Depois de sete jogos, cheguei naquele que despertou meu interesse em conhecer a franquia de fato. Resident Evil Village estava sendo muito discutido — e jogado pela primeira vez — por centenas de entusiastas há um pouco mais de um ano. Na época, o desfecho da jornada de Ethan Winters, oriundo de Resident Evil 7: Biohazard, seria majoritariamente elogiado pela crítica especializada e pelo menos por uma parcela considerável de fãs.
Em uma análise mais pessoal, acredito que este jogo teve o seu arco de lançamento perfeito: das prévias ao seu pós-lançamento, no qual as pessoas do nicho gamer voltavam e citavam com frequência algum aspecto seu. E isso poderia variar de apelo estético à figura viral e belíssima de Lady Dimitrescu. Tudo isso para dizer que Village, ao lado da DLC de Resident Evil para Dead by Daylight, foi responsável por despertar esse interesse em mim. Por isso, sou grato. Passei raiva e me diverti bastante.
Vamos para o jogo em si. Resident Evil Village acompanha o casal Ethan e Mia tempos depois dos acontecimentos na fazenda dos Baker. Eles agora têm uma filha bebê, Rose, e tentam viver uma vida normal. Obviamente, isso não durou muito tempo. Em um episódio inesperado, Rose desaparece e resta a Ethan reencontrá-la. O único problema é enfrentar todo o tipo de monstruosidade (e variação mutante) de uma vila antiga no meio da Europa. Mais um dia comum na vida deste homem.
De primeira, preciso dizer aquilo que mais me cativou do início ao fim: a altíssima qualidade visual do jogo. Não digo apenas de gráficos modernos, mas uma direção de arte exuberante. As paisagens cobrem o horizonte da vila e cada cenário em torno dela possui seus pontos atrativos. O trabalho técnico como um todo é um primor.
A mitologia do jogo também é algo que achei interessante. Os lordes, chefiados pela soberana Mãe Miranda, têm suas personalidades bem definidas. Como o jogo nos faz cruzar no caminho deles, é divertido atravessar suas fortalezas e conhecer um pouco sobre suas motivações.
O que não me agrada tanto é a construção da narrativa e como ela convém demais para os interesses dos roteiristas do jogo. Diversos momentos aqui não são justificáveis no senso da lógica. Para qualquer mídia, gosto de categorizar isso como “aconteceu porque estava no roteiro”. Sinto também que existe uma queda gradual de qualidade na trama depois que Ethan sai do mapa do castelo. De fato, Lady Dimitrescu é a figura mais carismática e interessante do jogo inteiro e eu gostaria que ela tivesse sido melhor aproveitada.
Outro ponto que me acerta nos nervos é a participação de Chris Redfield, totalmente inimigo do entretenimento neste jogo. Vejo ele até como um vilão pela sua falta de comunicação e noção durante toda a campanha.
Apesar de seus malabarismos, ainda acredito que Resident Evil Village é um jogo competente, interessante e divertido. Sua jogabilidade é bem intuitiva e dosa bem o uso de recursos e tesouros nos mapas. No fim das contas, seus altos e baixos ainda renderam uma ponta solta que pode trilhar o futuro da franquia. Inclusive, isso já começa em outubro na primeira DLC oficial. Foi bom ver de novo Ethan Winters, o homem mais sofrido dos videogames.
Chega ao fim a série de textos sobre minha experiência com Resident Evil (por enquanto!). Se houver interesse, recomendo a leitura das publicações anteriores aqui no Neo Fusion.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm