Síntese: Tunic - Neo Fusion

Tunic

16 de março de 2022
Cópia digital da versão de PC do jogo cedida pela ICO.

Eu sempre fico interessada quando vejo que algum jogo foi desenvolvido por uma única pessoa. Stardew Valley, por exemplo, é um grande sucesso (e um dos meus jogos favoritos da vida) que foi desenvolvido apenas pelo ConcernedApe. Quando vi que Tunic também se trata de um jogo desenvolvido somente pelo canadense Andrew Shouldice, decidi conhecer um pouco mais.

“Preso em uma praia misteriosa, armado apenas com sua própria curiosidade, você enfrentará feras colossais, coletará itens estranhos e poderosos e desvendará segredos há muito perdidos.”

Gosto muito dessa descrição oficial: quanto mais eu jogava Tunic, mais claro fica o quanto a curiosidade de quem joga influencia o progresso do jogo. Quando acordamos com a raposinha nessa praia misteriosa, não temos uma única mensagem, instrução ou algo que nos diga o que fazer. Tudo o que precisamos fazer é sair explorando e descobrir onde conseguimos ir. Mas não suponha que iremos a lugares que não estamos prontos para desbravar: o jogo faz um papel muito bom em nos levar somente onde podemos ir.

Outro ponto que mantém o jogador preso é o mistério que envolve toda a narrativa do jogo. Para aprendermos as mecânicas, descobrirmos itens e obtermos mapas, devemos achar páginas que vão montando um livro que conta a história do que está acontecendo e nos dando dicas. Essas páginas não são encontradas de maneira linear — por exemplo, eu encontrei as páginas 15/16 e logo em seguida as páginas 28/29. Além disso, a língua usada nas páginas do livro e nas placas encontradas ao longo do mapa são desconhecidas (apenas algumas palavras estão na “nossa língua”, o que nos ajuda a entender o que aquilo quer dizer).

Apesar de parecer um pouco confuso no começo, Tunic é um jogo que se desenvolve muito bem, eu gostei muito da sensação de “aaaaaaahhhh” quando eu descobria uma coisa nova e podia voltar e explorar caminhos que antes não estavam acessíveis para mim.

Ao longo do jornada, encontramos diferentes inimigos, cada um com sua própria característica. Apesar de simples, essas mudanças fazem faz com que o combate mude bastante dependendo do lugar que você está. Temos também inimigos mais difíceis, os “chefões”, que são bem legais de enfrentar.

O principal do combate, para mim, foi aprender a esquivar e gerenciar a estamina. Quando a estamina acaba, recebemos mais dano dos inimigos e a morte nesse jogo traz uma grande penalidade. Conseguimos salvar o jogo em pequenos shrines que encontramos ao longo do mapa e, se passamos muito tempo sem encontrar um e morremos, voltamos ao último ponto de salvamento. Além disso, cada vez que salvamos (e morremos), todos os inimigos voltam e, se precisamos ir a um lugar longe e não tem outros shrines, pode ser uma experiência quase frustrante. Fiquei um pouco perdida em um momento do jogo, onde eu ia pra um local afastado que não tinha shrines acessíveis e cada morte gerava um recomeço muito longo. Existe uma opção para ajudar no combate onde a esquiva não consome estamina e fica ilimitada.

Outro ponto que me agrada demais no jogo é parte audiovisual. O jogo mantém uma visão isométrica que, apesar de eu ter levado um tempo para me acostumar, ajuda no quesito exploração do jogo — um caminho pode passar despercebido e a possibilidade de poder sempre revisitar os lugares faz com que esses caminhos perdidos nos levem a novos tesouros. Já a música do jogo é maravilhosa e combina demais com o ambiente que o jogo traz para gente. É uma música calma, que pode até passar despercebida, mas que, sem ela, o jogo não seria tão agradável.

Tunic é um jogo onde a criatividade te move, te faz querer conhecer esse mundo e descobrir todo o mistério. É um jogo razoavelmente curto — é possível finalizá-lo com cerca de 12 horas —, mas também traz bastante possibilidade de exploração. Um jogo agradável, relaxante na maior parte do tempo e um dos lançamentos mais divertidos que joguei esse ano.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm