um sentimento semelhante com Bang Bead e FlipShot, títulos com uma pegada meio Pong, no qual você deve usar discos para destruir diversos objetos protegidos pelos adversários.

Enquanto esses jogos não partem de premissas exatamente originais, todos funcionam bem e passam a sensação de que entramos em um bom arcade dos anos 1990. Com gráficos simples para os padrões atuais, eles até podem ser um pouco injustos em suas dificuldades, mas não chegam a ser muito frustrantes.

Nem tudo é bom na VISCO Collection

Infelizmente, nem tudo é positivo na coletânea. Embora Ganryu parecesse ser um jogo de ação 2D interessante, ele é muito prejudicado pelas punições absurdas que impõe ao jogador. Se você morrer (o que não é muito difícil), o negócio é recomeçar a aventura e torcer para conseguir chegar tão longe quanto antes, dependendo principalmente da sorte e de decorar onde os inimigos vão surgir.

VISCO Collection

Divulgação/QUByte Interactive

Goal! Goal! Goal! também não me conquistou, com seus goleiros adversários muito competentes, enquanto o meu estava aberto para receber qualquer chute dos atacantes do outro time. Já Andros Dunos e Captain Tomaday são experiências que não passam do mediano, pecando principalmente pela falta de originalidade.

Também senti falta de um cuidado maior no que diz respeito à preservação histórica — talvez um reflexo de estar mal acostumado com os trabalhos da Digital Eclipse. Faltou material que ajudasse a dar um maior contexto histórico aos games, bem como mais filtros e opções que permitissem adaptar os jogos disponíveis a padrões mais modernos.

Até é possível ajustar o tamanho da tela e aplicar um filtro de imagem sobre os games disponíveis, mas não há como mudar a dificuldade padrão deles, por exemplo — algo que seria possível nos arcades originais. Da mesma forma, não há como remapear botões, e a coletânea traz controles individuais de som que são bem estranhos. O ponto positivo é o sistema de saves e loadings, que acaba compensando o fato estranho de todos os games precisam de um carregamento um tanto longo para serem iniciados, mesmo jogando no PlayStation 5.

VISCO Collection

Divulgação/QUByte Interactive

Tratada como uma iniciativa de preservação histórica, a VISCO Collection ganha pontos por permitir acesso a jogos que, de outra forma, permaneceriam esquecidos. No entanto, a QUByte peca não por trazer alguns títulos de qualidade duvidosa, mas sim porque poderia ter feito mais para enriquecer o pacote e deixar o público mais ciente da importância que a VISCO teve para o mundo dos games.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm