Relato: Resident Evil 6 e o pecado do excesso - Neo Fusion
Relato
Resident Evil 6 e o pecado do excesso
7 de julho de 2022

Quando terminei Resident Evil 5, me peguei pensando se poderia lidar com algo mais catastrófico do que toda a campanha de Chris e Sheva. Talvez, agora você, leitor, espere que eu diga: “sim, encontrei Resident Evil 6”. Por incrível que pareça, não foi tão grave quanto imaginava. Mas, também não consigo dizer que foi excelente.

Sua fama negativa é quase que um consenso entre grande parcela dos fãs da franquia — ou, pelo menos, entre aqueles com os quais tenho contato. Isso se dá por diversos motivos. Alguns deles ficaram bem explícitos enquanto zerava o jogo. Porém, no fim de tudo, ainda consegui aproveitar algo da minha experiência, ao contrário do seu antecessor.

Resident Evil 6

Resident Evil 6 é um título lançado há 10 anos, ele representa um amontoado de ideias de produtores num esperançoso objetivo de alavancar as vendas novamente. Sua trama é contada a partir de quatro perspectivas, encabeçadas por: Leon, Chris, Ada e Jake Muller (uma nova figura neste universo). 

Cada protagonista tem um parceiro, que o acompanha na sua fragmentação da história principal. No jogo, um caso de bioterrorismo global está prestes a eclodir. Os sobreviventes que conhecemos percorrem um longo caminho para deter as novas ameaças e um vilão em comum, até que seus destinos se cruzam em uma cidade fictícia na Ásia.

Resident Evil 6

Sendo bem direto com minhas comparações explicativas e inusitadas: sabe quando você termina o Ensino Médio e, após cinco anos, alguém cria um grupo no WhatsApp com boa parte dos estudantes da época para marcar um “reencontro do terceirão”? Resident Evil 6 parece isso. A reunião de alguns personagens icônicos (não todos) em uma narrativa que tenta forçar isso a todo custo.

A minha sensação é de que não houve um motivo sólido o suficiente para amarrar todas as ações dos personagens principais. Em vez disso, o jogo propõe um gameplay focado na ação, com a dificuldade beirando o nulo e uma sequência de explosões em tela. É um speedrun infinito que convém estar inserido no mundo de Resident Evil, infestado por zumbis.

Resident Evil 6

Para mim, o que talvez tenha salvado esse jogo é o seu fator replay, pela diversão em si. Lembra um pouco o que eu senti durante o remake de Resident Evil 3, em que situações bizarras são postas à sua frente, mas, de alguma forma, ainda é divertido jogar aquilo. A insanidade em Resident Evil 6, no entanto, vai além de qualquer outra proposta da franquia.

A título de curiosidade, as campanhas disponíveis no jogo trazem as figuras inéditas: Helena Harper, Piers Nivans e Jake Muller. Este último, inclusive, é dito como filho de Albert Wesker. Até Sherry Birkin, que havia aparecido em Resident Evil 2, consegue uma pontinha aqui. Não posso afirmar que foram minhas inclusões favoritas, nem que são bem desenvolvidas na trama, mas o título também não se preocupa em fazer isso de qualquer forma.

Resident Evil 6

Como integrante de uma franquia majoritariamente composta pelo survival horror, Resident Evil 6 tira os pés do chão e faz o que ele bem entender, sem muitos questionamentos. Ao menos, eu não senti nenhuma repulsa, como ocorreu no seu antecessor. Neste caso, fazer o mínimo poupou a vaga de última colocada na minha lista geral.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm