Prévia: Glitchpunk - Neo Fusion
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Glitchpunk
14 de setembro de 2021
Código da versão de PC do jogo cedido pela Daedelic Entertainment.

Antes de Grand Theft Auto se tornar um fenômeno de público e crítica, revolucionando o que conhecíamos como mundo aberto em seu terceiro capítulo numerado, a série era conhecida por trazer aventuras contidas que nos eram apresentadas sob uma visão aérea. No entanto, desde o primeiro capítulo, já estavam presentes elementos como gangues, confrontos armados, perseguições com a polícia e um sistema de estação de rádios.

Mas por que estou falando da série da Rockstar Games em um texto claramente dedicado a outro game? O motivo é simples: Glitchpunk, desenvolvido pela Dark Lord e atualmente em acesso antecipado no Steam, é mais do que apenas uma homenagem aos primeiros GTA, mas sim uma tentativa de recriá-los e evoluí-los sob uma temática cyberpunk.

“Com todos os jogos de ação com câmera por cima e histórias distópicas que jogamos na nossa infância, o tom do nosso primeiro jogo estava claro desde o começo. Queríamos trazer esses estilos de jogo de volta e aprimorá-los com nossas próprias ideias. Glitchpunk tem como alvo a nostalgia associada a esses jogos, infundindo-os com nossa própria perspectiva dos problemas do nosso mundo e do futuro”, explica a desenvolvedora na página dedicada ao jogo.

Enquanto ela certamente cumpriu seu objetivo, no momento o que temos é um game que, embora tenha ideias próprias interessantes, não deixa de ser um tanto derivativo. Da mesma forma, ainda há uma série de elementos técnicos falhos e que denotam bem que estamos falando de uma experiência em processo ativo de desenvolvimento — em outras palavras, tudo pode mudar (e melhorar) de um dia para o outro.

GTA futurista

Glitchpunk nos leva a um mundo futurista habitado por androides, humanos modificados e toda uma série de misturas entre o que conhecemos como orgânico e sintético. Nesse cenário, controlamos um androide que possui um “glitch” em seu sistema que permite ignorar sua programação e desacatar as ordens que são dadas por uma figura misteriosa.

Glitchpunk

Logo de cara, temos a missão de comprar uma arma, um pouco de itens de cura e partir para o extermínio de alguns alvos. Tudo isso acontece de forma rápida e traz consequências diretas: matar as pessoas marcadas na tela desperta a atenção da polícia, que se mostra capaz de destruir o personagem principal em questão de pouco tempo — ou seja, ao menos inicialmente, sua melhor chance de sobreviver é fugir.

O que o jogo não conta é que, para evitar despertar a atenção das autoridades, basta eliminar seus alvos sem usar armas de fogo. No entanto, isso só é possível se você tenha um slot de equipamento livre — caso contrário, não é mais possível “partir para cima dos NPCs na mão”, tampouco agir de forma mais furtiva.

Esse pode parecer um detalhe pequeno, mas para mim foi bastante representativo do estado de desenvolvimento de Glitchpunk: ele tem várias opções, mas ainda não pensa direito na forma como os jogadores vão usá-las, deixando de se aprofundar na explicação de suas mecânicas. Em contrapartida aos pequenos detalhes que ainda surgem de forma estranha (como o rádio, que atualmente está num volume absurdamente intenso), o game tem um mundo bem resolvido e que traz alguns elementos de RPG com grande potencial.

Construa sua lenda nas ruas

Glitchpunk é sobre aumentar sua reputação nas ruas e, para isso, você vai ter que fazer uma série de “trabalhinhos” para as gangues locais. Além de gerar mais respeito (ou desrespeito, dependendo de quem for seu alvo), as missões garantem dinheiro e novas peças que podem ser usadas para modificar o corpo de seu personagem.

Glitchpunk

E é nesse ponto que o jogo mais se diferencia positivamente de suas inspirações. Usando um sistema de hacks, você pode manipular de diversas formas o mundo ao redor — um dos primeiros poderes desbloqueados permite ativar um “modo raiva” nos inimigos, fazendo com que eles lutem entre si enquanto você só observa de camarote e espera para colher as carteiras de seus cadáveres.

Enquanto o uso desses poderes é limitado, você pode investir na compra de itens que tornam o acesso a eles mais frequente, ou em formas de garantir uma experiência de navegação mais segura. Um dos primeiros itens que testei, e que logo virou peça essencial de meu inventário, permite causar um “apagão” temporário nos sistemas da polícia local, permitindo fugir com tranquilidade para minha base após a finalização de uma missão.

Para descobrir tudo isso, no entanto, tive que fugir da campanha principal e me aventurar pelo mapa do jogo — que é bastante recheado de detalhes ao ponto de ficar poluído. Nesse sentido, senti falta da possibilidade de colocar marcadores personalizados que ajudam na navegação, já que esse elemento se faz presentes nas missões principais.

Atualmente, Glitchpunk ainda possui uma quantidade limitada de conteúdos e parece um tanto derivativo, mas cumpre bem o objetivo de resgatar (e evoluir) o que fez os primeiros Grand Theft Auto tão especiais. Comparado a outros jogos em acesso antecipado que pude experimentar antes, posso dizer que, embora ainda dependente de alguns ajustes, a experiência já está bastante robusta e bem estruturada — o que me anima para continuar acompanhando as próximas atualizações e o que a desenvolvedora Dark Lord prepara para o futuro.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm