Entrevista: Danilo Dias, da JoyMasher, fala sobre Vengeful Guardian: Moonrider - Neo Fusion
Entrevista
Danilo Dias, da JoyMasher, fala sobre Vengeful Guardian: Moonrider
11 de janeiro de 2023

Nesta quinta-feira (12) o mundo dos videogames tupiniquins ganha mais um representante: Vengeful Guardian: Moonrider, novo jogo da JoyMasher que referencia tanto clássicos 16-bits como a série Shinobi, do Mega Drive, quanto aos heróis de tokusatsu que invadiram o território nacional em meados dos anos 1990 através da programação da rede Manchete.

A JoyMasher conta com um currículo bem interessante de títulos, como Blazing Chrome, Oniken e Odallus, fazendo com que Moonrider seja bem esperado pelo público que gosta dessa vertente de jogos – e o NeoFusion, aproveitando o lançamento do mais novo projeto da desenvolvedora, teve a oportunidade de entrevistar Danilo Dias, designer do jogo e um dos fundadores do estúdio. Confira:

NEOFUSION: A Joymasher já se estabeleceu como um criadora de jogos retrô e dá para ver que Vengeful Guardian: Moonrider está sendo muito aguardado por parecer representar um grande pico desse tipo de game. Quais os desafios de apresentar iteração e “evolução” entre um lançamento e outro quando a linha do estúdio é trabalhar com retrô?

Danilo: Nós tentamos fazer jogos que gostamos de jogar, não necessariamente existe uma evolução entre nossos jogos, acho que a maior mesmo seria no quesito estilo gráfico quando partimos do 8 pros 16 bits. Todo jogo que fazemos é um grande desafio (risos), é sempre muito difícil e trabalhoso criar jogos com equipes tão pequenas.

NEOFUSION: Ainda nesse ponto, agora temos um jogo mais parecido com a estrutura de Hagane, e alguma coisa de Ninja Gaiden e Shinobi. Esse cruzamento entre “samurais/ninjas” e uma direção visual mais futurista é algo que gera muita expectativa. Como foi trabalhar com isso e definir a direção artística do jogo?

Danilo: Para cada inimigo, objeto, cenário, nave, robô etc foi usado como referência trabalhos do artista Keita Amemiya, ele foi responsável por designs de vários tokusatsu e séries japonesas, um grande artista. Também usamos de referência outras obras do cyberpunk japonês do final dos anos 1980 e começo dos 1990.

Arte de Kamen Rider Shin ZO feita por Keita Amemiya, artista usado como referência para Vengeful Guardian Moonrider. (Imagem: Reprodução/Kamen Rider Wiki)

NEOFUSION: A trilha sonora de um título de ação, ainda mais inspirado nos clássicos dos 16 bits, vêm com um peso de expectativa referente a nostalgia das pessoas. O que foi pensado para atender esse hype ou mesmo superar nesse sentido sonoro?

Danilo: A trilha sonora é toda baseada em consoles de CD como PC-ENGINE e Mega CD, o nosso músico Dominick Ninmark usou como referência eurobeat dos anos 90 misturado com instrumentos japoneses e muitos samples de sintetizadores Yamaha. O jogo conta até com frases faladas pelos chefes gravadas por dubladores japoneses, referência direta a jogos do PC-Engine ou Sega Saturn.

NEOFUSION: Vocês refletem sobre o local da nostalgia na criação de obras de entretenimento? Quais as possibilidades abertas, quais os perigos?

Danilo: Nós tentamos criar jogos que gostamos de jogar, baseado em coisas que gostamos, não necessariamente queremos só atingir a nostalgia pois se o gameplay, design ou mecânicas não forem bacanas só o fator nostálgico não segura o jogo. Mas também gostamos de manter o jogos com uma estética bem fiel, algo que se pareça com algo lançado na época mas sempre tentando trazer mecânicas e jogabilidade precisas.

(Imagem: Reprodução/The Arcade Crew)

NEOFUSION: Finalizando, o mundo clama por um jogo retrô do tipo da série do Kunio (River City Ransom) se passando no Brasil. Uma coxinha num bar com tubaína, um porradaria em um campo de terra de futebol, o Faustão ou o Chacrinha na TV do bar. O que vocês acham dessa ideia?

Danilo: Poxa hahaha é uma idéia bacana!

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Vengefull Guardian Moonrider será lançado em 12 de janeiro de 2023 para PC, PS4, PS5 e Nintendo Switch. Agradecemos ao Danilo e a JoyMasher pela entrevista!

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm