Prévia: Resident Evil Village - Neo Fusion
Prévia
Resident Evil Village
26 de abril de 2021

Após quase chegar ao fundo do poço tanto nos títulos principais quanto em spin-offs, parece que Resident Evil finalmente encontrou um equilíbrio entre o que a Capcom quer fazer e o que os fãs querem ver na série. Não é como se todas as entradas recentes transpirassem exuberância e excelência em todas as suas características (vide a recepção divisiva do remake de Resident Evil 3), mas é fato que, desde a primeira implementação da RE Engine, a série segue mais agradando do que desagradando.

A franquia de survival horror mais popular dos videogames passou por três paradigmas que definem sua estrutura: jogos de câmera fixa com cenários pré-renderizados, jogos de câmera livre em terceira pessoa mais focados em ação e jogos de terror em primeira pessoa, respectivamente inaugurados a partir de Resident Evil (1996), Resident Evil 4 (2006) e Resident Evil VII: Biohazard (2017). Na próxima entrada da série, ainda viveremos o horror em primeira pessoa, mas as referências e os detalhes aparentam ser mais próximos dos elogiados clássicos do que nunca — sem deixar de incluir uma diversidade de temas folclóricos e de ficção que engrossam ainda mais o caldo para nossa alegria (e desespero).

Terror à primeira vista

A RE Engine se destaca mais uma vez pelo conjunto luz, sombra e texturas, conferindo características realistas aos objetos do cenário.

A RE Engine se destaca mais uma vez pelo conjunto luz, sombra e texturas, conferindo características realistas aos objetos do cenário.

Durante a primeira demonstração aberta ao público de Resident Evil Village, disponível em janeiro deste ano apenas para o PS5, tomamos o controle de um personagem que, até o momento, não se pode afirmar com certeza quem é. Por outro lado, podemos afirmar quem ele não é: Ethan Winters. O protagonista do sétimo título numerado da franquia está de volta, porém o contexto no qual somos inseridos se passa cerca de 60 anos antes da atualidade — e é possível identificar esse fato pelas datas e referências nos documentos que encontramos pelo caminho.

Essa primeira e curta experiência no mundo de Resident Evil: Village se limita à exploração e à introdução de alguns elementos mecânicos e temáticos que encontraremos ao longo da campanha. Partindo de uma cena na qual nos levantamos com dificuldade do chão — quase um tropo para recentes jogos recentes de terror —, temos como meta escapar daquele ambiente cabuloso e pútrido repleto de aparatos de tortura. Segredos escondidos nas paredes, desafios lógicos mais simples e pistas soltas sobre o que se passa por ali crescem à medida que desbravamos o caminho para longe da masmorra e para dentro dos aposentos mais habitáveis do castelo.

Um brinde aos humanos — ou quase isso.

Um brinde aos humanos — ou quase isso.

As referências ao folclore europeu na demo em questão são mais focadas nos vampiros, especialmente quando observamos todo o culto em torno do vinho (fica aqui o questionamento se o conteúdo dos tonéis na adega por onde passamos é realmente a bebida fermentada). Apesar de aparentemente ser uma construção que data de séculos anteriores, essa região do castelo Dimitrescu remete bastante à sensação da mansão Spencer, com corredores estreitos e uma estrutura labiríntica que promove o backtracking.

Uma vila, um castelo, muitos horrores

A segunda oportunidade de experimentar o jogo ficou disponível nos últimos dois fins de semana exclusivamente para consoles PlayStation — pelo menos até o dia 1° de maio, quando todas as plataformas terão acesso antecipado a essa versão estendida de teste do jogo. Na ocasião, tive acesso às duas partes (Vilarejo e Castelo) no PS5 por 30 minutos e apenas uma vez para cada segmento. A decisão de marketing focada em manter o jogo na boca do povo por mais dias limitando o tempo de jogo não é das melhores para quem gosta de criar teorias sobre o jogo final, mas não é como se os jogadores e jogadoras não pudessem criar contas alternativas para desfrutar mais um pouco da experiência.

Muitas perguntas, poucas respostas: onde está Rose? Quem está por trás disso tudo?

Muitas perguntas, poucas respostas: onde está Rose? Quem está por trás disso tudo?

A primeira parte é ambientada em um vilarejo bastante sombrio, com estátuas, portões e casebres limitando nosso alcance de visão das cercanias adjacentes. Agora na pele de Ethan Winters, partimos de uma conversa com uma misteriosa senhora e descobrimos que a filha de Ethan, Rose, foi realmente trazida para as proximidades. Nosso papel é levantar informações sobre o paradeiro da jovem, uma premissa um tanto familiar para quem já está acostumado com a série.

Em termos de jogabilidade, finalmente colocamos as mãos em armas de fogo — e não por acaso: algumas criaturas violentas dão as caras enquanto nos camuflamos por entre vegetações altas. O combate, movimentação e as estratégias acontecem essencialmente como na outra aventura de Ethan, mas a criação de itens por meio de recursos coletados e a forma de armazenamento dos mesmos no inventário ganha destaque por aqui. Munição e medicação não parecem estar disponíveis para uso com tanta frequência, o que intensifica ainda mais a tensão associada às sobrevivência.

Em termos de temática e influência, esbarramos um pouco nos cultos a figuras humanas — como é o caso da recorrente menção à Mãe Miranda — e também testemunhamos com os próprios olhos uma transformação assustadora (que deixarei para você descobrir por conta própria). Mesmo sem explicar muito como os eventos se relacionam entre si, nos colocando em uma situação de constante investigação e fuga, a primeira parte convence e instiga de uma forma bastante agradável.

Um castelo elegante, mas pouco aconchegante para os que vem visitar.

Um castelo elegante, mas pouco aconchegante para os que vem visitar.

A segunda parte da demonstração inicia nos suntuosos cômodos do castelo Dimitrescu, porém, quando me dei conta exatamente do que estava fazendo — lá para a metade nessa segunda parte —, fiquei um pouco decepcionado. Essa seção é basicamente a demo Maiden em ordem invertida, com algumas adições e subtrações para não dar tanto na cara. Confesso que esperava alguma ambientes um pouco mais diferentes do que eu já havia conhecido há alguns meses.

Por outro lado, as ameaças vampirescas estão mais vivas do que nunca: em alguns momentos, somos obrigados a enfrentar ou fugir de uma das perigosas damas sugadoras de sangue. Para isso, precisamos estar com o arsenal evoluído e bem escolhido, uma tarefa que faremos na companhia do Duque. Esse talvez seja o ponto alto dessa parte justamente por ser uma referência clara ao mercador de Resident Evil 4 — resta saber se será tão icônico e lembrado quando ele.

As atuações em português brasileiro durante todo o progresso foram bastante convincentes — uma adição bastante convidativa a quem gostaria de conhecer a série, mas não tem domínio de línguas estrangeiras. O desempenho do jogo varia de plataforma para plataforma, mas aparentemente a Capcom acertou mais uma vez em otimização, entregando ambiciosos 60 quadros por segundo a 4K de resolução nos consoles da nova geração.

Alcina Dimitrescu e suas companhias adeptas do vampirismo.

Alcina Dimitrescu e suas companhias adeptas do vampirismo.


Eu demorei para ficar animado com Resident Evil Village (confesso que sou um pouco purista demais), mas após os tensos minutos contados que passei nas últimas semanas com a versão de testes do jogo, estou mais do que convencido de que preciso vivenciar mais uma entrada da série em seu lançamento. Aos que ainda insistem sobre “a série ter perdido sua essência” com tantas mudanças de perspectiva, temática e personagens, recomendo relembrar do infame Resident Evil 6 e suas quatro patéticas campanhas abarretadas de zumbis e rostos conhecidos da série.

Leia também

Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm