Análise: Rhapsody II Ballad of the Little Princess - Neo Fusion
Análise
Rhapsody II
Ballad of the Little Princess
28 de agosto de 2023
Testamos a versão de PS5 a partir de cópia cedida pela NIS America.

Parte do pacote Rhapsody: The Marl Kingdom Chronicles junto ao seu sucessor, Ballad of the Little Princess é o segundo jogo da série. Anteriormente ao lançamento desta coletânea, as aventuras musicais no reino de Marl haviam dado as caras no ocidente apenas a partir do primeiro, publicado por esses lados como Rhapsody: A Musical Adventure. Joguei na época para o PlayStation e confesso que não me lembrava muito bem dos detalhes antes de pesquisar para retomar com o segundo título, mas uma coisa sempre permaneceu na cabeça: a musica de introdução da personagem Cornet.

Esse é o ponto principal de Rhapsody, trata-se de um JRPG combinado com números musicais, e a ideia é tão efetiva e mais ou menos “natural” que assusta termos tão poucos jogos do tipo, para além de alguma canção incluida no mundo de um jogo aqui e acolá. Naquele primeiro título as canções estavam localizadas e cantadas em inglês. Já em Ballad of the Little Princess as músicas são cantadas no original japonês, acompanhadas da letra em japonês com alfabeto romano e da tradução em inglês para cada verso.

Rhapsody II Ballad of the Little Princess

Em contrapartida, as vozes em conversas estão totalmente vocalizadas para o inglês. Para quem conhece o título original, não existe muita mudança aqui; as canções são divertidas e geralmente puxadas para o lado do humor, assim como o texto geral do jogo. Existem números musicais acompanhando nossos protagonistas, enquanto outros vem dos vilões e adversários. Também rola umas músicas mais emotivas, até para acompanhar a busca da protagonista Kururu pelo seu “príncipe encantado” e sua relação com a melhor amiga Crea.

Rhapsody II: Ballad of the Little Princess segue as aventuras da princesa Kururu, filha da protagonista do primeiro jogo, Cornet. Assim como a mãe, a jovem consegue se comunicar e utilizar as marionetes/bonecos nas batalhas. Também como sua progenitora, a pequena princesa está em busca de um príncipe encantado que seja bonito, forte, honesto e legal como seu pai. Embora ambos os jogos puxem para a palhaçada, neste segundo é a própria protagonista a pessoa mais arteira e palhaça, com alguns outros personagens ocupando outros tipos de papéis.

Rhapsody II Ballad of the Little Princess

Os outros personagens recorrentes, que inclusive saem e entram no grupo de batalha, são divertidos também. Crea, a melhor amiga, é doce e leal, além de ser a típica menina rica, o que faz ser engraçado o fato de seus especiais envolverem ela atirar com pistolas (a piada se repete, já que sua mãe fazia o mesmo no primeiro jogo). Randy é um guarda apaixonado pela sua superiora, e esta é uma mulher que rejeita a ideia de achar um marido e ter uma vida no lar e busca ser a melhor cavaleira do reino. O jovem Croce é um “príncipe” não extamente como Kururu esperava, já que não está nem aí para ela e a acha até meio irritante, mas eventualmente a ajuda e eles se conectam. Os antagonistas, como de costume, são uns tontos e possuem também suas dinâmicas internas de palhaçada e “bobajaria”.

Um lado positivo deste segundo jogo é ver como alguns dos pontos mais fracos de seu antecessor foram repensados. Veja, o primeiro título era em turnos, com um “grid de batalha”. Mas não se tratava de um rpg tático ou qualquer coisa do tipo, o grid não mudava muita coisa e na prática acabava sendo só um tempo desnecessário de ir daqui até ali para então atacar. Ballad of the Little Princess chega com um turno mais tradicional e sem a prerrogativa de movimentação, o que dá um dinamismo melhor, já que aquilo só servia para perder tempo.

Rhapsody II Ballad of the Little Princess

Também é um jogo mais focado na utilização de golpes especiais, de habilidades das marionetes e dos golpes das “recompensas”. Aqui, é necessário utilizar os bonecos para ir enchendo a barra musical no topo, e então poder acessar golpes bem mais fortes sem custo adicional de dinheiro ou HP (as moedas para golpes de marionetes e golpes espeicias de personagens, respectivamente).

Enquanto Kururu e Crea utilizam dos bonecos, outros personagens atacam diretamente, sendo mais necessário a utilização dos especiais (aqueles que custam pontos de vida). Assim, existe uma dinâmica simples de administração desses recursos e conversa entre eles. Ainda que não seja nada complexo ou que os recursos sejam escassos (eles não são), trata-se de um bom salto em relação ao primeiro jogo.

Outro ponto de melhoria é em relação ao design dos calabouços, cavernas, torres, etc. O jogo ainda traz cenários bastante similares e telas repetitivas, mas em menor número. Também é palpável uma preocupação de criar mais situações dentro de uma dungeon, ao invés da navegação bem confusa do primeiro jogo da série.

Rhapsody II Ballad of the Little Princess

Há de se destacar, também, o foco do jogo em suas personagens femininas e em como são elas que dão o tom da aventura. Ainda que Kururu esteja atrás de um príncipe, é sua relação com outras pessoas, principalmente sua melhor amiga, que carrega mais a trama. Como dito anteriormente, o jogo pende muito pro humor, e quase toda interação, diálogo ou cena vai por esse caminho. Eventualmente existem momentos mais dramáticos, mas o foco é a palhaçada. O lado bom é que existem piadas boas ao longo da campanha.

Rhapsody II: Ballad of the Little Princess é uam das partes da coletêna Marl Kingdom Chronicles. A coletênea em si é simples, dando acesso aos dois títulos que estreiam no ocidente e alguns extras. Não existem algumas mecânicas mais esperadas de relançamentos como uma velocidade maior para as batalhas, o que seria até muito bem vindo aqui. De qualquer forma, o jogo em si é agradável e um salto razoável quando pensamos nos problemas de jogabilidade de seu antecessor.

Parte da coletânea Rhapsody: Marl Kingdom Chronicles, Ballad of the Little Princess é um título mais agradável de se jogar do que seu antecessor no que diz respeito ao combate e exploração. O foco no humor continua presente, com bons momentos aqui e acolá, assim como os números músicais espalhados pelos capítulos. É um título que entrega algo bem específico e com boas chances de agradar quem curte musicais.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm