É difícil começar um texto sobre Overwatch 2 sem cair no clichê de afirmar que o jogo é basicamente seu antecessor, mas com um 2 depois de seu nome. Isso não é exatamente uma crítica ou um exagero, dado o fato de que a própria Blizzard oferece o jogo como isso: uma continuidade e evolução de uma experiência já conhecida pelos fãs que agora chega em seu segundo capítulo.
Mais do que mudar uma fórmula que já funciona, marcada por dois grupos de personagens com habilidades distintas que se confrontam em fases variadas, a desenvolvedora quer torná-la mais intuitiva e acessível. Para isso, deixa-se de lado a barreira de entrada financeira do jogo anterior e aposta-se em um modelo free to play, no qual a maioria dos pagamentos se transforma em opcional — e quase que estritamente cosmético.
Graças ao acesso antecipado oferecido pela desenvolvedora, tivemos a oportunidade de conferir uma prévia da versão final com seus modos principais desbloqueados. Ela revela um jogo que conseguiu evoluir bem em matéria de interface e desempenho, mas que faz algumas apostas cujos resultados ainda não estão claros.
Como fã de longa data de Overwatch — e detentor de mais jaquetas e carteiras inspiradas na série do que gosto de admitir —, a primeira coisa que senti logo de cara ao jogar a sequência é que as partidas estão mais rápidas. Isso é algo que eu já havia percebido no primeiro Beta do jogo e se torna mais evidente na versão que joguei recentemente: ao diminuir de 6 para 5 personagens o tamanho de cada grupo, a Blizzard passou a oferecer um jogo mais ágil.
Também é evidente o papel crescente que os personagens da classe tanque desempenham na partida. Se antes muitos deles pareciam exercer esse papel somente no nome, agora o conceito por trás da “classe” é seguido de forma mais estrita: eles se tornaram verdadeiras máquinas de resistência, assumindo o papel central de comandar um time e atrair as atenções inimigas.
Isso também aumenta a importância do papel exercido por outras classes e de jogar como um grupo coeso para se obter a vitória. Embora a sequência tenha como principal objetivo atrair novatos, fato é que Overwatch já tem uma história acumulada de 6 anos de existência e todo uma concepção de times pré-formada — ou seja, quem não entende as “regras do jogo” pode ficar para trás rapidamente.
Overwatch 2 deixa claro que, embora cada classe tenha sua flexibilidade, é preciso se ater à tarefa principal de cada uma dela. Ou seja, como um personagem de dano seu objetivo é ser preciso e auxiliar seus companheiros, não dar uma de Rambo e absorver tiros inimigos — da mesma forma, um curandeiro deve ajudar a manter seus companheiros vivos, em vez de se aventurar como um sniper.
Dá para fazer algumas experimentações e mudar de personagem durante a partida, mas fugir demais das regras básicas do game geralmente resulta em desastre. Felizmente, a fase de testes a que tivemos acesso revelou um sistema de matchmaking geralmente bastante funcional: todas as partidas encontradas eram bastante equilibradas, sem situações em que um time “ganhava de lavada” porque o outro desconhecia o game.
Um aspecto positivo do Overwatch que se mantém em sua sequência é o fato de que a adição de novos personagens se mostra capaz de influenciar consideravelmente as partidas. Enquanto a ninja Kiriko e suas habilidades de cura tenham sido as preferidas entre quem conferir o jogo antecipadamente, também houve bastante espaço para Sojourn e Junker Queen brilharem.
Delas, minha favorita foi Sojourn, que atua como uma intermediária entre um soldado convencional e um sniper especializado. A cada tiro de metralhadora que ela dá, uma barra de poder se carrega, permitindo disparar uma carga rápida e mortal em direção aos inimigos — algo bastante útil em ambientes fechados.
Ela também traz opções de mobilidade interessantes, podendo deslizar momentaneamente pelos cenários e permitindo fazer grandes pulos no processo. Essa é a parte mais difícil de masterizar dela: como o impulso ao qual os jogadores têm acesso não pode ter sua direção muito controlada após ele ser acionado, mais de uma vez acabei me matando sem querer ao me ver saindo dos limites do cenário por causa da mecânica.
Também gostei de jogar com Junker Queen, embora deva confessar que não dediquei tanto tempo quando deveria à personagem. Ela é um tanque que recompensa bastante a jogatina mais agressiva, me lembrando uma versão de Roadhog mais móvel que consegue se curar automaticamente com o passar do tempo.
Em geral, a sensação de jogar Overwatch 2 com seu elenco de personagens novos e antigos foi bastante positiva e destruiu alguns medos que eu tinha com a sequência. Cada um deles mantém sua própria personalidade e utilidade em batalhas, se afastando de outros jogos em que as escolhas disponíveis se tratam de meras variações de avatar com a mesma jogabilidade compartilhada.
Enquanto nossas impressões sobre Overwatch 2 foram bastante positivas até o momento, ainda é cedo para fazermos um veredito completo sobre o jogo. Vamos continuar jogando e conferir os modos de jogo ao qual ainda não tivemos acesso — bem como avaliar melhor o Passe de Batalha do game e, em breve, publicaremos aqui no Neo Fusion nosso review completo.
Até o momento, o que podemos dizer é que sim: Overwatch 2 é o mesmo jogo que você conhece desde 2016, mas um pouco diferente e refinado. Se isso é algo bom ou não, e o impacto que o novo modelo free to play vai trazer são perguntas cujas respostas vão ficar para o futuro, e provavelmente não vão estar contidas em uma única opinião sobre o game.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm