Análise: Shin Megami Tensei V: Vengeance - Neo Fusion
Análise
Shin Megami Tensei V: Vengeance
27 de junho de 2024
Jogamos Shin Megami Tensei V: Vengeance no PC com uma chave fornecida pela SEGA.

Desenvolvido pela Atlus, hoje em dia mais conhecida pela série Persona, Shin Megami Tensei V: Vengeance mantém a tradição da série de sempre trazer versões mais “robustas” de seus capítulos principais. Dessa vez, ela decidiu seguir um caminho parecido com seu antecessor exclusivo do 3DS, trazendo novidades sem bloquear o acesso à aventura original.

Explico: em Shin Megami Tensei IV: Apocalypse, a empresa decidiu trazer uma nova história para seu RPG, que eliminava diversos trechos do título anterior. Já em Vengeance, ela também adiciona um novo rumo narrativo, mas ainda permite que os jogadores confiram a rota original, até então uma experiência exclusiva do Nintendo Switch.

Felizmente, quem já conferiu a versão original não vai precisar finalizar novamente suas mais de 80 horas de conteúdos para se aventurar pela nova rota. Uma mudança narrativa faz com que, logo ao iniciar o game, uma escolha simples permita seguir pelo caminho adicional conhecido como Canon of Creation.

Shin Megami Tensei V: Vengeance é um RPG robusto

Enquanto a versão aprimorada do game traz uma história inédita, ele não muda as bases que marcaram o lançamento para o Nintendo Switch. Isso significa que ele ainda traz como temática principal uma batalha entre deuses e demônios, que tem como palco uma versão futurista do Japão que foi completamente destruída.

O protagonista é um ser conhecido como Nahobino, que nasce da fusão entre um estudante secundarista e uma espécie de anjo. Isso concede a ele o poder de controlar diversos demônios, bem como de se fundir com essas criaturas para ganhar novas habilidades e ficar cada vez mais forte.

Shin Megami Tensei V: Vengeance

Divulgação/Atlus

Mantendo outra tradição da série, o game tem um sistema de combate baseado na exploração das fraquezas elementais de um inimigo. Ao fazer isso com sucesso, você ganha uma ação adicional por turno, que pode chegar a um total de quatro, mesmo número dos membros totais de sua equipe.

No entanto, os inimigos podem fazer o mesmo, então é bom montar um time que seja bastante equilibrado para não ser derrotado facilmente. E não fique em dúvida: se o jogo tiver uma chance, isso vai acontecer, e até mesmo um inimigo considerado comum é capaz de dar bastante trabalho.

Shin Megami Tensei V: Vengeance

Divulgação/Atlus

Ao mesmo tempo, Shin Megami Tensei V: Vengeance não chega aos mesmos níveis de crueldade do capítulo anterior da série, e isso é bastante positivo. No título para 3DS, era muito comum chegar às primeiras batalhas recebendo diversos golpes críticos e morrendo sem nenhuma chance de reagir — uma “porta de entrada” bem pouco amigável.

O principal desafio do game mais atual são seus chefes, que vão derrotar com facilidade quem se contentar em somente seguir o caminho principal da aventura. No entanto, o grinding nem sempre é a solução: na maior parte das vezes, o segredo para derrotá-los é saber usar uma equipe bem montada e alguns itens que compensem as fraquezas de seus membros.

Melhorias de qualidade de vida

Além de trazer novas figuras para a narrativa, como a jovem Yoko Hiromine, Vengeance também apresenta algumas melhorias de qualidade de vida que são muito bem-vindas. A principal delas é a possibilidade de salvar a qualquer momento, o que acaba com muitas frustrações e garante que você vai voltar mais rapidamente para algumas de suas batalhas mais difíceis.

O jogo também trouxe uma quantidade generosa de missões secundárias adicionais, uma nova área próxima a seu final e novos vilões. Muito desse novo conteúdo é exclusivo do caminho Canon of Creation que, se não é totalmente diferente do original, é mais bem-sucedido em criar um grupo de adversários com os quais é mais fácil se conectar.

Shin Megami Tensei V: Vengeance

Divulgação/Atlus

Outra novidade interessante é o espaço conhecido como Demon Hub, no qual você pode trocar uma ideia com seus monstros e companheiros de equipe. Enquanto nem todos os diálogos são interessantes, investir neles pode fazer com que sua equipe fique imediatamente mais forte — sem precisar subir de nível.

Em um ritmo relativamente constante, o RPG envia alertas de que alguns companheiros de equipe precisam falar com o protagonista nesse espaço. Enquanto na maior parte das vezes isso vai render alguns itens extras, não foi raro ter conversas que rendiam alguns pontos de status, fazendo com que até monstros mais básicos ganhassem nova importância em batalha.

Shin Megami Tensei V: Vengeance também estreia os “Magatsu Rails”, atalhos bastante úteis para navegar rapidamente pelo mapa ou acessar áreas secretas. Além disso, agora é possível acessar uma visão aérea do mapa, que ajuda muito a saber quais locais já foram explorados e como chegar a cantos um pouco mais inacessíveis do mapa.

O complemento a tudo isso é a possibilidade de rodar o game com mais detalhes e com resolução e desempenho aprimorado em relação ao Switch. Enquanto no console da Nintendo o trabalho da Atlus já era bonito, plataformas como o PC, o PlayStation e o Xbox Series ajudam a dar uma vida renovada às ambições da desenvolvedora.

Shin Megami Tensei V: Vengeance vale a pena?

Apesar de ainda ser negativo o fato de que Shin Megami Tensei V: Vengeance fez com que a versão original fosse apagada da loja digital do Switch, a decisão é compreensível. Essa é realmente a versão definitiva do RPG, que faz uma escolha certeira ao não apagar sua história original por conta da adição de uma nova linha narrativa.

Shin Megami Tensei V: Vengeance

Divulgação/Atlus

Com mecânicas sólidas e um nível de dificuldade bastante desafiador, o título cumpre muito bem o objetivo de misturar algumas comodidades modernas (como não ter batalhas aleatórias) com uma filosofia mais “old school”. Caso você tenha conhecido a Atlus por conta de Persona, vai encontrar muitas semelhanças entre as séries, ao mesmo tempo que vai descobrir um foco maior no grind e na estratégia.

 

Em resumo, o game é um RPG de alta qualidade e com uma quantidade bastante generosa de conteúdos. Sua única falha é que ele nem sempre acerta na narrativa e o desenvolvimento de alguns personagens, mas isso é fácil de esquecer diante do quanto ele acerta em todo o resto que apresenta.

Leia também

Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm