Retrô: Fire Emblem - Neo Fusion
Retrô
Fire Emblem
20 de julho de 2020

Para uma franquia de jogos que quase foi cancelada mesmo após mais de 20 anos de legado, até que Fire Emblem está muito bem, obrigado. Sua mais recente entrada, Fire Emblem: Three Houses, levou duas estatuetas no popular The Game Awards 2019 e ainda acumula elogios quando o assunto é a cena atual de jogos táticos. Foi também meu primeiro contato com a série. Além de Byleth, outros oito personagens da série também são jogáveis em Super Smash Bros. Ultimate número que faz de Fire Emblem a série de maior representatividade no jogo de luta.

Apesar da curiosa popularização da série durante a geração do Nintendo 3DS — que rendeu até mesmo um spin-off no estilo musou —, foi Fire Emblem: Rekka no Ken o primeiro título a ver a luz do dia no ocidente. “Viúvo” de Dimitri e companhia limitada, decidi voltar para os tempos de GBA para experimentar Fire Emblem, uma mais elogiadas obras da história da Intelligent Systems. 

O primeiro jogo a chegar ao mercado norte-americano e europeu nos designa a função de estrategista. Enquanto há nobres, plebeus, bárbaros e clérigos tanto a favor quanto contra nossas motivações, você essencialmente é apenas quem move as peças do xadrez por um tabuleiro sinuoso e ligeiramente imprevisível — algo que já o torna diferente de Three Houses, que centraliza e descentraliza Byleth ao longo da trama como protagonista.

A movimentação, assim como em outros jogos da série, é associada à classe e ao atributos de quem controlamos no turno. Montarias aéreas, por exemplo, têm vantagem na quantidade de “passos” que podem ser usados a cada vez. Por outro lado, são extremamente suscetíveis a ataques de unidades arqueiras. O sistema de triângulo, recorrente na série desde Fire Emblem: Seisen no Keifu, é extremamente efetivo quando usado adequadamente, sendo apresentado lentamente ao longo do primeiro ato de uma forma natural.

Estamos falando de uma série narrativa e mecanicamente focada em relacionamentos. Em Fire Emblem: Three Houses, por exemplo, é fácil sentir o peso de suas escolhas quando a maior parte do tempo é investida conversando e interagindo com personagens espalhados nas dependências de Garreg Mach. É notável em Fire Emblem, porém, que sua curiosidade e atenção durante as batalhas se tornam fatores importantes para que possamos desenvolver diálogos opcionais. Interações sociais em forma de dicas de estratégia, opções de comércio e side quests emergem pontualmente durante alguns confrontos quando passamos pelos vilarejos, promovendo aliados temporários.

Apesar da divisão entre atos, as temáticas acerca do jogo são um tanto previsíveis para a série: há sempre uma crise política, um indivíduo traidor, uma noviça bondosa, um vassalo rebelde, uma monarca altruísta e um rapaz exageradamente cafajeste, todos um tanto estereotipados. Apesar de tudo, boa parte deste conjunto de clichês inicial se redime por meio do desenvolvimento dos personagens ao longo de cada arco narrativo — desde que você seja um bom estrategista e não falhe nas batalhas com os personagens.

E por falar em falhar nas batalhas, é importante frisar: Fire Emblem traz o recorrente conceito de permadeath, uma forma de punição ao jogador desatento. Infelizmente, essa característica deixa marcas mais intensas do ponto de vista mecânico (perder uma unidade importante pode causar grande impacto no balanceamento de sua equipe). Do ponto de vista narrativo, os personagens apenas deixam de fazer parte de seu exército — ou seja, o impacto emocional é pouco sentido quando comparado à mais recente entrada da franquia.

Mesmo com limitações, Fire Emblem se tornou uma referência para os amantes do gênero por combinar combate tático por turnos e elementos de visual novel de uma forma tão equilibrada. Detalhado no visual pixel art e carismático na apresentação de protagonistas e antagonistas, é um título que vale ser experimentado mesmo na atualidade — especialmente se você possui um Wii U e pode adquiri-lo legalmente via Virtual Console.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm