Análise: Return to Grace - Neo Fusion
Análise
Return to Grace
30 de maio de 2023
Cópia digital da versão de PC do jogo cedida pela Creative Bytes Studios.

Dentre centenas de títulos frenéticos, estratégicos, cheios de ação e plot twists, faz bem olhar um pouco para cima e encontrar o repouso do silêncio. Os jogos de conforto não são apenas aqueles que o usuário consegue encarar várias vezes de trás para frente, e vice-versa, mas também os que possam literalmente oferecer algum tipo de escape ao descanso.

E é olhando lá para cima, através de outro planeta, que a protagonista Adie Ito quer saciar esse desejo. Do outro lado da tela, o jogador é seu convidado. Chegando nesta terça-feira, 30, exclusivamente para PC, Return to Grace é um convite a uma história sobre fé, zelo e, sobretudo, à contemplação de um universo belo e vazio.

A vista daqui de cima

Análise: Return to Grace (PC)

Desenvolvido e publicado pela Creative Bytes Studios, responsável pelo interessantíssimo The Vale: Shadow of the Crown — o jogo de ação e aventura em áudio 3D lançado em 2021 — Return to Grace é uma aventura sci-fi em primeira pessoa que combina walking simulator com a resolução de puzzles durante o trajeto e uma trama ligada a um mistério: o desaparecimento de Grace.

Ao cair em um planeta desconhecido, a arqueóloga Adie tem aproximadamente 6 horas de oxigênio, como informa sua interface parceira Allen, para explorar uma arquitetura desconhecida e abandonada, uma vez que havia sido habitada por humanos tempos atrás. Os únicos moradores do local não são físicos: Grace, uma inteligência artificial com dons sublimes, deixou como rastros as frações de sua personalidade. E são elas que Adie precisa colaborar para descobrir respostas.

Tudo que envolve algum tipo de robô, máquina ou inteligência artificial como dita pode se tornar banal com certa facilidade. Neste caso, vemos uma protagonista com uma personalidade de fato e um mundo que, embora vazio de população, é recheado com histórias antigas. Descobri-las ao longo dessa jornada é o que torna este jogo reconfortante.

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Return to Grace prefere a simplicidade

Análise: Return to Grace (PC)

Não é possível afirmar que Return to Grace possui a trama mais impactante e inovadora existente, mas não há problema: o jogo não foi feito para isso. Existe um cuidado da equipe desenvolvedora em acolher os jogadores em uma narrativa que escapa da monotonia de forma simples. Grande parcela disso é graças aos cenários inspirados nos anos 60. Raramente se repetem, e quando repetem não incomodam (como em suítes dessa fortaleza perdida).

Para um jogo cujos comandos são bem básicos, a escolha de atores para dar voz a esses personagens é fundamental. Aqui, eles executam um trabalho muito bom e convincente. É preciso crer na motivação deles, especialmente na de Adie, para comprar a ideia da trama.

Um catálogo de IAs alegres, colaborativos e impacientes

Análise: Return to Grace (PC)

Retomando a questão dos comandos, o sistema do jogo é bem conciso. Um único botão é utilizado para escalar, agachar e executar certas ações, como acessar um painel de controle. Mais uma vez, a jogabilidade é fácil até demais de acompanhar, então não espere um superdesafio. Return to Grace está mais preocupado em criar uma experiência imersiva do que causar uma provocação com obstáculos complexos. Para o que ele se propõe — e vale aqui o adendo caso seja do seu interesse —, isso não é de todo mal.

Outra mecânica que o jogo levanta é a possibilidade de criar um relacionamento mais próximo com alguns IAs específicos. Ao completar uma quest seguindo a orientação de uma das personalidades de Grace, esta se torna mais afetuosa à Adie. No início do jogo, isso não é muito relevante. As decisões pesam mais a partir do meio da campanha. É uma forma de fazer o jogador retornar ao game para mais rodadas, até porque o tempo necessário para zerá-lo é bem pouco.

Falta polir os detalhes

Análise: Return to Grace (PC)

Da mesma forma que Return to Grace acerta nos cenários imensos e contemplativos, é na parte técnica que aparecem seus defeitos. Em poucas ocasiões, cantos específicos do mapa demoraram para renderizar. A queda de FPS também foi presente. Por fim (talvez o mais grave), em uma das uma das áreas do jogo, após finalizar um puzzle em um quadro elétrico, a ação não completou e foi necessário voltar ao menu inicial para reiniciar a fase, já que o salvamento é automático. A falta de um salvamento manual poderia ter poupado isso. 

Com um patch de correções, talvez o restante possa ser corrigido. Afinal, o jogo está rodando bem, mas ainda requer polimento.

Infelizmente, o jogo está disponível apenas em inglês, mas, se este lançamento estiver ao seu alcance e você optar por testá-lo, dê uma chance à trama e preste atenção nos pequenos detalhes. A troca entre personagens e a exploração do mapa fazem a diferença na imersão do jogo. É justamente nesse ponto que está o seu melhor. Em meio a uma maratona de conteúdos, fazer uma pausa e voltar para uma despretensiosa caminhada não soa tão ruim quanto possa parecer.

Reunindo elementos de aventura, puzzles e walking simulator, Return to Grace é uma proposta simples, mas encorpada sobre a sede de desejos e milagres dos seres-humanos. Os destaques contemplam a escolha do elenco para as vozes originais dos personagens e a ambientação sci-fi inspirada nos anos 60, com uma arquitetura longa, ampla e vazia — do jeito que a mente ansiosa não gosta (mas cobiça ser).

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm