Dois anos atrás, três videogames portáteis foram anunciados mais ou menos em paralelo. Por um lado, a Nintendo revitalizaria o Switch com uma tela OLED. Por outro, a Valve trouxe uma proposta ao mesmo tempo parecida e completamente diferente no Steam Deck. E, completamente do além, a equipe indie Panic, conhecida por títulos como Firewatch e Untitled Goose Games, apresentou o pseudo-retrô PlayDate.
Como bom otário por gadgets e videogames que sou, fiz a pré-compra de um. Isso foi no final de 2021; o aparelho chegaria às minhas mãos apenas em julho de 2023. Uma ideia interessante apresentada é que a “primeira temporada” de jogos inicia independente de quando você recebe o seu PlayDate. Ao ligá-lo pela primeira vez, temos apenas dois jogos. A cada semana, durante 12 semanas, mais dois jogos aparecem. Na realidade, não consegui jogar tudo que se fez disponível para mim ainda e estou tentando dar a devida atenção a cada jogo antes de ir para o próximo par.
Já na segunda semana da temporada, veio um dos jogos mais peculiares que joguei até agora: Crankin’s Time Travel Adventure. O game designer Keita Takahashi, já conhecido como criador dos personagens da série Katamari, foi chamado pela Panic para conhecer o PlayDate no início da sua concepção, com o objetivo de criar algo único para a plataforma.
Então surge Crankin’, um jogo sobre tentar ser pontual para um encontro com a sua namorada e inevitáveis fracassos. Usamos a manivela do PlayDate para controlar a velocidade de Crankin’ e, assim, desviar a multitude de obstáculos que o impede da amada Crankette. A “viagem no tempo” do título ocorre porque, enquanto temos livre controle para acelerar, desacelerar e até rebobinar Crankin’, todo o resto do mundo continua avançando. O resultado é que muitas vezes temos que fazer uma espécie de dança entre borboletas, passarinhos, porcos alados e cocozinhos ambulantes para alcançar Crankette, são e salvo, mas sempre atrasado.
Com 50 fases, o jogo é bem mais longo do que se espera de uma experiência no PlayDate. Me dediquei umas duas semanas a Crankin’, puxando meu amarelinho do bolso para jogar no metrô, em salas de espera, e enquanto aguardava compilação de código. Infelizmente, tive que abandonar a investida na 43ª fase que, francamente, é um pouco absurda. Talvez algum dia retorne para tentar passá-la, porque genuinamente tenho curiosidade para saber se Crankin’ finalmente consegue acertar o horário, mas 1) meu estúpido orgulho gamer não me permite assistir o final no YouTube e 2) não sei se horas de tentativas em uma fase frustrante vale tal final a ser atingido.
Nas próximas semanas, relatarei mais algumas experiências de PlayDate, à medida que me satisfaço com cada jogo da primeira temporada (e mais alguns por aí). Talvez eu até fale um pouco sobre a experiência de desenvolver para o PlayDate.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm