Reportagem: Uma breve história de Resident Evil nos consoles Nintendo - Neo Fusion
Reportagem
Uma breve história de Resident Evil
nos consoles Nintendo
8 de fevereiro de 2018

Em um momento importante da história dos videogames — mais precisamente na metade da década de 1990 —, Resident Evil, conhecido em terras orientais como Biohazard, trouxe uma mistura balanceada de tensão, terror e desafio lógico em três dimensões. O primeiro episódio da série, que se passa na mansão Spencer, foi lançado originalmente para o primeiro PlayStation. Mas essa estreia popular no novo console da Sony não impediu a Nintendo de idealizar parcerias futuras com a equipe por trás da franquia de terror da Capcom, promovendo, assim, títulos exclusivos memoráveis para seus consoles.

O relacionamento entre Nintendo e a série Resident Evil foi estabelecido com um marco que é, praticamente, um “milagre” técnico para o ano em que fora lançado: em Dezembro de 1999, o Nintendo 64 recebeu um port de Resident Evil 2, jogo que tinha mais de 1 GB de conteúdo no PlayStation, mas que foi otimizado de maneira incrível para caber em apenas um cartucho de 64 MB, fazendo uso do hardware mais poderoso do N64 e da possibilidade de utilizar o Expansion Pak para refinar ainda mais a qualidade visual.

Hideki Kamiya, diretor de Resident Evil 2 e posterior fundador da PlatinumGames, cancelou seu projeto inicial de codinome “Resident Evil 1.5” e começou novamente a desenvolver uma sequência para o primeiro título, após perceber que poderia fazer ainda melhor. Esse foi o grande motivo de seu sucesso: o jogo não chegou às pressas e pôde ser pensado como algo que revolucionaria a franquia.

Não é por acaso que Resident Evil 2 teve vendas substancialmente relevantes no Nintendo 64, mesmo sendo o único da série lançado para o console. Mas essa escassez da série nos consoles da Nintendo estava prestes a mudar. O motivo? A Capcom e seus estúdios preparavam sua primeira linha de jogos exclusivos para o GameCube.

Exclusividade temporária

O Resident Evil original foi um sucesso no console da Sony, e refazer um clássico é uma tarefa que demanda certo trabalho e capricho — os fãs de Resident Evil eram muito exigentes na época e não aceitariam um remake de qualidade duvidosa. Em 2002, o primeiro título da série foi trazido para o console cúbico com uma abordagem narrativa muito similar à original, porém incluindo cenários inéditos e um visual de tirar o fôlego dos entusiastas da época. O sucesso foi tanto que garantiu relançamentos de entradas anteriores, como Resident Evil 2, Resident Evil 3: Nemesis e Resident Evil Code: Veronica X, além de produções exclusivas, como Resident Evil 0 e o revolucionário sucessor canônico da série, que chegou como um exclusivo de peso.

Resident Evil 4 não foi somente um dos Capcom Five — projetos da Capcom com contratos de exclusividade para com os consoles da Nintendo. Ele foi um ponto de inflexão para o modo como jogos de tiro em terceira pessoa eram feitos e também o precursor de quase tudo o que vemos hoje na franquia: jogos mais orientados à ação, câmera livre, sistema de mira preciso, batalhas contra chefes colossais, etc. Não somente a versão de GameCube foi a primeira, mas também se manteve por muito tempo como a de melhor desempenho. Após alguns anos, uma versão que conta com controles de movimento foi lançada para o Wii, trazendo uma imersão ainda maior ao público.

A saga Chronicles trouxe um pouco do “terror das antigas” ao Wii, mesmo sendo uma alternativa um tanto quanto problemática para os eventos da linha do tempo oficial da franquia. Resident Evil: Umbrella Chronicles e Resident Evil: Darkside Chronicles contam um pouco mais sobre os acontecimentos do segundo e do terceiro título da série, mas a saga também gerou polêmicas por apresentar conteúdo infiel aos títulos clássicos.

Terror on-the-go

A história da franquia nos portáteis da Nintendo foi diferente: começou em 2001 com Resident Evil Gaiden, spin-off de pouco sucesso crítico e comercial. Passou, então, por um port do primeiro título da série, intitulado Resident Evil: Deadly Silence (ou Resident Evil: DS, nome sugestivo para o console que fora lançado). Mas foi somente com Resident Evil: Revelations, na época exclusivo para Nintendo 3DS, que os estúdios da Capcom viram a oportunidade de fazer jogos de qualidade nas “telinhas”. E é aqui que reside o interesse do público: se o 3DS recebeu com sucesso o primeiro Revelations — rendendo até uma versão posterior para Wii U e outros consoles — , o que podemos esperar do Switch?

A resposta chegou parcialmente em dezembro de 2017, com a estreia da série no Switch. Resident Evil: Revelations e sua sequência direta Resident  Evil: Revelations 2 foram trazidos com tanto carinho e atenção ao console híbrido que até parece que foram feitos um para o outro. As versões custam, atualmente, US$20 cada e apresentam recursos exclusivos – como o uso do HD Rumble e dos sensores de movimento para mira. O desempenho geral excelente e o conforto de jogar as duas aventuras em qualquer lugar faz da versão do Switch a definitiva desta coletânea.

A mais nova entrada da franquia, Resident Evil VII: Biohazard, foi a chance de reestruturar os padrões estabelecidos por Resident Evil 4 e seus sucessores. Orientado em primeira pessoa e com visuais ainda mais realistas, o jogo ainda não foi anunciado para Switch — apesar dos rumores pela internet sugerirem que a Capcom já está trabalhando nisso. Certamente, o sucesso de vendas da saga Revelations pode acarretar em futuros títulos da franquia para o Switch, mas nada garante que seja o mais novo título.

Além disso, se a Capcom está mesmo trabalhando em um remake para Resident Evil 2, há motivos de sobra para ela trazer uma versão para o console nintendista. Seja pelo sucesso que a nova plataforma da Nintendo se mostrou ser ou por uma relação amistosa de muitos anos e gerações de consoles, o bom relacionamento entre Capcom e Nintendo aumenta ainda mais nossas expectativas para a chegada de títulos memoráveis na palma de nossas mãos — literalmente.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm