Análise: Wreckfest - Neo Fusion
Análise
Wreckfest
17 de maio de 2021

De tantos jogos de corrida existentes na indústria, talvez Wreckfest tenha, de certa forma, chamado a atenção por ser um jogo de carros somado com a tão famosa modalidade demolicar. Não só isso, é claro, mas pela tentativa de inovar com uma jogabilidade furiosa e frenética. Infelizmente, sua totalidade é um tanto genérica, mesmo trazendo mecânicas de gameplay — como a perda de desempenho do veículo durante as corridas.

Mais do mesmo

O jogo apresenta uma campanha principal com 5 campeonatos, onde para completá-los é necessário uma certa pontuação. Dentro desses campeonatos, estão ramificados os eventos — que podem ser corridas de circuitos com um número determinado de voltas, arena de destruição com a modalidade “o último motor funcionando” ou de destruir pelo menos três carros até não restar mais nenhum dos 23 iniciais. Ao longo da partida, danos podem ocorrer tanto na lataria do carro quanto em nas partes mecânicas do veículo (motor, caixa de câmbio, freios e rodas, por exemplo), atrapalhando o desempenho de cada jogador.

Há um modo multiplayer online com matchmaking livre e também com salas privadas para jogar com seus amigos, mas é perceptível que o ponto forte desse jogo não está em seus modos online, mas sim em seu modo carreira e nos eventos semanais e diários.

Pelo menos os troféus nos consoles PlayStation não são difíceis!

Pelo menos os troféus nos consoles PlayStation não são difíceis!

Existe uma variedade bem ampla (e até mesmo curiosa) de carros, como cortador de grama e um veículo-sofá, mas são peculiaridades bem pouco exploradas e que até poderiam enriquecer um pouco o jogo e suas modalidades de corrida extremamente repetitivas ao decorrer do gameplay. As pistas se repetem muito tanto em seu modo normal quanto no modo reverso. O que acaba alterando um pouco o jogo são os tipos de carros utilizados para certos circuitos e, mesmo assim, essa característica não adiciona desafio algum. Alguns eventos são tão longos e cansativos que, somados à repetição já citada, tornam o jogo tedioso e insuportável de se jogar por muito tempo.

O sol no horizonte passa uma sensação tranquila, mas somente até a próxima colisão.

O sol no horizonte passa uma sensação tranquila, mas somente até a próxima colisão.

Variedade não é qualidade

Falando em carros, o jogador pode realizar upgrades tanto em suas partes mecânicas como também na blindagem, ou seja, na lataria para modalidades de destruição. Tais upgrades são realizados com dinheiro adquirido ao vencermos eventos que, juntamente com pontos de experiência, funcionam para liberar o acesso a melhores peças de carro. O jogador também pode alterar a estética de cada carro, com pinturas, itens no teto do carro e rodas. As skins são bem básicas — afinal existe uma loja de customização dentro do jogo onde você até pode adquirir muitos outros itens por microtransações.

wreckfest gamepass psn plus

Gráficos são bonitos, porém pecam em certos detalhes.

Quando jogado em um PS5 com o controle Dualsense e seus gatilhos adaptáveis, a experiência é interessante. Se, por exemplo, o carro do jogador sofrer muito dano em alguma área mecânica, digamos na caixa de câmbio, o botão de acelerar pode ficar mais travado, dificultando (e muito) a aceleração e troca de marcha. Os gatilhos também alteram a resistência dos freios caso o carro esteja realizando alguma curva muito acentuada. Talvez esse seja um diferencial interessante na utilização dos gatilhos adaptáveis do Dualsense do PS5, mas infelizmente só isso não traz maior qualidade para o jogo.

Disponível até então no Xbox Game Pass e oferecido como jogo do mês de maio deste ano no serviço PS Plus (apenas para donos de PS5), Wreckfest tenta inovar, mas derrapa em funcionalidades básicas. O jogo começa de maneira divertida, porém infelizmente essa cadência decai após algumas corridas, caindo na mesmice justamente pelos desafios longos e tediosos.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm