Análise: Like a Dragon Gaiden The Man Who Erased His Name - Neo Fusion
Análise
Like a Dragon Gaiden
The Man Who Erased His Name
12 de dezembro de 2023
Jogamos Like a Dragon Gaiden: The Man Who Changed His Name no PC com um código fornecido pela publicadora

Embora seja vendido pela SEGA como um spin-off da série principal, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é tão importante sua história principal quanto qualquer outro capítulo. Ele acontece logo após os eventos de Yakuza 6: The Song of Life, mostrando o destino do protagonista Kyriu.

Caso você não tenha jogado a série até esse ponto, segue o resumo: após descobrir segredos envolvendo a facção Daidoji, o personagem decidir fingir sua própria morte para proteger o orfanato que ajudou a construir. É o próprio grupo que assegura que todos os traços do nome de Kiryu serão apagados, ao mesmo tempo em que garante sua segurança em um lugar remoto.

Meses depois de isso acontecer, a facção exige que Kiryu (agora conhecido como Joryu) saia de sua aposentadoria forçada e o ajude em alguns negócios. É nesse momento que o acordo entre as partes dá errado, graças ao rapto de figuras importantes do Daidoji e ao fato de que o rosto do protagonista de Like a Dragon Gaiden não é exatamente desconhecido.

Like a Dragon Gaiden é uma história sobre manter a honra

Apesar de o jogo querer contar a história de uma pessoa que supostamente desapareceu, logo fica claro que ele não leva isso muito a sério. Após uma hora de jogo, praticamente todo mundo sabe a verdadeira identidade de Joryu. Enquanto no começo o personagem trata isso a série, essa questão de “estou disfarçado, mas não muito” se transforma rapidamente em motivos para piadas.

O lugar que mais sabe brincar com isso é o novo Coliseu, no qual o protagonista acaba revivendo alguns de seus principais feitos do passado. Enquanto em algumas lutas ele volta a ser o Dragão de Dojima, em outros ele precisa enfrentar “versões alternativas” de si mesmo, o que acaba se mostrando bastante divertido.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Divulgação/SEGA

Já na trama principal, a questão da identidade verdadeira do personagem vira algo secundário diante de questões mais importantes. Parte importante dos jogos anteriores da série, a Aliança Omi está planejando o anúncio de sua dissolução, o que pode mudar completamente o mundo do crime organizado.

Ela quer forçar Kiryu/Joryu a sair de seu esconderijo, já que a força de seu legado poderia convencer outros clãs de que o melhor a fazer é seguir o mesmo caminho. No entanto, o personagem não somente não está disposto a ceder a esse desejo, como se vê pressionado pela Daidoji. Afinal, se ele sair do anonimato, não há mais nada que proteja as crianças que ele está ajudando a criar.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Divulgação/SEGA

Apesar de Like a Dragon Gaiden trazer várias conexões com outros jogos (especialmente Yakuza: Like a Dragon), é impressionante o quanto ele funciona bem sozinho. Quem é novato à série provavelmente vai ficar perdido em meio a tantas referências e intrigas políticas, mas vai conseguir seguir bem a narrativa central do jogo.

Muito disso se deve à introdução de figuras totalmente novas que têm papel central na trama criada pelo estúdio Ryu Ga Gotoku. Elas dão uma personalidade única para o game, garantindo que ele não vira aqueles spin-offs extremamente dependentes de outras experiências consideradas mais “centrais” por seus criadores.

Um agente secreto

Embora os sistemas do game não sejam tão complexos quanto o de seus antecessores, ele ainda traz algumas boas ideias originais. A principal delas é o novo estilo de luta “Agente”, caracterizado pelos golpes rápidos e transições suaves entre diferentes posições. No entanto, são os truques associados à opção que mais se destacam.

Conforme avançamos na trama, Joryu destrava uma série de gadgets que o ajudam a dominar seus oponentes e a controlar multidões. Desde o início, o personagem pode usar uma espécie de laço que envolve seus inimigos e os joga longe — uma opção ótima para se evitar ver cercado por muitos oponentes.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Divulgação/SEGA

Nas horas seguintes, essa opção é complementada por drones de ataque, cigarros explosivos e sapatos que escondem foguetes em seu interior. Tudo isso garante um jeito bem diferente de explorar o combate para a série, ao permitir que os jogadores lutem de forma mais estratégia e não precisem sempre se jogar de cabeça nos confrontos.

Para quem gosta de fazer isso, Like a Dragon Gaiden também oferece acesso ao estilo mais clássico da série, marcado por golpes pesados, embora menos sofisticados. Os sistemas de luta do game são bastante satisfatórios em um geral, embora revelem suas nuances somente durante as batalhas contra chefes.

Nesses casos, tão importante quanto saber quanto bater, bloquear ou desviar de golpes é ficar atento à dinâmica de contra-ataques. Quando seu oponente assume uma posição especial, se desviar no momento certo garante a possibilidade de quebrar sua guarda. Caso você seja bem-sucedido, essa se torna uma oportunidade de usar seus principais ataques em sequência e tirar uma boa fatia da vida de seu oponente.

Like a Dragon exige sair do caminho central

Embora seja um game relativamente curto para os padrões da franquia, Like a Dragon Gaiden tem elementos de sobra para aumentar seu tempo de duração. Além do já mencionado Coliseu, você pode passar seu tempo nos diversos arcades clássicos da SEGA — que finalmente trazem acesso a Daytona USA —, indo a cabarés, correndo com minikarts ou participando de várias missões secundárias.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Divulgação/SEGA

Muitas delas estão ligadas a Akame, uma figura importante de Sotenburi que fez sua fama auxiliando os moradores de rua do local. Enquanto as tarefas disponíveis são interessantes, a maneira como elas influenciam nos sistemas de evolução do game não é algo que me agradou muito.

Para subir de nível em Like a Dragon Gaiden, você precisa tanto de dinheiro quanto dos “Akame Points”, que estão associados às atividades paralelas do jogo. Enquanto algumas habilidades dependem somente do dinheiro para serem desbloqueadas, a imensa maioria delas também exige o outro sistema de pontos.

Com isso, muitas das atividades “secundárias” do game acabam sendo obrigatórias, na prática. Enquanto o jogo em si não é particularmente difícil, muitos dos recursos mais úteis para encarar adversários avançados só vão ser destravados caso você decida sair do caminho principal. Felizmente, o jogo compensa isso apresentando narrativas e atividades “opcionais” interessantes — mas que influenciam muito no ritmo de progressão de quem só quer saber sua história principal.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Divulgação/SEGA

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name deveria servir como um exemplo para outros capítulos da franquia. Provando que a franquia funciona bem mesmo sem uma história de 50 ou 60 horas, o título ainda assim permanece uma experiência robusta que traz muita personalidade e atividades paralelas. Embora mereça críticas a seu sistema de Pontos Akame, o game traz uma experiência que diverte do começo ao fim e dá vontade de conferir o resto da franquia. E o melhor de tudo: dessa vez há legendas em português ajudando a compreender o que está acontecendo.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm