Desenvolvido pela 2ndBoss, Wild Dogs é um jogo shooter clássico que poderia muito bem ser confundindo com um novo capítulo da série Contra. No papel do Major Frank “Pumpkinhead” Williams, acompanhado de seu fiel cachorro Teddy, o jogador precisa usar seus recursos limitados para derrotar um exército alienígena que está invadindo a Terra.

O principal diferencial do jogo é seu sistema de filtros, que na história serve como uma forma de “identificar as formas de vida extraterrena que são invisíveis ao olho nu”. Na prática, eles atuam mais como opções estéticas para a aventura, permitindo que uma ou outra fase tenha seus elementos mais destacados — no entanto, não há nada que obrigue o jogador a usar um filtro específico para conseguir progredir.

Passado o espanto inicial com a grande quantidade de combinações de cores disponíveis, Wild Dogs se revela como um jogo de ação competente e bastante desafiador. Apesar de ele só conter um total de cinco fases, todas elas têm uma duração considerável e dificilmente vão ser terminadas em uma única tentativa.

Wild Dogs tem desafio intenso, mas justo

Assim como acontece com Contra, o nível de dificuldade é intenso e é preciso ficar atento aos inúmeros disparos de inimigos para conseguir sobreviver. Para lutar contra eles, o jogador tem à disposição inúmeros upgrades de armas (como disparos em bumerangue e lança-chamas) e alguns power ups que recuperam integralmente sua vida.

Ao contrário de sua principal inspiração, Wild Dogs não é tão punitivo em relação a ser acertado: antes de morrer, o personagem principal tem alguns pontos de vida que pode sacrificar sem que sua aventura seja interrompida. O jogo também oferece um total de três vidas que permitem ressurgir em meio a uma fase — no entanto, quando elas acabam é Game Over e você precisa recomeçar do ponto zero o último estágio em que parou.

Divulgação/2ndBoss

O segredo para conseguir ser bem-sucedido no game é saber avançar com rapidez, ao mesmo tempo em que se conserva um pouco de cautela. Embora numerosos, os inimigos têm ataques com padrões muito bem definidos, e sempre há como sobreviver se você ficar atento para desviar de seus ataques. Nesse caso, recursos como o pulo duplo e o uso de filtros que destaquem elementos do cenário ajudam bastante.

Curiosamente, os momentos que considerei mais desafiadores do game não foram aqueles marcados por tiro. Em certos pontos da aventura, o jogador toma controle do cachorro Teddy, que precisa resolver puzzles que envolvem desviar de tiros e escapar de armadilhas no timing certo.

O canino também é capaz de controlar robôs equipados com armas bastante potentes, mas que são bastante frágeis a ataques adversários. Isso cria um sistema de risco e recompensa bem legal, e, mesmo quando você acaba falhando (o que vai acontecer com certa frequência), nunca há a sensação de que o game foi injusto, ficando aquela vontade de tentar mais uma vez.

Chefes e desafios variados

Outro elemento que se destacou em Wild Dogs é a grande quantidade de chefes: a cada fase, você vai enfrentar diversos deles, que servem como “barreiras” entre os diferentes trechos de exploração. Todos têm designs bem legais, mas nem sempre compartilham o mesmo grau de desafio: em geral, basta conseguir identificar os dois ou três padrões de ataques de cada um deles para conseguir vencê-los sem grandes dores de cabeça.

Divulgação/2ndBoss

O jogo também varia um pouco a ação com segmentos em que é preciso usar veículos como helicópteros de guerra e aviões. Esses segmentos são divertidos, mas representam o ponto fraco da experiência, por não oferecer a mesma variedade de armas e possibilidade dos trechos principais com progressão lateral.

Em geral, Wild Dogs se mostra um game bastante que traz uma base bem estabelecida, mas sabe variar elementos para evitar cair na repetição. No entanto, esse também acaba sendo um elemento essencial do game, especialmente dado o fato de que o jogador só aprende a vencer certos desafios depois de falhar várias vezes nele.