Análise: Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons - Neo Fusion
Análise
Double Dragon Gaiden:
Rise of the Dragons
18 de setembro de 2023
Analisamos Double Dragon: Rise of the Dragons no PC com um código fornecido pela publicadora Modus Games

Criada na década de 1980, a série Double Dragon chegou a ser um dos grandes nomes da indústria de games, oferecendo uma das primeiras experiências de beat’em up realmente marcantes do mercado. Após deixar de ser tendência e passar pela mão de diversas empresas, a franquia volta a ter uma chance de brilhar com Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons, mas acaba não explorando todo o potencial que seu retorno oferecia.

Em vez de seguir o caminho de Streets of Rage 4 ou Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, o novo título da Secret Base não se limita em ser um jogo de briga de rua clássico, mas com gráficos e mecânicas atualizados. Ele tenta inovar ao assumir elementos de roguelike, fazendo com que cada partida seja diferente das demais ao oferecer upgrades temporários e a escolha livre da ordem de suas quatro fases.

Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons é bom na teoria

Em teoria, a ideia é boa. Ao escolher um cenário antes dos outros, os jogadores fazem com que seus demais adversários se fortaleçam, o que resulta em chefes mais difíceis em cada um dos locais pelos quais passamos. Da mesma forma, a inclusão de upgrades temporários poderia fazer com que cada partida fosse diferente e permitisse a construção de builds variadas. No entanto, não é isso o que acontece.

Enquanto a ordem das fases escondidas certamente muda as coisas, isso não implica necessariamente na apresentação de adversários mais variados ou de desafios mais interessantes. Na prática, o que mais muda em cada cenário é o chefe final, e nesse sentido realmente é visível em matéria de gameplay os “reforços” que eles fizeram quando souberam que você estava detonando o crime do resto da cidade.

Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons

Divulgação/Modus Games

Em compensação, todo o resto permanece quase igual, e é nesse ponto que Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons cai nas velhas armadilhas do gênero beat’em up. Para começar, há uma seleção muito pequena de adversários que, embora tenham certa variedade entre si, rapidamente se tornam repetitivos e fáceis de contra-atacar.

Com isso, eles acabam sendo um obstáculo mais pela quantidade do que pela qualidade, já que se torna relativamente rápido saber como lidar com cada um deles de forma individual. Também não ajuda que o game não traz nenhum sistema de combos destraváveis ou mecânicas que vão além de fazer um combo básico, ativar o especial e tentar não ser golpeado.

Os upgrades temporários também não mudam tanta coisa assim, só tornando um pouco menos tedioso repetir os mesmos combos de sempre. Você pode melhorar sua vida, aumentar seu ataque ou a velocidade de recuperação de recursos, mas logo vai deixar de explorar todas as opções para se focar somente naquelas que privilegiam um único tipo de gameplay.

Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons

Divulgação/Modus Games

É difícil não comparar o game com o trabalho feito em Streets of Rage 4, que enriqueceu o gênero ao adicionar diversos golpes destraváveis e um sistema de combos rico. Em Rise of the Dragons as coisas são muito mais “cruas”, o que ajuda a expôr a falta de profundidade que a experiência oferece.

O ponto em que ela ameniza isso um pouco é na seleção de personagens desbloqueáveis, sendo que cada um traz características diferentes. Mesmo jogando sozinho, sempre temos o controle sobre uma dupla de personagens, em uma seleção que inclui até mesmo os chefes do jogo depois que eles são desbloqueados.

No entanto, eles não fogem do fato de que o jogo não fornece qualquer espécie de evolução de golpes, o que faz com que a vontade de continuar nele não dure muito tempo após conferir as características de cada protagonista. Da mesma forma, os outros desbloqueáveis e elementos de “roguelike” parecem não ter sido muito pensados.

Um roguelike fraco

Além de desbloquear novos personagens, os jogadores podem usar as fichas que conseguem após cada partida para destravar músicas, artes conceituais e, estranhamente, algumas dicas (que não são assim muito boas). Apesar de cada partida ser relativamente curta, fica a sensação de que não vale muito a pena participar de muitas delas, já que as recompensas oferecidas são um pouco fracas.

Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons

Divulgação/Modus Games

Da mesma forma, Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons não oferece muitos incentivos para você ficar alternando a ordem de suas fases. É até legal ver como os chefes mudam dependendo de suas escolhas, mas depois de pouco tempo o caráter de seleção passa a ser “qual deles vai ficar mais chato e como posso otimizar meu tempo?”.

Ia ser interessante se a ordem das fases também influenciasse sobre a quantidade de recompensas que obtemos, ou se elas estivessem ligadas ao desbloqueio de extras específicos a cada uma. Do jeito que o game está, parece que a liberdade de escolha foi mais uma ideia legal na teoria, mas que na prática não foi implementada tão bem assim.

Double Dragon Gaidden: Rise of the Dragons é um beat’em up básico e até divertido, mas que não me conquistou por muito tempo. Enquanto ele acerta na construção de personagens, faltam recompensas atraentes e uma profundidade maior a suas mecânicas, o que impede que ele atinja seu verdadeiro potencial. O game vale pela curiosidade, mas não espere encontrar nele algo do mesmo nível de outros jogos recentes de seu gênero.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm