Matéria: Os Melhores Jogos de 2021 - Neo Fusion
Matéria
Os Melhores Jogos de 2021
28 de dezembro de 2021

Muitos estúdios e publicadoras só acertaram o ritmo de trabalho à distância por conta da pandemia do COVID-19 em 2021, conseguindo cumprir suas metas de entrega — mesmo que em atraso. Na segunda metade de 2021, por exemplo, um volume maior de jogos finalmente viu a luz do dia após um período mais escasso de lançamentos. O evento de premiação e anúncios The Game Awards, por sua vez, não teve um favorito para a categoria de Jogo do Ano. Praticamente todos os jogos nomeados para essas e outras estatuetas de prestígio tinham as mesmas chances de vencer. Isso não significa, porém, que foi um ano ruim, mas sim um ano equilibrado. Conheça alguns desses indicados e muitos outros na lista de melhores jogos do ano da equipe do Neo Fusion!

Arthur Pieri

Por mais que eu tenha gostado ainda mais de outros jogos, Shin Megami Tensei V foi o jogo mais importante deste ano para mim. Eu já havia tentado entrar na série com o quarto título numerado, mas foi somente nesse lançamento que me dediquei a ponto de me aprofundar nos sistemas para terminar o jogo. Eu finalmente entendi por que, apesar da origem em comum, Persona e SMT devem ser tratados como franquias diferentes — não sinceramente consigo decidir qual dos dois é meu favorito.

O que faz de SMT V um jogo diferente do resto da série são seus mapas. Se, por um lado, a mais recente entrada abandonou calabouços intricados e melhor estruturados, por outro ela deixou um mundo aberto repleto de cenários pós-apocalípticos e NPCs para conversar e resolver problemas. A direção de arte advoga muito a favor desse novo estilo de jogo, especialmente pelos modelos das criaturas que encontramos vagando pelos ambientes. O combate, por sua vez, é o motivo pelo qual me afeiçoei tanto ao jogo: são muitos sistemas conversando e convergindo para entregar batalhas por turno únicas e pouco cansativas mesmo com dezenas de horas de jogo. Recomendadíssimo!

Carlos Strife

A Housemarque é conhecida e respeitada por ter feito jogos cujo maior atrativo é a qualidade do gameplay — frenéticos, exigentes, com uma veia forte no fliperama e extremamente divertidos. Returnal, mais recente jogo do estúdio, cresce em termos de escopo, ambição e orçamento se comparado a Resogun, título de lançamento do PS4, mas retém todo aquele DNA que sempre marcou o estúdio. É um jogo belíssimo em termos visuais bem como ousado em estrutura e mecânica. Na pele de Selene, membro da ASTRA que pousa no misterioso planeta conhecido como Atropos, somos encarregados da missão de buscar pela Sombra Branca e escapar de um loop temporal que se repete a cada nova tentativa falha.

Utilizando um esquema meio roguelite, exploramos seis biomas que, apesar do elemento procedural, são tão bem arquitetados que parecem peças de quebra-cabeças desenhadas para se encaixar aleatoriamente de uma forma coerente e que acabam passando familiaridade ao jogador a cada novo ciclo. Já o combate é facilmente um dos mais recompensadores e viciantes de 2021. O jogo é recheado de inimigos que não deixam nada a desejar ao melhor do bullet hell que você possa imaginar, além de trazer algumas das melhores lutas contra chefes em um third-person shooter. Talvez não seja um jogo para todo mundo devido à sua elevada dificuldade, mas certamente é um dos jogos mais singulares dentro do espaço AAA e uma joia rara vinda de um estúdio extremamente promissor.

Erick Lúdico

Os títulos desenvolvidos por Daniel Mullins são notados por sua metanarrativas, pela mudança de eventos que subvertem o entendimento do que havia sido estabelecido. Inscryption entrega algo natural dos jogos, só que de forma absurda: a alternância entre controle e caos, tensão e satisfação, sacrifício e recompensa, familiar e diferente. O título mistura diferentes gêneros e estéticas, porém sua base é um jogo de cartas com regras simples que vão se dinamizando ao longo da progressão. A partir das variáveis de seus sistemas, o jogo desenvolve sua narrativa interna, mas quebra camadas que extrapolam conceitos básicos de videogame enquanto produto, inclusive nos incitando a repensá-los.

Devido à proposta de experimentar tantas nuances de gameplay e de outros aspectos, pode haver uma baixa de motivação em certos pontos, mas o tom experimental deixa a expectativa de uma nova subversão. No fim, ele consegue arranjar todos os seus elementos dentro de sua lógica, como por exemplo, trabalhar os diferentes estilos visuais que ajudam nessa proposta de sempre intrigar os jogadores com detalhes que chamam a atenção. Inscryption consegue ser simplesmente divertido em seu nível mais básico, no entanto, atende também a uma série de interesses mais profundos dentro de uma mesma experiência de jogo.

Felipe Gugelmin

Por mais que Marvel’s Avengers não tenha sido um jogo que podemos considerar bom, eu insisti bastante nele em busca de uma suposta diversão que não veio. Assim como muitas pessoas, a experiência negativa com o game me deixou com o pé atrás com Marvel’s Guardians of the Galaxy, especialmente dado o confuso material de divulgação que surgiu na E3.

No entanto, as primeiras prévias internacionais aumentaram minha expectativa sobre o game que, no fim das contas, se mostrou muito melhor do que eu esperava. Tudo bem, o combate pode não ser genial, mas o roteiro amarrado e o desenvolvimento de personagens mais do que compensou isso. Ainda quero que a Eidos-Montréal volte a ter chances de terminar sua história de Deus Ex, mas se o destino dela é continuar presa às propriedades da Marvel, espero que pelo menos tenhamos jogos tão bons e surpreendentes como esse.

Fernando Gomes

Entre muitas franquias que retornaram em 2021, minha indicação para nossa lista de melhores do ano é um indie original que ganhou meu coração. Lost in Random é um jogo que eu não sabia que precisava testar até eu ter a oportunidade de jogá-lo. Publicado pela EA e desenvolvido pela Zoink em parceria com a Thunderful Games, o jogo é uma carta aberta de amor para todos aqueles que amam contos de fadas macabros.

Situado em um universo sombrio composto por seis reinos distintos, o jogador assume o papel de Even, uma garotinha que sai em busca de sua irmã perdida Odd. O jogo mistura elementos de ação e aventura com o combate baseado nos poderes de cartas mágicas. Com tipos de inimigos diferentes e cenários à la Tim Burton, este lançamento indie faz jus à sua fantasia que, além de encantar, também diverte e emociona. Super recomendo!

Kate Schmitt

Deathloop, jogo desenvolvido pelo excelente estúdio Arkane, nunca foi muito claro em explicar como suas mecânicas dentro do jogo funcionariam antes do lançamento. Foram muitos trailers de apresentação, mas a maioria me remetia a semelhanças com outros jogos produzidos pelo estúdio. Talvez por isso eu sempre tenha tido um pouco de receio de sua proposta parecer mais do mesmo. Apesar de usar muito da arte e movimentação de Dishonored (uma série de jogos que eu adoro), Deathloop foi uma grata surpresa do começo ao fim, desde a condução da narrativa até pequenos detalhes de sonoplastia — além da ótima dublagem não só no seu idioma original, mas também em português brasileiro.

Gostaria que o jogo tivesse levado pelo menos o prêmio de melhor atuação para um dos atores principais da trama (Colt e Julianna), que são importantes condutores da narrativa e representam o carisma e uma construção interessante de personagens. Por todos esses motivos quando penso no melhor jogo do ano para mim só poderia ser Deathloop.

Luka Malafaia

Chicory: A Colorful Tale é um abraço quente num ano que nos desafiou de tantas formas. Ao colorirmos um mundo preto e branco da nossa forma — e se quiseremos —, o jogo nos convida a, nos meus termos, pensar sobre questões como a pressão social para sermos perfeitos, em como precisamos produzir nessa sociedade e como saúde mental não deve ser negligenciada. Com muita fofura e sem eu perceber, o indie chegou ao meu coração com temas espinhosos como esses. Saber navegar de forma leve mares carregados é o grande triunfo desse que já é, sem dúvida, um dos meus jogos favoritos. É Link’s Awakening com pintura e algumas mecânicas de Splatoon, o que me ajuda muito a gostar de seus conceitos também. Mas, acima de tudo, Chicory é sobre ser mais gentil consigo mesmo.

Marina Medeiros

Lançado em março de 2021, Cozy Grove entrou na minha vida para ficar como um dos meus jogos favoritos de tofos os textos. Escrevi um texto sobre como jogos “simples” são importantes para nos distrair em momentos difíceis, mas não se enganem, pois isso não torna o jogo algo raso. Em Cozy Grove, interpretamos um escoteiro responsável por libertar as almas dos ursos presos na ilha, ajudando-os a recuperar sua memória antes de ascender. O tempo do jogo e a progressão são medidos com base no tempo da “vida real”, fazendo com que 40-50 minutos por dia seja suficiente para progredir continuamente. O bom humor do jogo, a reflexão sobre as memórias recuperadas e a personalidade distinta dos ursos faz com que o jogo seja super gostoso e agradável, dando aquele quentinho no coração e nos ajudando a distrair em momentos tão difíceis.

Renan Greca

Uma das atividades que mais sinto saudades é de jogar videogames cooperativamente com meus amigos. Recentemente joguei Marvel Ultimate Alliance 3 e Back 4 Blood com meu antigo companheiro de Halo e Gears, mas sessões online não se comparam a uma tarde comendo Doritos sentados no sofá. It Takes Two, mais que qualquer outro jogo, se aproxima dessa experiência. Tive o prazer e a oportunidade de jogá-lo com um amigo — eu na Itália, ele no Brasil — e, em certos momentos, é como se a distância do Oceano Atlântico tivesse desaparecido. Começando pela apresentação do jogo — é sempre em tela dividida, mesmo que os jogadores tenham suas próprias TVs — e incluindo uma infinidade de atividades e minigames que servem principalmente para se expressar virtualmente através dos personagens. Ainda sinto falta daquelas tardes, mas, pelo menos, parte daquelas memórias continuaram vivas este ano.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm