Desenvolvido pela Metamorphosis Games, Gestalt: Steam & Cinder conta a história de um mundo que, embora tenha se livrado de uma grande ameaça no passado, nunca escapou de uma sombra que parece pronta para retornar. Ele tem como cenário a cidade de Canaan, a Cidade do Vapor, cujos governantes escondem grandes segredos que estão fugindo de seu controle.
Nesse contexto tomamos controle de Aletheia, uma espécie de caçadora de recompensas que está pronta para aceitar qualquer trabalho. O mais recente dele envolve explorar ruínas antigas que são fechadas ao público, mas um encontro inesperado vai fazer com que ela descubra que tem um papel muito importante a cumprir no futuro.
Em matéria de gameplay, o título é o que podemos considerar como um “Metroidvania” mais leve. Isso significa que ele traz desafios de combate e plataforma com uma perspectiva 2D e áreas que, se a princípio não são acessíveis, logo se abrem conforme a protagonista adquire novas habilidades.
O que faz do jogo um pouco diferente para seu gênero é o fato de ele não dar muito foco para a exploração, fazendo desse um quesito bastante secundário. Em compensação, ele traz vários trechos da história intercalados a seu gameplay, exibido cenas não interativas conforme ativamos mecanismos, abrimos portais ou simplesmente avançamos para salas específicas.
Embora a trama traga algumas revelações interessantes e se beneficie de uma arte caprichada, ela se revela a parte mais fraca do jogo. Isso porque o roteiro sofre com um excesso de personagens que, embora sejam importantes dentro de seu universo, não são bem comunicados para o jogador.
Sabe aquela sensação de ler um livro, ver diversos nomes ditos como relevantes, mas não entender o porquê disso? É essa a sensação que Gestalt: Steam & Cinder passa. Ao final da aventura, alguns personagens até ganham mais complexidade, mas a resolução deixa claro que tudo não passou de uma grande introdução para uma possível sequência.
Em compensação, o jogo brilha no gameplay, que traz bons desafios de plataforma e combates que, se pecam pela repetição de inimigos, nunca ficam chatos. Muito disso se deve à implementação de um sistema de evolução inteligente e que acompanha as habilidades que Aletheia destrava em pontos-chave do mapa.
Depois de um tempo, você pode até ter pontos de habilidade a gastar, mas eles só vão poder ser gastos quando um novo poder básico da personagem for encontrado. Isso, somado a inimigos que sobrem de nível a cada área, garante que a protagonista nunca fica superpoderosa e os encontros sempre trazem alguma dose de desafios.
No entanto, o jogo não é exatamente difícil, embora descuidos possam trazer mortes. Nas quase 10 horas necessárias para fazer 100% do game, morri somente 4 vezes, e todas elas foram resultado de um mal gerenciamento de recursos — e somente uma delas aconteceu nas batalhas contra chefes.
E são justamente eles que, infelizmente, acabam virando um ponto decepcionante do jogo. A rodada final de adversários tem visuais interessantes, mas padrões de ataques previsíveis e um nível de facilidade que não é condizente com as expectativas. Até mesmo o combate final sofre um pouco com isso, especialmente se você chega equipado com itens avançados.
Com um universo interessante, mas nem sempre bem apresentado, Gestalt: Steam & Cinder é um jogo que conquista principalmente por seu gameplay. Não à toa, senti uma necessidade natural de conferir todos os segredos oferecidos pela aventura — o que o fato de ela ser um tanto curta também favorece.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm