Já faz um tempinho que experimentei pela primeira vez o tão temido remake de Resident Evil 3 — que, por sinal, dei saldo positivo como meu veredito. Com uma entrada curiosa nessa franquia muito querida, finalmente cheguei à metade da minha jornada. O próximo passo seria Resident Evil 4.
Não há uma única pessoa com que eu já tenha conversado que tenha mencionado uma má lembrança do quarto título numerado da franquia. Isso é algo que vejo quase como unânime: o game é um dos preferidos dos fãs e, após testá-lo, consegui entender a origem de toda essa aclamação.
Lançado nos anos 2000, RE4 traz de volta aos holofotes o queridinho Leon S. Kennedy — desta vez em um local totalmente diferente. A premissa do jogo basicamente consiste em uma viagem que o policial faz para a Espanha, onde realizará uma missão vital: resgatar Ashley Graham, filha do presidente norte-americano, que foi sequestrada por integrantes de uma seita macabra.
Resident Evil 4 apresenta um novo cenário com inimigos diferentes. Um novo vírus chamado de Las Plagas (ou As Pragas) assumiu o corpo da população rural da região e, de alguma forma, um líder consegue controlá-los para atingir um objetivo. Durante toda a campanha, me peguei pensando “quem teve essa ideia?”. O que inicialmente era uma dúvida genuína acabou se tornando um ponto positivo.
Mesmo que os comandos e o desempenho não sejam os melhores e nem os gráficos sejam os mais avançados, existe algo neste título que o torna cativante. Talvez seja pela imersão em locais completamente inóspitos e desconhecidos frente à antiga cidade de Raccoon City, ou talvez o carisma dos personagens. Em relação ao primeiro jogo — pensando em um aspecto de mecânicas antigas, excluindo aqui os remakes que joguei —, este daqui se mostrou muito mais fluido e intuitivo, o que eu particularmente aprecio bastante.
As mudanças de cenário são interessantes e gostei de algumas tentativas de inovação no gameplay — jogar enquanto protege Ashley poderia até ser legal se a mesma não tivesse tamanha inutilidade em combate. Leon brilha como sempre imaginei e observei no segundo jogo da franquia, talvez de uma maneira até mais descontraída.
Como um todo, sinto que alguns pontos em específico me incomodam no jogo. Sua jogabilidade muitas vezes é limitada, o que, pra mim, se estendeu nas horas excessivas de campanha. Algumas batalhas contra chefes parecem bagunçadas quando penso na narrativa do jogo. Sem dar muitos detalhes, a batalha conclusiva do castelo me soou mais envolvente do que a última antes do fim do jogo. O desenvolvimento desses personagens envolvidos não pareceu muito equilibrado.
Um outro ponto, provavelmente o mais polêmico, é a necessidade que o jogo tem de expressar seu aspecto colonialista a todo momento. É um norte-americano em um terreno estrangeiro salvando o mundo das garras do mal. Claro que os inimigos eram zumbis ou monstros, mas essa construção de analogia me pareceu muito duvidosa. Ainda tem o fato de que o zumbi fala a língua espanhola — até avisa quando vai atacar. Demorei para me acostumar com os “humanos zumbis”.
De qualquer forma, minha experiência geral com Resident Evil 4 foi marcante. Consigo hoje enxergar sua relevância perante os outros integrantes da franquia. Um jogo diferente, ambicioso e arriscado, mas que entrega momentos bem inteligentes — e deve ser por isso que memória afetiva com certeza pesa até hoje na mente de muitos fãs. Por enquanto, o que ecoa na minha é a voz do mercador, em claro e alto tom: “WHAT ARE YOU BUYING? WHAT ARE YOU SELLING? HE HE HE, THAK YOU!”.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm