Síntese: Judgment - Neo Fusion

Judgment

7 de maio de 2021
Cópia digital da versão de PS5 cedida pela SEGA via Agência Masamune.

Remasterizações são sempre alvos de polêmicas. Principalmente no começo de uma geração de consoles, muitos títulos recebem esse tratamento e são relançados para que o público do novo console possa jogar e, por que não, aumentar sua coleção.

Só no PS5, já tivemos relançamentos dos dois jogos da série Nioh, de Marvel’s Spider-Man (2018) e, se eu quiser criar polêmica, de Demon’s Souls. Agora, no final de abril, mais uma dessas atualizações saiu: Judgment, jogo no universo da popular série Yakuza, onde você interpreta o detetive particular Yagami. Mas será que, para meus “olhos julgadores”, essa nova versão faz justiça ao espetacular título de 2019? 

Jogado no PS5, Judgment ganha uma característica bem legal nessa versão: um ótimo suporte ao DualSense. Embora não seja nada absurdo ou uma vitrine tão espetacular — como no caso de Astro’s Playroom —, o seu uso é bem implementado e causa boas interações, seja na hora de fotografar algum caso ou mesmo durante as lutas. 

Porém, essa é a principal diferença que notei de cara. De resto, o jogo continua o mesmo do ponto de vista jogável. Em relação à estética e técnicas de pós-processamento, conta com uma iluminação completamente nova — que lembra o que é visto em Yakuza: Like a Dragon, especialmente a versão para o novo console da Sony. Ao se comparado com vídeos da versão do console anterior, é interessante notar como a atmosfera do jogo muda.

Na versão original do jogo, talvez pela limitação do PS4, a iluminação dava um ar muito mais Neo noir para o jogo. Combinava muito bem com o fato de ser uma história de detetive e, ao mesmo tempo, parecia uma real conquista no plano gráfico. Ele usa a mesma engine de Yakuza 6, que também contava com uma iluminação parecida, mas que passa uma vibe diferente justamente por ser ambientado no interior japonês.

No caso de Judgment, a iluminação também é um personagem de certa forma. Momentos que desenvolvem o assassino (The Mole) ou mesmo momentos de infiltração em algumas localidades  ganham toda uma personalidade espetacular, e que, honestamente, se perdem na remasterização. Não que isso torne o jogo ruim, mas é interessante pensar em como isso é um problema que atinge muitos jogos em atualizações para plataformas mais potentes, com a direção artística original se perdendo um pouco. Fica a pergunta se é um preço bom para se pagar pelos 4K e 60 fps — oferecidos como o maior atrativo para essa versão do jogo.

Quanto ao resto do jogo em si, nenhuma mudança ou adição. Tudo que estava presente em 2019 está presente aqui, com a exceção de um dos jogos antigos da SEGA, Puyo Puyo, que foi substituído por Virtua Fighter 2. Considerando que os arcades espalhados pela cidade já contavam com Virtua Fighter 5, considero uma mudança desagradável frente à diversidade de minigames. Além disso, o upgrade para a versão de PS5 não é gratuito para quem já adquiriu a versão original — o progresso entre versões também não é compartilhado —, detalhes que fazem toda a diferença na hora da decisão de compra.

Se você procura por uma análise mais focada na história do jogo em vez de seus aspectos técnicos, recomendo nosso artigo sobre o teor investigativo de Judgment neste mesmo site. Dito isso, Judgment se sustenta como mais um belíssimo jogo publicado pela SEGA, impressionando tanto em seu lançamento original quanto nas verões aprimoradas.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm