Monstrous Love

Monstrous Love é o novo lançamento da Time Galleon, publicadora focada em Visual Novels brasileiras, e traz três histórias eróticas da HQ “Amor Monstruoso” da quadrinista Ana Pepper adaptadas para jogo com arte da própria Ana. No game, podemos acompanhar três protagonistas, Paula, Lola e Joana, enquanto cada uma delas entra em contato com uma criatura monstruosa, Flower, Cid e Jack, respectivamente.

Todas as três personagens visitam um local mais ermo por algum motivo. Paula para dar uma afastada da cidade e do trabalho, Lola resolve fotografar insetos e plantas em um bosque, e Joana vai para a mata com duas amigas, e resolve dar uma caminhada pois o carteado não está lá dos mais animados. A partir daí elas encontram os monstros, se aproximando deles, depois sentindo atração e enfim engajando na putaria com carinho.

A estrutura de cada conto é similar, com alguma atividade sendo realizada pela protagonista em questão. Tais ações vão desde interações simples como o cenário, clicando para prestar atenção em pontos de uma caverna ou fotografar um bosque, até um mini-game simples de dança. Tudo feito a partir de interação direta de cliques.

A interação com os monstros também é feita a partir de algumas escolhas aqui e ali do que fazer, mas nada que vai afetar muito a andar das coisas. Eventualmente, e esse é o foco de Monstrous Love, chegamos ao momento da relação sexual. Nesses trechos passamos a controlar as criaturas.

O ponto central do jogo é que mesmo sendo monstruosos, nossos seres transões são gentis. O game coloca a importância de ir na boa, no macete, e sobretudo prestar atencão ao que a parceira pede e em seus retornos visuais e sonoros. Achei interessante que há uma espécie de escalada no quanto as garotas são explícitas verbalmente em relação se estão curtindo ou não. A primeira estória temos uma personagem falando mais claramente, e progressivamente um pouco menos. Veja, todas se comunicam.

Até imaginei que na terceira seria mais importante observar mais as reações do rosto e corpo, mas não chegou a ser tão destacada assim a diferença. De qualquer forma, existem distinções, e achei intrigante o fato de conforme mais próximo da figura imagética de um homem humano, mais detalhes precisam ser identificados e contornados. Inclusive sabendo a hora de parar, se for o caso.

As relações no geral são fofas e carinhosas. No curto espaço dá para ver um pouco de cada personagem a partir das interações. As músicas que acompanham dão um bom ritmo, mas o destaque maior fica para a direção visual do jogo e para os desenhos da Ana Pepper. Além de serem bonitos e bem detalhados, há uma atenção para as expressões das mulheres.

Como os monstros são diferentes, as cenas também vão por caminhos um pouco distintos. As imagens do sexo e a forma como é conduzido enquanto jogo agradam. É necessário ir escolhendo onde e com que parte do corpo interagir, por exemplo lamber ou moder, seja o pescoço, o ombro ou os seios, e por aí vai.

Monstrous Love é um título erótico mais voltado para as mulheres. Eu, particularmente, não acompanho jogos +18 desde que tinha uns 10 anos, mas é fácil imaginar que o conteúdo e o fluxo de lançamentos vai muito mais no sentido de agradar o nerdola a partir de um ponto de vista focado no saciamento do prazer apenas do cara, entre outros problemas. Em contrapartida, a Visual Novel traz uma trama em que figuras monstruosas demonstram carinho e gentileza, sabendo a hora de deixar a coisa mais “bestial” quando e se esse momento chegar, principalmente a partir do que quer a parceira e das reações dela.

Ao fim, a curta experiência é bastante agradável. As cenas são instigantes, bem como a relação das garotas com os monstros também consegue ser fofa e sensível. Com arte de grande destaque e competência nas simples mecânicas, Monstrous Love é boa opção de Visual Novel, feita aqui no Brasil.