The King of Fighters é uma série dois anos mais velha do que eu. Franquia conhecida inicialmente por ser um grande crossover das mais variadas marcas da lendária SNK, hoje ela é um dos principais sinônimos do mundo dos jogos de luta, embora, assim como a sua desenvolvedora, passe por altos e baixos constantes.
King of Fighters XIV é o lançamento mais atual da franquia, mesmo que no momento em que escrevo esse texto cada vez mais informações da versão XV do jogo estejam sendo reveladas. A versão XIV, não em sua versão Ultimate, que é a que avaliamos aqui, foi lançada em 2017, 6 anos depois da versão anterior que até hoje é considerada um marco tanto em jogabilidade quanto em arte. É por isso que, talvez, KoF XIV seja visto com olhares tão tortos por tanta gente.
Teoricamente sendo um jogo que marca mais um dos vários recomeços da SNK — que já passou por pelo menos 2 reestruturações e vendas de capital desde a época do Neo Geo —, ele veio com a difícil noção de ser o primeiro game 3D da franquia principal de KOF, depois de um dos jogos de luta mais lindos já feitos com sprites em sua versão anterior. Já nos seus primeiros trailers, tanto o visual dos personagens quanto a movimentação pareciam estranhos, e embora tenham sofrido muitas melhorias ao passo que seu lançamento ficava cada vez mais próximo, o estrago de uma primeira impressão ruim jamais passou.
Também não ajuda o fato de que ele saiu com um online não muito bom. No mundo conectado de hoje em dia, a vida de um jogo de luta está diretamente ligada com a qualidade de seu multiplayer pela internet e com os incentivos que a empresa traz para os jogadores continuarem nele. KOF XIV, além de alguns DLCs, não contou com esses incentivos. Com o tempo, isso fez com que o jogo ficasse fadado a se tornar um daqueles títulos de combate que saíram para PS4 e PC, mas que não tiveram uma comunidade casual ativa, mesmo que exista um cenário competitivo.
Porém, é triste que o jogo tenha passado por esse processo. Qualquer um que toca nele consegue enxergar que o DNA de KOF está ali, com uma jogabilidade rápida, intensa, combos matadores, as possibilidades de estourar barra e causar os lendários especiais NEO MAX. Personagens icônicos como Iori Yagami, Terry Borgard e Geese Howard estão lá, convertidos para os modelos 3D e com suas jogabilidades intactas. E a lore, tão importante para tantos jogadores da franquia da SNK, também volta no modo Arcade, mostrando o começo de uma nova saga que, pelos trailers do KOF XV, continuará.
Eu gosto muito de jogos de luta, embora não tenha tanta habilidade ou conhecimento como muitos outros na internet. Porém, conto com uma boa rede de amigos para jogar eles online e, na pandemia, esse gênero específico vem se tornando uma terapia. Alguns desses amigos, velhos de guerra nas pelejas, me ajudaram a testar KOF XIV online e, mesmo com seus infinitos problemas de online, lag e afins, conseguimos nos divertir. No fim, ouvir um grito do Iori mandando um ASOBI WA OWARI DA ainda é uma sensação de prazer imensurável, independentemente dos gráficos.
A Ultimate Edition de KOF XIV, que foi usada como base para a escrita desse texto, é nada mais que uma edição “GOTY” do jogo, com todo o conteúdo lançado posteriormente ao game original. Ela não mudará a opinião de ninguém sobre o jogo, mas é um pacote fantástico para quem quer o testar e começar a treinar para o próximo capítulo da franquia. No fim, esse texto começou a ser escrito como uma possível análise, mas se transformou em uma pequena carta de amor para o eventual post-mortem final do título, que se dará no momento em que KOF XV for lançado. Até lá, estarei nas partidas online, mesmo com lag, jogando com esses modelos 3D feios que me dão tanta diversão.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm