2023 foi um ano cheio de lançamentos gigantes e de alto orçamento. Muitos deles foram super aclamados e de fato, são ótimos jogos. Infelizmente, vários jogos menores acabam sendo ofuscados por esses gigantes. Por isso, venho aqui trazer cinco jogos de 2023 que merecem a sua atenção.
Bramble: The Mountain King é um jogo de terror e aventura, lançado para Switch, PS5, PC e Xbox. No jogo, controlamos Olle, um garoto que está em busca de salvar sua irmã que foi sequestrada por um monstro da floresta.
À primeira vista, Bramble: The Mountain King parece meio… tortinho. As animações parecem robóticas e os personagens meio esquisitos. Essa estranheza, no entanto, adiciona na atmosfera desconfortável dos locais. O jogo é simples, quase não tem combate ou interações, mas só o ato de andar por esse mundo e ver várias criaturas e lugares bizarros, já é o suficiente para gerar o horror.
Bramble se inspira muito em Little Nightmares, mas se diferencia ao trazer uma nova visão de contos de fada nórdicos, com monstros e criaturas pouco representados na cultura pop. Existem monstros amigáveis, como os gnomos da floresta, que são tão burros que chega a ser fofo, engraçado e até preocupante. Mas a maior parte das criaturas aqui são fascinantemente assustadoras, grotescas, e muito maiores do que uma criança indefesa.
Bramble: The Mountain King não é jogo mais polido do mundo, mas compensa com sua atmosfera única e um universo criativo e cativante, por isso é uma fácil recomendação pros apreciadores de obras de horror.
Vengeful Guardian: Moonrider é um jogo de ação e plataforma muito inspirado por clássicos como Megaman e Shinobi, e está disponível para Windows, Playstation e Switch.
No jogo, controlamos Moonrider, um ninja ciborgue criado por ditadores para ser uma arma de guerra. Moonrider, no entanto, não está interessado em seguir ordens e se rebela, em uma jornada para matar todos os outros ciborgues do exército e obviamente, aqueles que comandam tudo.
Vengeful Guardian é para aqueles que tem nostalgia com a era 16-bits dos videogames e sentem falta de simplicidade e objetividade, mas também pode ser uma boa porta de entrada para quem quer adentrar esse mundo. O jogo é bem desafiador no início, porém, conforme vamos desbloqueando power-ups e upgrades, as coisas vão ficando um pouco mais fáceis. Procurar por esses upgrades e brincar com as combinações deles é bastante divertido, e a progressão acaba sendo o ponto mais forte do jogo.
O jogo é curto, mas apresenta fases bastante variadas e que estão sempre trazendo um elemento novo, alguns até bem surpreendentes. Além disso, existem um alto fator replay já que é bastante divertido rejogar com todos os upgrades liberados e buscando o rank mais alto em todas as fases.
Vengeful Guardian: Moonrider é simples, curto e direto ao ponto, mecanicamente divertido, variado e com ótimo replay. Recomendação fácil para aqueles que curtem ação e plataforma.
Caso tenha se interessado e queira conhecer mais do jogo, pode ler a análise do Dácio aqui.
World of Horror é um RPG roguelite, lançado para Playstation, Switch e PC. O jogo chama atenção pelo seu visual único e criativo, muito inspirado por mangás de terror como Uzumaki e pelo gênero de terror cósmico cunhado por HP Lovecraft.
Uma cidade está sob controle de uma aparente criatura e coisas estranhas começam a acontecer. Desde fenômenos sobrenaturais até pessoas enlouquecendo e cultos suspeitos. Seu objetivo é investigar diversos mistérios diferentes e conseguir chaves para adentrar o farol onde a coisa que está afetando a cidade se encontra.
O jogo se estrutura em runs, como todo roguelite. Existem vários personagens com perks, skills e itens variados, e a diversão está em ir experimentando para aprender mais sobre os personagens, as mecânicas e a estrutura, para na próxima run se preparar melhor e potencialmente chegar a um final.
Além disso, é surpreendente a quantidade de conteúdo de World of Horror. Ao progredir, é possível liberar conquistas que desbloqueiam diversos conteúdos novos desde personagens, itens e até mesmo novos mistérios. Quanto mais você joga, mais novidades aparecem e assim o jogo se mantém sempre fresco, apesar da repetição.
World of Horror é bem desafiador e punitivo, causando um sentimento de ansiedade e desespero durante as runs. É necessário pensar bastante nas suas ações, principalmente no combate e ao fazer escolhas. Definitivamente não é um jogo pra qualquer um, mas recomendo muito para aqueles que gostam de um RPG mais desafiador e se atraíram pela estética.
World of Horror está no meu top de melhores de ano, mas é um jogo complexo de explicar em poucos parágrafos então caso tenha se interessado e queira saber mais, leia minha análise aqui.
Gravity Circuit é um jogo de ação e plataforma fortemente inspirado por Megaman, lançado para Playstation, Switch e PC.
Em um mundo futurista habitado por robôs, um exército de vírus está causando o caos e destruição em busca da dominação mundial. Só resta à Kai, um herói de guerra, combater o exército maligno e derrotar quem está por trás disso tudo.
Gravity Circuit segue uma estrutura muito similar a Megaman, fases mais lineares e desafiadoras e ao final, um chefe. É uma estrutura meio arroz com feijão, pode parecer batido, mas quando bem feito é sempre bom. E Gravity Circuit acerta em cheio com um combate que se diferencia ao ser focado em corpo a corpo e combos, além de oferecer uma infinidade de habilidades diferentes que permitem o jogador se expressar. Eu apenas gosto do feeling da jogabilidade aqui, é só muito gostoso brincar com as mecânicas.
Algo que também chama atenção é a quantidade de conteúdo do jogo, com diversos coletáveis e melhorias escondidos, além de diversas habilidades que podem ser compradas entre as fases. Por conta disso, o valor replay é altíssimo e é muito tentador brincar de fazer speedrun, jogar o NG+, ou em dificuldades mais altas fazendo builds diferentes e brincando com as diversas combinações possíveis.
Gravity Circuit também figura minha listinha de melhores do ano, e todos que curtem Megaman e jogos de plataforma/ação deveriam dar uma chance.
A lista não tem ordem específica mas eu quis deixar esse aqui por último porque é o meu jogo do ano. E é, também, um dos mais esquecidos!
Paranormasight é uma visual novel de mistério com elementos sobrenaturais, lançado pela Square Enix para PC, Switch e Mobile. No jogo, acompanhamos diversos personagens, todos entrelaçados em um mistério que envolve maldições, lendas urbanas e um rito de ressureição, que só pode ser alcançado por meio de sacrifícios humanos.
O jogo começa de uma forma esquisita, onde tudo parece acontecer rápido demais, e o rumo que a história está tomando é intrigante e curioso. Até que você percebe que todo esse trecho esquisito não passava de um prólogo, que introduz conceitos, personagens e te pega de surpresa no final, como um tutorial bastante criativo.
No entanto, algo que chama atenção logo de início são as quebras de quarta parede e a maneira criativa de usar suas mecânicas. O jogador é tratado quase como um personagem, talvez um espírito que influencie a história. É possível sussurrar respostas para os personagens ou mexer nas configurações para progredir na história. Eu adoro essas brincadeiras e a forma como o jogo usa isso de forma criativa.
Após o prólogo um pouco confuso, a história começa de verdade, e aí entramos em outra coisa que adoro em Paranormasight: sua estrutura não-linear. Temos três linhas do tempo separadas, e em cada uma delas controlamos personagens diferentes em lugares diferentes de uma cidade. Às vezes é necessário fazer algo em uma rota para liberar um caminho em outra, e às vezes essas rotas acabam se chocando. Essa estrutura é perfeita e criativa para uma história de mistério, já que algo que você descobre em uma rota te faz perceber algo que não estava claro em outra, e aos poucos vai se formando esse quebra cabeça gigante, cheio de plot twists e momentos de revelações.
Paranormasight é o meu xodó do ano e eu realmente queria que mais pessoas jogassem. Então se você gosta desse tipo de história, pode ir sem medo (ou com medo, tem uns fantasmas).
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm