Análise: Krzyżacy - The Knights of the Cross - Neo Fusion
Análise
Krzyżacy - The Knights of the Cross
14 de agosto de 2023
Jogamos Krzyżacy - The Knights of the Cross no PC com um código fornecido pela Olive Panda Studio

Desenvolvido pelo estúdio Olive Panda, Krzyżacy – The Knights of the Cross é um game com inspirações históricas que conta os conflitos entre o povo polonês e os Cavaleiros Teutônicos. No entanto, quem espera ver nele uma lição de história vai sair decepcionado, já que a adaptação é feita de maneira bastante livre e não tem exatamente a narrativa como foco.

No jogo assumimos a identidade de Zbyskzko, um jovem cavaleiro que embarca em uma aventura na qual vai ele ascender socialmente enquanto batalha contra diversos tipos de inimigos. No meio tempo, você vai ter que lidar com diversos eventos que não têm muita conexão com a história principal e com o desenvolvimento de relações com diversos companheiros que trazem características únicas a seu grupo.

O título tem uma estrutura bastante rígida em seus capítulos, que são marcados por diversos eventos principais e algumas missões secundárias. Enquanto esses eventos opcionais podem ser feitos na ordem que o jogador preferir, eles desaparecem assim que os confrontos principais são finalizados — e sempre há cinco deles em cada capítulo. Dado que as missões extras sempre trazem boas recompensas, ignorá-las não se mostra algo muito aconselhável.

Krzyżacy – The Knights of the Cross tem o combate como principal qualidade

O foco de The Knights of the Cross é mesmo em seu gameplay, que é a parte que se destaca positivamente. Trazendo um sistema de combates baseado em cartas com diferentes efeitos, o título adota um estilo de turnos rápidos em que você só vai controlar as ações de seus companheiros de forma indireta.

O tipo de movimento que eles vão fazer está diretamente ligado às cores e quantidades de cartas que você usou durante um turno. Um companheiro focado no ataque, por exemplo, pode usar um ataque básico quando uma carta vermelha for colocada em jogo. No entanto, esse ataque pode virar algo que atinge todos os inimigos caso duas cartas vermelhas e uma azul tenham sido combinadas.

Krzyżacy - The Knights of the Cross

Foto: Divulgação/Olive Panda Studio

Esse esquema é relativamente simples de aprender, mas se torna complicado de dominar devido ao fato de que seus companheiros nem sempre funcionam a partir das mesmas cores de cartas. Um feiticeiro especializado em cura, por exemplo, pode ser ativado somente quando ataques de cor azul ou verde são ativados.

Aumentando ainda mais sua complexidade, o título traz cartas bastante úteis que não são associadas a nenhuma cor que ativa ataques aliados. Isso ajuda a criar uma complexidade estratégica bem interessante, especialmente diante do fato de que sempre sabemos o que os inimigos vão fazer em cada turno. Para complicar as coisas, a quantidade de cartas que podem ser usadas é diretamente ligada à estamina do herói (e algumas delas podem usar mais de um ponto).

Ao dar todas as informações de que o jogador precisa saber, Krzyżacy – The Knights of the Cross pode ser ao mesmo tempo fácil ou difícil. Enquanto no começo apanhei bastante para os inimigos, a partir do momento em que aprendi a ler o que o game me informava, as batalhas se tornarem muito mais tranquilas — com a exceção de alguns chefes bastante poderosos.

Krzyżacy - The Knights of the Cross

Foto: Divulgação/Olive Panda Studio

Pessoalmente, gostaria que o game trouxesse mais estímulos para a troca de cartas e para a experimentação de conjuntos de habilidades. Enquanto é possível editar o deck — e até mesmo reduzi-lo em tamanho para agilizar a aparição de ataques úteis —, nunca senti que fazer isso era algo realmente necessário.

Claro, deixar as cartas básicas como padrão pode desacelerar alguns confrontos, mas nunca fiquei com a sensação de que eles ficavam impossíveis por conta disso. Apesar dessa pequena reclamação, confesso que o sistema de batalhas do jogo foi o que me prendeu a ele, já que a história parecia mais a reunião de eventos pontuais do que algo costurado de forma muito coerente ou envolvente.

Exagerando onde não é preciso

Minha principal crítica a Krzyżacy – The Knights of the Cross vem de suas escolhas de design de personagem, especialmente a das personagens femininas. Enquanto não há nada errado em um game que conta a história polonesa use um estilo visual digno de um anime, a maneira como as companheiras são retratadas é simplesmente apelativo.

Enquanto os aliados homens surgem com armaduras completas e proteções adequadas para os combates, as moças parecem que estão prontas para entrar no banho. Enquanto o design apelativo geralmente aparece na forma de uma saia curta que não devia estar ali, há personagens como Ely que se vestem com vestidos finos, não usam roupas de baixo e ainda por cima aparecem em poses sexualizadas.

Krzyżacy - The Knights of the Cross

Foto: Divulgação/Olive Panda Studio

Embora esse não seja o único jogo que faz isso, a maneira como essa decisão foi aplicada é tão descarada que não é possível considerá-la como acidental. Dado que o jogo em si tenta se levar a sério a maior parte do tempo, não há como entender quem decidiu que uma opção de design de personagens tão apelativa seria algo que adicionaria pontos à experiência. Felizmente, um pacote visual com “estilo ocidental” pode ser baixado sem nenhum custo e acaba com essa parte “gratuita’ do jogo.

Krzyżacy - The Knights of the Cross é um game que se sustenta a partir de sua mecânica central, que é de fato bastante divertida. Caso você consiga ignorar a história e os designs de personagens femininas questionável, essa é uma experiência capaz de garantir boas horas de diversão. No entanto, quem procura por experiências mais completas pode achar uma ideia melhor procurar por jogos semelhantes como Slay the Spire.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm