Análise: World's End Club - Neo Fusion
Análise
World's End Club
27 de julho de 2021
Cópia digital da versão de Switch cedida pela NIS America.

Agora também dísponivel para Nintendo Switch em sua versão completa, World’s End Club ficou um ano preso exclusivamente ao catálogo do serviço Apple Arcade e se trata de um jogo dirigido por Kotaro Uchikoshi (da série Zero Escape) que, embora tenha alguns poucos elementos de arcade e puzzles, tem foco em narrativa. Com um início em meio a uma grande batalha e sem muitas explicações, o jogador é levado para o passado para entender todos os atuais acontecimentos que, logo nos primeiros minutos, podem gerar um pouco de confusão e muita curiosidade.

Unidos por um objetivo

A história gira em torno de um grupo de amigos (que se autodenominam Go Getters) que estão em uma viagem de escola e avistam de dentro do ônibus um cometa que aparentemente colide com a Terra, gerando uma imensa explosão. Logo após o ocorrido, acordam em um parque de diversões submerso — onde se deparam com um ser parecido com uma fadinha de aspecto esquisito e assustador chamada Pielope. Bem falante, a criatura mágica diz a eles que todos ali irão participar de um tal “jogo da eliminação” cujas regras são: cada um dispõe de uma pulseira onde há um visor com as tarefas que precisam ser cumpridas; as tarefas tem uma hora para serem cumpridas ou todos são penalizados.

O detalhe é que na pulseira aparece a tarefa de outra pessoa, e isso pode ser usado como vantagem para cada um, tornando-se um jogo de confiança e traição, uma vez que é crucial tentar descobrir sua tarefa. A descoberta da tarefa de outra pessoa também pode ser visto como uma vantagem, uma vez que isso pode ser usado para manipular algumas ações.

Para sair desse mundo misterioso submerso é preciso ganhar a chave mágica, que funciona como uma chave-mestra capaz de garantir acesso à saída, porém só uma pessoa sai vencedora desse jogo. Com essa premissa inicial, o jogador é levado a uma experiência interessante e instigante, envolto de investigação e mistério.

Diferentes personalidades geram diferentes poderes

Há uma grande variedade de personagens na narrativa que são muito bem apresentados em World’s End Club, porém a construção deles cai na mesmice de estereotipar cada um (o que, em minha opinião, gera a problemática de perpetuar preconceitos). Cada um possui uma habilidade que auxiliará na travessia de algum ponto do mapa, mas nada muito complexo, apenas um elemento a mais para enriquecer os elementos de arcade. Habilidades como essas, únicas de cada personagem, são bem simples de se utilizar e, em certos momentos do jogo, são utilizadas combinadas entre si para derrotar algum chefe no jogo.

No início, nenhum personagem tem poderes, ou seja, cada personagem tem seu momento de “despertar” suas habilidades durante a jogatina. Sendo algo bem gradual, há uma sessão no menu de pausa onde é possível verificar a biografia de cada personagem juntamente com a descrição de suas habilidades.

O que reforça muito a construção de cada personagem é que em certos momentos bem pontuais da jornada é possível interagir e conversar com eles, reforçando ainda mais a personalidade de cada um — o que eu achei um ponto muito positivo na construção de personalidade de cada um. O personagem principal (aquele que o jogador controla), porém, é o único que não apresenta uma história. Isso nem chega a ser problemático, afinal a narrativa gira em torno dos seus amigos e em como vocês juntos podem se ajudar. Embora alguns diálogos e até mesmo piadas podem incomodar na tentativa de parecer engraçado por acabarem escorregando em situações que levam ao inconveniente.

Escolhas levam a ótimas narrativas?

Basicamente World’s End Club segue uma estrutura linear, mesclando alguns poucos elementos de plataforma com diálogo entre os personagens. E mesmo assim, durante alguns atos da narrativa, é possível escolher caminhos diferentes que levarão o jogador a finais e acontecimentos diferentes — no total são dois, o primeiro não tão diferente do segundo, mas vale a pena jogá-los. O jogo permite acesso aos capítulos ou atos, sendo assim, é mais fácil de refazer algum e escolher a alternativa diferente da anterior sem precisar iniciar uma nova jornada desde o zero.

Também conta com coletáveis, figurinhas que basicamente servem apenas para apresentar um pouco mais sobre a história daquele mundo. Suas curtas descrições também servem para incentivam o jogador a explorar mais o mapa e assim tentar coletar todas.

Seguindo a mesma fórmula

Como plataforma, o jogo deixa a desejar: pouquíssimas mecânicas, poucos desafios e um foco principal em sua narrativa meio desengonçada. No decorrer da jogatina, quando os personagens adquirem suas habilidades, um elemento a mais introduz um pouco de variedade nos desafios de plataforma do jogo, mas nada muito marcante ou que faça tanta diferença a ponto de tornar o jogo mais dinâmico.

O grande ponto negativo, é que esses elementos de plataforma demoram a aparecer, o que faz com que o jogador possa não compreender muito bem a proposta do jogo, que bem devagar se mostra um pouco mais interessante. Há alguns puzzles durante a jornada, porém nem um pouco desafiante, de qualquer forma é até satisfatório as resoluções e não são cansativas a ponto de te deixar muito tempo preso de algum deles, o que pode agradar e muito jogadores mais casuais que buscam jogos mais leves e tranquilos.

Com um começo bem interessante e que, até certo ponto, prende o jogador, World's End Club infelizmente acaba se perdendo naquilo que poderia ser um trunfo e diferenciá-lo de tantos outros jogos desse segmento, além de alguns tropeços de falas que podem incomodar. Em suma, nada surpreendente daquilo que se propõe, podendo decepcionar jogadores que no início esperam por uma narrativa melhor construída.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm