Nessas de ficar pilhado para algum jogo na iminência de ser publicado, resolvi “me preparar” para o Final Fantasy XVI. Fiz isso instalando o Devil May Cry V via PlayStation Plus, o que se mostrou uma excelente escolha pois o jogo é extremamente divertido e é das coisas mais prazerosas ir tateando os combos e movimentos e ir descobrindo a porra toda. Outra ideia foi dar uma jogada no último tíutlo numerado da série, para ver mais ou menos as aparentes grandes mudanças de um projeto para o outro, projetos aliás com times e propostas bem diferentes cujo ponto em comum é fazer parte da mesma série e serem RPGs de ação.

Eu só não contava e não lembrava de Final Fantasy XV ser tão ruim. Pouca coisa ali é bem feita, muita coisa é sem lastro, sem consequência, sem desenvolvimento. A exploração é chatissima, o combate ainda que com algumas boas mecânicas, combos e sistemas é sacal. As boas ideias (e existem um bom punhado) não se sustentam. Enfim, jogar esse negócio me deixou triste. Eu precisava ser feliz. Eu queria ser feliz. Instalei Dragon Quest XI: Echoes of an Elusive Age Definitive Edition S.

Para dar um alterada na experiência, resolvi ligar vários dos desafios do modo draconian. Na real liguei todos menos os dois ligados ao shyphox, condição que tiraria aleatoriamente um turno do herói ou da galera do grupo. Em pouco tempo desliguei a opção do pessoal da vila mentira aqui e ali. Veja, isso gera uns textinhos divertidos e tudo mais, e dá sabor ao jogo, mas vem acompanhado de duas coisas insuportáveis; a primeira é o personagem avisar que estava tirando onda, a segunda é o efeito sonoro que te prende na caixa de texto até o fim dele. Pode parecer bobagem, mas este último estava me irritando e o anterior tirou toda a proposta da coisa pra mim.

De qualquer forma, segui com os outros ligados mais para ver o que acontecia do que como desafio. Eu iria desligar alguns ao longo da campanha, e foi justamente isso que acabei fazendo em algum momento, chegando ao fim apenas com os monstros mais fortes ligado. Mas nas primeiras horas, com monstros mais fortes e impossibilidade de comprar itens e equipamentos, o jogo acaba sendo uma experiência de ir atrás de cada item no cenário, de descobrir inimigos que deixam este ou aquele item. Enfim, a relação com os ambientes nas primeiras partes é de total atenção e descoberta.

Dessa forma, prestando atenção em NPCs, revirando os cenários até os baús estiverem todos descobertos, descobrindo a fauna da região, acabei me vendo mais tempo em cada área. Em um sentido positivo, aliás. Foi bem gostoso ter essa relação, embora ela tenha durado pouco tempo. De qualquer forma, toda a maneira de se jogar dessas primeiras horas acabaram se estendendo enquanto conceito pro resto da minha jogatina, mesmo com tudo mudando tanto.

Conforme vamos ganhando nossas habilidades e aumentando o grupo, as coisas voltam mais ao ritmo normal. Não é necessário ficar batalhando e subindo nível, bem como a busca por itens deixa de ser tão central. A forja já nos dá um bom número de equipamentos decentes e a coisa toda passa a funcionar da forma que eu lembrava.

Dragon Quest XI é um jogo moderníssimo. O tanto de paradas de “qualidade de vida”, ainda mais na edição definitiva, e o ritmo da aventura, aliado ao visual foderengo e tudo mais, faz dessa uma experiência inequivocamente passível de conquistar qualquer um dado ao gênero. Já não há aquela barreira sentida por um punhado de gente.

Em sua forma contemporânea, Dragon Quest XI propõe alguns tipos de aventura. Sua primeiro ato é leve e direto, conhecendo e juntando o pessoal da equipe em busca de alguns artefatos. O segundo ato é mais aberto, mas ainda assim bem guiado, em uma pegada “Mundo das Ruínas”. Já o último ato é uma emulação da experiência clássica de Dragon Quest nos dias de hoje. Já conheçemos todos os lugares, agora basta explorar a revelia para nos fortalecemos para enfrentar o grande vilão.

Existem pontos de destaque nos mapas, e um item pode ajudar a descobrir missões, mas mesmo esses pontos são apenas a fala inicial de uma “missão”. De resto, cabe a quem joga ir seguindo as pistas, andando pelo já conhecido mundo e resolvendo as coisas. Isso funciona bem, pois é extremamente necessário realizar essa última campanha e até mesmo grindar para LV e itens de craft. É impossível vencer o último chefe sem entender direito o que está acontecendo, sem entender o esquema de uso de itens na batalha, sem ter boas estratégias de luta com as habilidades da equipe. Se aventurar antes, portanto, é preciso.

Assim, saí de Dragon Quest XI da forma desejada.

Alegriaaaaaa