Parte do pacote Rhapsody: The Marl Kingdom Chronicles junto ao seu sucessor, Ballad of the Little Princess é o segundo jogo da série. Anteriormente ao lançamento desta coletânea, as aventuras musicais no reino de Marl haviam dado as caras no ocidente apenas a partir do primeiro, publicado por esses lados como Rhapsody: A Musical Adventure. Joguei na época para o PlayStation e confesso que não me lembrava muito bem dos detalhes antes de pesquisar para retomar com o segundo título, mas uma coisa sempre permaneceu na cabeça: a musica de introdução da personagem Cornet.
Esse é o ponto principal de Rhapsody, trata-se de um JRPG combinado com números musicais, e a ideia é tão efetiva e mais ou menos “natural” que assusta termos tão poucos jogos do tipo, para além de alguma canção incluida no mundo de um jogo aqui e acolá. Naquele primeiro título as canções estavam localizadas e cantadas em inglês. Já em Ballad of the Little Princess as músicas são cantadas no original japonês, acompanhadas da letra em japonês com alfabeto romano e da tradução em inglês para cada verso.
Em contrapartida, as vozes em conversas estão totalmente vocalizadas para o inglês. Para quem conhece o título original, não existe muita mudança aqui; as canções são divertidas e geralmente puxadas para o lado do humor, assim como o texto geral do jogo. Existem números musicais acompanhando nossos protagonistas, enquanto outros vem dos vilões e adversários. Também rola umas músicas mais emotivas, até para acompanhar a busca da protagonista Kururu pelo seu “príncipe encantado” e sua relação com a melhor amiga Crea.
Rhapsody II: Ballad of the Little Princess segue as aventuras da princesa Kururu, filha da protagonista do primeiro jogo, Cornet. Assim como a mãe, a jovem consegue se comunicar e utilizar as marionetes/bonecos nas batalhas. Também como sua progenitora, a pequena princesa está em busca de um príncipe encantado que seja bonito, forte, honesto e legal como seu pai. Embora ambos os jogos puxem para a palhaçada, neste segundo é a própria protagonista a pessoa mais arteira e palhaça, com alguns outros personagens ocupando outros tipos de papéis.
Os outros personagens recorrentes, que inclusive saem e entram no grupo de batalha, são divertidos também. Crea, a melhor amiga, é doce e leal, além de ser a típica menina rica, o que faz ser engraçado o fato de seus especiais envolverem ela atirar com pistolas (a piada se repete, já que sua mãe fazia o mesmo no primeiro jogo). Randy é um guarda apaixonado pela sua superiora, e esta é uma mulher que rejeita a ideia de achar um marido e ter uma vida no lar e busca ser a melhor cavaleira do reino. O jovem Croce é um “príncipe” não extamente como Kururu esperava, já que não está nem aí para ela e a acha até meio irritante, mas eventualmente a ajuda e eles se conectam. Os antagonistas, como de costume, são uns tontos e possuem também suas dinâmicas internas de palhaçada e “bobajaria”.
Um lado positivo deste segundo jogo é ver como alguns dos pontos mais fracos de seu antecessor foram repensados. Veja, o primeiro título era em turnos, com um “grid de batalha”. Mas não se tratava de um rpg tático ou qualquer coisa do tipo, o grid não mudava muita coisa e na prática acabava sendo só um tempo desnecessário de ir daqui até ali para então atacar. Ballad of the Little Princess chega com um turno mais tradicional e sem a prerrogativa de movimentação, o que dá um dinamismo melhor, já que aquilo só servia para perder tempo.
Também é um jogo mais focado na utilização de golpes especiais, de habilidades das marionetes e dos golpes das “recompensas”. Aqui, é necessário utilizar os bonecos para ir enchendo a barra musical no topo, e então poder acessar golpes bem mais fortes sem custo adicional de dinheiro ou HP (as moedas para golpes de marionetes e golpes espeicias de personagens, respectivamente).
Enquanto Kururu e Crea utilizam dos bonecos, outros personagens atacam diretamente, sendo mais necessário a utilização dos especiais (aqueles que custam pontos de vida). Assim, existe uma dinâmica simples de administração desses recursos e conversa entre eles. Ainda que não seja nada complexo ou que os recursos sejam escassos (eles não são), trata-se de um bom salto em relação ao primeiro jogo.
Outro ponto de melhoria é em relação ao design dos calabouços, cavernas, torres, etc. O jogo ainda traz cenários bastante similares e telas repetitivas, mas em menor número. Também é palpável uma preocupação de criar mais situações dentro de uma dungeon, ao invés da navegação bem confusa do primeiro jogo da série.
Há de se destacar, também, o foco do jogo em suas personagens femininas e em como são elas que dão o tom da aventura. Ainda que Kururu esteja atrás de um príncipe, é sua relação com outras pessoas, principalmente sua melhor amiga, que carrega mais a trama. Como dito anteriormente, o jogo pende muito pro humor, e quase toda interação, diálogo ou cena vai por esse caminho. Eventualmente existem momentos mais dramáticos, mas o foco é a palhaçada. O lado bom é que existem piadas boas ao longo da campanha.
Rhapsody II: Ballad of the Little Princess é uam das partes da coletêna Marl Kingdom Chronicles. A coletênea em si é simples, dando acesso aos dois títulos que estreiam no ocidente e alguns extras. Não existem algumas mecânicas mais esperadas de relançamentos como uma velocidade maior para as batalhas, o que seria até muito bem vindo aqui. De qualquer forma, o jogo em si é agradável e um salto razoável quando pensamos nos problemas de jogabilidade de seu antecessor.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm